"Oshi no Ko"
Observação: O único outro anime neste ano que poderia concorrer a este lugar seria Sousou no Frieren. Há quem apoie Sousou no Frieren, pois é uma obra-prima. No entanto, certas defesas estão embriagadas com a euforia de ser um anime ainda em exibição. Por outro lado, Oshi no Ko é do início do ano, isso certamente influencia no abrandamento das emoções e das percepções quando se faz um juízo. Após essas reflexões, se as duas obras forem comparadas e separadas em diversos aspectos, uma análise sóbria e calculista não deixa dúvidas de que Oshi no Ko é o anime do ano.
Melhor Continuação
Vinland Saga Season 2
Observação: Há uma cena polêmica neste anime que o marca negativamente, mas desprestigiar uma temporada que se manteve nos mais elevados patamares por quase todo o tempo em virtude de apenas uma cena seria uma enorme injustiça. Além disso, não há concorrentes neste ano que atingiram o mesmo nível.
Melhor Estreante
"Oshi no Ko"
Observação: Dado que a premiação de Anime do Ano foi atribuída a um estreante no ano, a premiação de melhor estreante não poderia ser diferente. Se a premiação fosse para o melhor episódio de estreia, ainda assim não poderia ser diferente, com aquele primeiro episódio com tempo de duração de um longa-metragem que abalou a comunidade otaku. Apesar de Sousou no Frieren também ter tido uma excelente estreia, não foi tão grande para superar Oshi no Ko.
Maior Surpresa
Sousou no Frieren
Observação: Antes de estrear, foi um dos animes mais desacreditados do ano. Mesmo após o seu bom início, demorou um pouco para obter a devida popularidade. Contudo, mantém-se como o anime mais bem avaliado do MAL por um longo período e é o mais popular de sua temporada.
Pior Adaptação
Tengoku Daimakyou
Observação: As pessoas que leram o mangá deste anime ficaram decepcionadas e indignadas com as várias mudanças e censuras impostas ao anime. Obviamente, certas cenas foram muito amenizadas, não passam o mesmo peso e algumas foram mudadas radicalmente. Por exemplo, uma cena que deveria ser dramática foi modificada para ter um tom cômico.
Maior Decepção
NieR:Automata Ver1.1ª
Observação: A decisão foi difícil, tendo em vista os concorrentes Trigun Stampede, The Girl I Like Forgot Her Glasses, Yuusha ga Shinda e The Misfit of Demon King Academy II. O critério definidor utilizado foi aquele anime que apresentasse uma maior expectativa coletiva da comunidade frustrada.
Melhor Animação
Vinland Saga Season 2
Observação: Apesar de Vinland Saga Season 2 apresentar uma animação deslumbrante, detalhada e fluida, este não foi um julgamento fácil. Dado que, quando se define quem tem a melhor animação, as cenas de ação têm um grande peso, uma vez que precisam ser mais robustas, ter muitos efeitos e muita fluidez. É importante salientar que a segunda temporada de Vinland Saga, em comparação com a primeira, apresenta um número consideravelmente menor de cenas de ação, ao passo que a animação melhora em relação a ter uma maior constância na qualidade de todas as cenas. Competindo com Vinland Saga, havia a segunda temporada de Kage, que apresenta uma abundância de cenas espetaculares de ação, com muitos efeitos, detalhes e fluidez. Entretanto, Kage tem um traço mais simples e a obra é mais escura, o que torna a animação mais fácil de ser produzida. Sobrando assim, como o outro grande rival do ano para Vinland Saga, o Jigokuraku, que é mais detalhado que Kage e mais claro. No entanto, Jigokuraku é menos constante em manter uma qualidade de altíssimo nível. Ademais, mesmo Jigokuraku tendo ótimas cenas de ação fica em desvantagem comparado a outros animes do ano nesse quesito, isso é mais perceptível por quem leu o mangá que não teve uma melhora na experiência com o anime.
Outro anime que merece ser mencionado em termos de animação é Suki na Ko, devido ao seu impressionante detalhamento, técnicas aprimoradas e enquadramentos ousados. A animação é marcada sobretudo pelos olhos detalhados e belos, seguidos pelos cabelos volumosos e fluidos. Com relação aos enquadramentos, encantam a maioria das pessoas pela inovação, mesmo com alguns alegando que os ângulos excêntricos geram incômodos. Entretanto, apesar de a animação não ser o problema do anime, existem algumas queixas de que a qualidade elevadíssima não foi constante em todos os episódios. Ademais, o critério crucial para desconsiderar esse trabalho como contendo a melhor animação do ano foram as várias cenas reutilizadas.
Melhor Design de Personagens
Jigokuraku
Observação: Para definir o melhor desenho de personagem, foram levados em consideração critérios além de serem detalhados, bonitos, imponentes e carismáticos, sendo dada importância aos mais estilosos, ou seja, diferentes e chamativos. Além disso, como critério de desempate, foi dada preferência aos animes estreantes deste ano. Desenhos muito distantes de proporções áureas foram descartados.
Melhor Diretor
Saitou, Keiichirou (Sousou no Frieren)
Observação: A escolha foi difícil, tendo em vista a concorrência com o diretor de Oshi no Ko, que fez um trabalho apaixonado dedicando a sua alma. Os dois diretores criaram ótimos enquadramentos, melhoraram os materiais originais, e deixaram as cenas mais emocionantes. O diretor de Oshi no Ko tem como principais vantagens os ótimos ganchos e algumas cenas espetaculares que são superiores às do seu rival. No entanto, o diretor de Sousou no Frieren fez um extraordinário trabalho de ritmo. Além disso, o material original de Oshi no Ko é melhor do que o de Sousou no Frieren, ou seja, o diretor Saitou teve um maior desafio para atingir um ótimo resultado. Por último, Saitou também faz parte da equipe de Oshi no Ko.
Melhor Anime de Romance
Kanojo, Okarishimasu 3rd Season
Observação: Há aqueles que são cheios de ódio e derramam veneno contra esta obra, mas o ódio não é um critério para a avaliação. O romance desta obra é belo, bem desenvolvido, e essa temporada é possivelmente a melhor de todas, pois tem um tom dramático bastante forte. Infelizmente, não é a melhor adaptação possível, uma vez que não aproveitou nem 10% do enorme potencial apresentado no mangá neste trecho. Esta parte de Kanojo é tão extraordinária que, apesar de estar bem aquém do potencial, ainda é extremamente prazerosa. O único outro concorrente que poderia enfrentar Kanojo neste ano seria Yamada-kun, que é um excelente anime. No entanto, apesar de Yamada ter um foco maior no romance, e por isso deveria ter uma primazia, seria injusto não reconhecer, de alguma forma, o que Kanojo fez nessa temporada.
Melhor Anime de Comédia
Benriya Saitou-san, Isekai ni Iku
Observação: Quando o critério principal é a comédia, nenhum outro anime neste ano ofereceu cenas mais hilárias. Além do que, é um anime completo, uma vez que apresenta uma narrativa inusitada, com uma história cheia de reviravoltas, com diversos gêneros, tudo isso com um bom conteúdo e uma excelente direção.
Melhor Anime de Ação
Kage no Jitsuryokusha ni Naritakute! 2nd Season
Observação: Quando o foco principal é ação, ninguém ofereceu este ano mais cenas de ação e de boa qualidade do que Kage.
Melhor Anime de Fantasia
Helck
Observação: O anime, inicialmente, parece ser uma paródia, mas tem uma história absurda, riquíssima e bastante dramática. Além de ser excelente, tem muitos elementos típicos dos clássicos de fantasia, o que o coloca nesta escolha à frente de outros de fantasia deste ano.
Melhor Anime de Drama
Sousou no Frieren
Observação: Independente de quem tem as cenas mais fortes, ou de quem seja o melhor anime em sua totalidade, Sousou no Frieren é mais focado no drama do que Oshi no Ko, tem mais características típicas desse gênero. Portanto, deve ser considerado o melhor anime de drama do ano.
Melhor Personagem Principal
Dark Schneider (Bastard!! Ankoku no Hakaishin Season 2 (ONA))
Melhor Personagem Secundário
Arima, Kana ("Oshi no Ko")
Melhor Música de Anime
Melhor Abertura
Melhor Encerramento
Melhores Animes Estreados em 2023
1. "Oshi no Ko"
2. Sousou no Frieren
3. Helck
4. Jigokuraku
5. Zom 100: Zombie ni Naru made ni Shitai 100 no Koto
6. Benriya Saitou-san, Isekai ni Iku
7. Yamada-kun to Lv999 no Koi wo Suru
Melhores Continuações de Animes em 2023
1. Vinland Saga Season 2
2. Kanojo, Okarishimasu 3rd Season
3. Tokyo Revengers: Tenjiku-hen
4. Spy x Family Season 2
5. Bastard!! Ankoku no Hakaishin Season 2 (ONA)
6. Rurouni Kenshin: Meiji Kenkaku Romantan (2023)
7. Masamune-kun no Revenge R
8. Kimetsu no Yaiba: Katanakaji no Sato-hen
Piores Animes de 2023
1. Maou Gakuin no Futekigousha: Shijou Saikyou no Maou no Shiso, Tensei shite Shison-tachi no Gakkou e Kayou II
2. Isekai Shoukan wa Nidome desu
3. Inu ni Nattara Suki na Hito ni Hirowareta.
4. Yumemiru Danshi wa Genjitsushugisha
Perda de Tempo de 2023
1. Temple
2. Kimi wa Houkago Insomnia
3. Kaminaki Sekai no Kamisama Katsudou
4. Kaiko sareta Ankoku Heishi (30-dai) no Slow na Second Life
5. Eiyuuou, Bu wo Kiwameru Tame Tenseisu: Soshite, Sekai Saikyou no Minarai Kishi♀
6. Mononogatari
7. NieR:Automata Ver1.1ª
8. Suki na Ko ga Megane wo Wasureta
9. Tonikaku Kawaii 2nd Season
Colorido:Recomendomuitoefarámuitosucesso. Preto: Recomendo e fará sucesso. Roxo: Recomendo. Azul: Fará sucesso. Verde: Tem possibilidade de ser bom ou de fazer sucesso. Marrom: Será uma obra mediana. Vermelho: Não vale a pena.
Ore dake Level Up na Ken — Adaptação do manhwa, muitíssimo popular, Solo Leveling. É inconcebível que alguém que assiste animes e leia mangás com frequência ainda não tenha ouvido falar dessa obra. Portanto, mesmo para quem não goste da proposta e não curta o final do mangá, é um anime obrigatório dessa temporada. Além disso, apesar de o trailer não ser muito entusiasmante, o estúdio encarregado é o A-1 Pictures e a trilha sonora está sob a responsabilidade do grande Sawano.
Youkoso Jitsuryoku Shijou Shugi no Kyoushitsu e 3rd Season — A terceira temporada de Classroom of the Elite é produzida pelo mesmo diretor e estúdio que estão nessa franquia desde a primeira temporada. Sendo assim, não é esperado algo muito diferente do que já foi realizado, ou seja, muitas mudanças em relação ao mangá e uma produção tecnicamente mediana. Além disso, as temporadas anteriores foram bem-sucedidas devido ao roteiro conter alguns episódios extraordinários. Lamentavelmente, contrastam-se com diversos episódios desagradáveis que ocupam cerca de metade da obra.
Tsuki ga Michibiku Isekai Douchuu 2nd Season — O último episódio da primeira temporada é extremamente emocionante, épico, com uma ação frenética e muito bem realizada. Pena que seja apenas o último episódio, pois os outros são meramente uma trama com muitas enrolações. Ademais, o diretor continua o mesmo, mas o anime mudou para um estúdio maior. Em tese, um estúdio maior pode nos levar a crer em uma produção melhor. No entanto, no que diz respeito aos aspectos de imagens, os trabalhos do estúdio anterior são mais apreciáveis. Além disso, o trailer apresenta um anime simples, o que corrobora com a ideia de que a trama permanecerá novamente parada na maior parte da temporada. Embora algumas pessoas afirmem que esta parte do mangá seja extremamente movimentada. O melhor é esperar as primeiras críticas. Se disserem que há muita ação e de boa qualidade, é uma boa aposta.
Mashle 2nd Season — A premissa não ajudava a promover a obra, e a primeira temporada teve uma introdução ruim. No entanto, com o decorrer do tempo, a história se torna cada vez mais interessante, e as piadas começam a se desenvolver de forma eficiente. Dado o que já foi realizado, não se pode esperar uma obra-prima desta continuação. No entanto, se continuar com a mesma dinâmica, o anime promete ser leve, divertido de ser assistido e o mais tranquilo de ser acompanhado da temporada.
Mato Seihei no Slave — Esta obra está despertando uma grande expectativa e cada vez mais se tornando popular, sobretudo porque promete muita ação, é do mesmo criador de Akame ga Kill e os desenhos de personagens são excelentes. Desenhos esses semelhantes à de outros personagens populares em animes. Apesar das expectativas em relação aos designs apresentados e do enorme tempo de produção, adiando a estreia por um ano, com base nos trailers divulgados, a animação apresenta uma qualidade mediana, no máximo um pouco acima da média. O receio é reforçado pelo estúdio ser pequeno e sem um histórico de grandes produções. Pelo menos, o diretor é um profissional experiente que tem uma longa carreira nessa indústria. Além disso, é importante salientar que o mangá não é bem avaliado e tem uma premissa notoriamente terrível. Diante disso, pelas expectativas, deverá fazer um sucesso inicial, mas possivelmente decepcionará muitas pessoas.
Boku no Kokoro no Yabai Yatsu Season 2 — A primeira temporada deste anime não apresentou o enredo que era aguardado, mas independentemente do rumo imaginado, foi uma surpresa agradável, superando bastante a média dos romances escolares. Isso se deve ao fato de haver várias ótimas singularidades nessa história e pelos personagens. A prova disso é que é bem avaliado no MAL, além de que mesmo com a forma errada como foi vendido, ter conseguido uma significativa popularidade para sua proposta. A princípio, pode parecer uma escolha óbvia, pelos elogios muito merecidos, mas o romance escolar está esgotado para muitos. No entanto, se puderem considerar isso como um estímulo, o romance neste anime avançou na primeira temporada. Além disso, pelas revelações que estão sendo divulgadas, o romance nesta segunda temporada deve percorrer uma maratona na velocidade da luz.
Jaku-Chara Tomozaki-kun — Passaram-se três anos para sair a segunda temporada, houve até a arrecadação de fundos por meio de doações para a produção. A felicidade dos fãs por saber que esse dia está chegando é enorme. A adaptação é merecida, por ser de um light novel premiada, ganhadora inclusive do prêmio de excelência no Shogakukan Light Novel Grand Prix. Além disso, a light novel é excelentemente bem-sucedida em termos de venda. A produção do anime só enfrentou dificuldades para ser realizada, uma vez que, lamentavelmente, a primeira temporada não foi tão bem avaliada, recebendo uma abundância de críticas ocidentais rasas e estúpidas. Isso se deu, muito em virtude, pelo fato de ser uma obra voltada para pessoas inteligentes e com mensagens realistas, as quais se chocam com os ideais do politicamente correto. Em outras palavras, foi cancelada por pessoas incautas, que têm mentes fechadas, intolerantes e incapazes de compreender um subtexto. São pessoas que não apenas não compreendem a complexidade do tema, como também distorcem maliciosamente a mensagem da obra em suas resenhas. Em suma, pseudointelectuais, incapazes de raciocinar, de pensar com suas próprias mentes, por gentileza seres assim não assistam, essa obra não é para os cheirosos de Narnia.
Dungeon Meshi — A primeira impressão não foi das melhores, posto que os desenhos são simples, pouco detalhados e genéricos, tanto nos personagens quanto nos cenários. Apesar disso, pode surpreender, visto que o estúdio responsável é o Trigger, que tem um histórico que merece todo o respeito em termos de imagem. Quanto a história, tem uma sinopse agradável, uma vez que se trata de um drama seinen promissor. A trama também pode ser respaldada pelo mangá ser muito bem avaliado. Assim sendo, pode até não se tornar muito popular, mas deve ter uma boa história.
Ao no Exorcist: Shimane Illuminati-hen — O trailer é até interessante, com uma boa música e belas imagens. No entanto, esta é a terceira temporada de um anime que tem uma premissa desagradável e saturada. É surpreendente e decepcionante que a primeira temporada seja extremamente popular, mas é mais surpreendente que, até o momento, esta terceira temporada não seja popular.
Yubisaki to Renren — É um anime shoujo bem característico com personagens universitários adultos, e tem um material base muito bem avaliado. O fato de a protagonista ser uma pessoa com deficiência auditiva remete imediatamente à lembrança do extraordinário Koe no Katachi. Certamente, haverá muitas pessoas que aclamarão este trabalho. Entretanto, apesar de haver muitos homens que assistiram shoujos e apreciaram, eles não são o público-alvo desse tipo de trabalho. Por conseguinte, o fato de este anime apresentar elementos fortemente característicos do shoujo, pode ser um indicativo de que não haverá atrativos que sejam fortes o bastante para atrair um público para além do seu próprio nicho.
Shin no Nakama ja Nai to Yuusha no Party wo Oidasareta node, Henkyou de Slow Life suru Koto ni Shimashita 2nd — A segunda temporada do anime com um herói que deixa a vida de aventuras para trabalhar como vendedor em uma loja de boticários. Definitivamente, colocar vida cotidiana numa fantasia como o tema central é conceitualmente contraditório. A ideia é vendida por ter uma certa originalidade, mas é difícil comprar essa premissa, e piora quando a primeira temporada foi mal avaliada. Um enredo bom é uma história sem as partes chatas, coisas comuns não são interessantes, não justificam a atenção.
Dosanko Gal wa Namara Menkoi — O anime começará com uma gal descendo em uma cidade para ver pontos turísticos, sem saber que ficava a três horas de caminhada do seu destino, estando no inverno com 8 graus negativos e vestindo roupas de verão. Parece um anime fofo, diferente e com situações engraçadas. O trailer também apresenta uma boa música, além de bons cenários e personagens promissores. A única ressalva é que o mangá não é tão bem avaliado, mas parece que isso se deve ao fato de que, ao longo do tempo, a trama mudou de foco, o que não deve ocorrer em apenas uma temporada do anime.
Majo to Yajuu — Os designs dos personagens principais têm bons conceitos artísticos. Um deles parece enigmático, carregando um cachão nas costas, e o outro é uma bela mulher, com leves traços selvagens. Parece ser bastante promissora a ideia de um casal Van Helsing caçando uma bruxa em uma cidade. Promissora por: ser um pouco diferente dos animes habituais; não serem crianças os personagens principais; e centrar em um único caso que tem um inimigo claro, forte e misterioso. No entanto, animes com monstros que remetem muita familiaridade aos dos contos clássicos, o que pode ser o caso desse, costumam não ser bem-sucedidos. Ainda mais um que se pareça ser de detetives. Se servir como tranquilizador, o mangá é um seinen bem avaliado, e o diretor do anime é bem experiente.
Sokushi Cheat ga Saikyou sugite, Isekai no Yatsura ga Marude Aite ni Naranai n desu ga. — Uma classe de estudantes japoneses é teletransportada para um mundo de fantasia, no qual cada um dos estudantes adquire um poder. A princípio, todos adquirem poderes, com exceção, aparentemente, do nosso meio estúpido protagonista, porém a verdade é que ele adquiriu o maior poder. Essa é uma introdução bastante típica de animes genéricos isekais de temporada, e os desenhos com cores claras seguem a mesma linha. O diferencial que o anime propõe, é o fato de o protagonista ser tão forte que basta apenas não estar dormindo para matar qualquer um com o seu poder de morte instantânea. Criar desafios instigantes para manter o público interessado nessa jornada com alguém tão forte é complicado. Além disso, o estúdio é pequeno, o mangá é mal avaliado e o anime é PG 13, ou seja, nem o ecchi de boa qualidade teremos. Se fosse um anime de três episódios, mas uma temporada inteira com essa proposta, é difícil acreditar que conseguirá se sustentar.
Urusei Yatsura (2022) 2nd Season — A segunda temporada de um reboot de uma primeira versão de grande sucesso, que é enorme e antiga, a qual já era uma adaptação de um mangá grande e mais antigo. No caso de um anime excelente, é preferível um remake fiel do que um reboot. Entretanto, quando a obra é datada demais, mesmo as ótimas, há algumas dinâmicas que não são adequadas para os tempos modernos, sendo preferível um reboot. Além disso, se for para fazer uma reimaginação, que seja forte e não suave. A manutenção de uma atmosfera mais retrô, só seria justificada se o primeiro anime não tivesse sido fiel ao mangá, de modo a criar uma versão fiel dedicada aos fãs do mangá. Um meio reboot ou meio remake, que parece ser a proposta desse anime, acaba deixando um desagradável estranhamento. Com todas essas ressalvas, há algumas críticas positivas da primeira temporada, e não poderia ser diferente, uma vez que a autora do mangá é a grande Takahashi.
Kekkon Yubiwa Monogatari — A sinopse do mangá apresenta uma história de amor onde um homem corajoso viaja para outro mundo, visando roubar sua amada de um casamento, tascando um beijo na princesa do reino. Já a sinopse do anime revela um protagonista covarde que tem dificuldades para se declarar para uma amiga de infância. As informações contidas na descrição da obra sugerem que não é um romance, mas sim uma putaria de um harem, com ecchi e seinen. O trailer revela que nesse Isekai de fantasia as garotas são meio humanas e o protagonista vai meter o anel no dedo de cinco princesas. Observações: o estúdio é minúsculo, o mangá é mal avaliado, o diretor só dirigiu animes ruins, e zoofilia é doença.
Metallic Rouge — Anime original de ficção científica futurista, com androides meio mechas, e do estúdio Bones. O trailer apresenta uma estética agradável, em comparação com os recentes animes que têm sido lançados com propostas semelhantes. Além de ser bonito, está extremamente fluido e com uma abundância de cenas de ação. O estúdio Bones, mais uma vez, parece que fará jus ao nome que construiu nessa indústria quando se trata da parte visual. Diante disso, vale a pena apostar neste anime, nem que seja somente pela animação.
Chiyu Mahou no Machigatta Tsukaikata — Mais um isekai, em que uma turma de estudantes normais do ensino médio japonês é invocada para o outro mundo e recebe poderes especiais. O diferencial é que o protagonista é o aluno mais mediano da turma e o foco do anime está na habilidade do protagonista com magia de cura. O problema não é ser um anime isekai, mas sim em ser um isekai genérico e sem conteúdo. Para aqueles que já assistiram a tantos similares, é difícil encontrar boas motivações para assistir a algo desse tipo. Entretanto, como é de praxe, haverá alguma audiência, e na ausência de algo melhor, não há como recriminar quem o considerar. Outro ponto relevante, é que os estúdios responsáveis são: o Shin-Ei Animation em parceria com o Studio Add que nunca produziu nada. Algumas vezes um estúdio maior entra com o nome e o menor com o trabalho. Finalmente, é preciso salientar que o mangá é mal avaliado.
Shaman King: Flowers — Uma continuação de um reboot que teve a sua primeira parte avaliada de forma tão negativa, que levou o anime a ter uma nota inferior a sete no MAL. A primeira versão recebe avaliações mais positivas, é bem mais conhecida, mas ainda é um anime infantil e detestável.
Gekai Elise — A ideia da premissa apresenta méritos, pois traz algo incomum e cria uma problemática boa para ser explorada, mas é difícil de ser aceita. Uma pessoa morre, reencarna, se torna um médico com os conhecimentos modernos de medicina, morre de novo, e volta ao o corpo da primeira vida antes da primeira morte. Não tem suspensão de descrença que faça essa lógica funcionar. Além disso, uma proposta em acompanhar um médico sendo um médico não é algo atraente. Haverá outras complicações nesse enredo, mas talvez não sejam o suficiente para oferecer uma trama interessante. O mangá que é o melhor indicador no momento para a história, tem uma avaliação pouco favorável. Ademais, parece ser um anime nichado para garotas.
Akuyaku Reijou Level 99: Watashi wa Ura-Boss desu ga Maou dewa Arimasen — O trailer é bem razoável e a premissa de reencarnar em um otome game tornou-se bastante comum. Apesar disso, há uma série de elementos interessantes nesta sinopse devido a algumas nuances dessa proposta neste anime. Uma linda mulher, extremamente forte, que não se importa com romance, e apenas deseja viver em paz, mas é discriminada pela cor do seu cabelo e pela sua força. Enfim, só não dá para apostar mais neste anime, pelo mangá não ser tão bem avaliado.
High Card Season 2 — A primeira temporada deste anime estreou no início deste ano, mas já caiu no limbo do esquecimento. Além disso, esta primeira temporada foi descredibilizada, com baixa popularidade, com críticas severas e notas negativas. É difícil acreditar em uma continuidade quando o projeto começou tão mal.
Oroka na Tenshi wa Akuma to Odoru — Um anjo e um demônio vão estudar em uma escola japonesa e começa um romance entre eles. Quão mais estúpidas ainda podem ser certas premissas! O demônio se infiltrou na escola com o objetivo de recrutar alunos para lutarem contra os anjos. Meu Deus! O anime ainda é classificado como seinen. Para ser classificado assim, talvez haja alguma riqueza no subtexto. Sorte para aqueles que forem confirmar. Será necessária muita sorte, uma vez que o estúdio é pequeno e o mangá é avaliado como mediano. Ademais, são horripilantes as orelhas pontiagudas de alguns personagens.
Kingdom 5th Season — O trailer é interessante, mas é a quinta temporada e dificilmente alguém começará a assistir por ela. O estúdio Pierrot, que está realizando este projeto desde o início, permanece. Também permanece o mesmo diretor desde a terceira temporada. Logo, não deverá haver grandes surpresas, ou seja, continuará sendo um anime bem avaliado e direcionado a um público nichado e cada vez mais nichado.
Ishura— A ideia é simples: após a morte do rei demônio, surge um Battle Royale entre pessoas extremamente fortes. O trailer revelou os aspectos fundamentais para esse tipo de proposta, que são muita ação e uma imagem de qualidade. O quão bem-sucedido será esse anime, só saberemos quando começar para vermos como serão desenvolvidos os combates.
Saijaku Tamer wa Gomi Hiroi no Tabi wo Hajimemashita. — O anime apresenta uma menina que cata lixo em uma floresta para sobreviver, pois a sociedade a discrimina e a persegue. A premissa é ótima, mas o trailer demonstra que a direção não acertou o tom, que deveria ser dramático e escuro. Além disso, o estúdio responsável por esse anime também é bem pequeno.
Nozomanu Fushi no Boukensha — Mais outro filho de Overlord, um anime de fantasia no qual o protagonista é transformado em um esqueleto morto vivo. Se houvesse um anime entre esses filhos que fosse mais dark do que o pai, talvez conseguisse encantar muito mais do que as versões sempre mais leves e compactas. Não há problema em copiar, desde que acrescente algo novo. Até o momento, não é possível perceber nada de diferente dos seus irmãos e pai com os trailers e a sinopse deste anime.
Kyuujitsu no Warumono-san — A premissa é de um super vilão alienígena incumbido de destruir a humanidade, mas que resolve tirar uma folga na terra, que é constantemente interrompida por pessoas que tentam o derrotar. A ideia é promissora e pode ser aplicada em outras propostas, mas evidentemente é um anime de comédia. As produções que se concentram exclusivamente em comédia ou muito focadas nessa área, tende a ser menos atrativas do que aquelas que fazem uso esporádico. Não será uma obra-prima, mas promete ser um entretenimento para quem deseja algo descontraído e despretensioso. A qualidade do espetáculo dependerá muito da veia cômica do diretor.
Isekai de Mofumofu Nadenade suru Tame ni Ganbattemasu. — Após morrer de tanto trabalhar, um jovem reencarna em outro mundo como uma menininha. Ela renasce com uma a capacidade de ser amada por todos os animais, e fará amizade com todos os bichinhos. Que fofinho! O público-alvo é de garotinhas, mas é bem idiota essa premissa. Além do que, reencarnação após morrer de tanto trabalhar já saturou mais do que a do caminhão do isekais.
Mahou Shoujo ni Akogarete — É um anime de garotas mágicas que se diferencia pelo fato da protagonista sonhar em ser uma garota mágica, mas ganhar os poderes de uma vilã. Haverá momentos de ação, mas o foco principal será a criação de situações cômicas com à ironia das pretensões da protagonista. A ideia é promissora, mas não é o bastante para que este anime seja mais do que um mediano da temporada.
Loop 7-kaime no Akuyaku Reijou wa, Moto Tekikoku de Jiyuu Kimama na Hanayome Seikatsu wo Mankitsu suru — Anime da jovem reencarnada que é obrigada a casar com o príncipe que a matou em outra vida. A problemática é interessante, tem alguns dilemas, mas há algumas amenizações que podem comprometer o potencial. Na outra vida, a garota era uma vilã, o príncipe era o bonzinho, e agora ela só quer ter uma vida longa e tranquila longe da vilania. O anime seria mais promissor se, em vez de um romance redentor, fosse um jogo de intrigas, vingança e luta pelo poder. Será um anime mediano de temporada, focado no público feminino adolescente.
Bucchigiri?! — O anime é uma criação original do estúdio MAPPA, o mesmo que produziu Jujutsu e Shingeki. Será um anime de lutas entre adolescentes, provavelmente o Shounen da temporada atual. Nesse tipo de proposta, a ação bem produzida é um dos pontos mais relevantes e visualmente o trailer é bastante atraente, tanto em termos de cenários quanto de personagens. Assim sendo, tem potencial para o sucesso.
Himesama "Goumon" no Jikan desu — Um anime que mostra uma princesa sendo torturada por um lorde demônio. Será um anime bobinho de comédia, que se muito bem avaliado, chegará a ser considerado mediano.
Momochi-san Chi no Ayakashi Ouji — Um romance Shoujo, com uns personagens bonitos, um drama magico e demônios antropomórficos.
Sengoku Youko — O estúdio é bom, o mangá é bem avaliado, o trailer é satisfatório e o enredo é um shounen de aventura com ação. É surpreendente que, atualmente, não esteja com uma grande popularidade no MAL. No entanto, é inegável que tem potencial para o sucesso.
30-sai made Doutei dato Mahoutsukai ni Nareru Rashii — Romance Boys Love.
Pon no Michi — Anime sobre amizade entre garotas, jogos e um espaço de lazer. A proposta não é interessante, mas existe a possibilidade de surpreender, uma vez que é um anime original de um estúdio prestigiado.
Sasaki to Pii-chan — Anime de um homem de meia-idade solitário, que adotou um pássaro de estimação, o qual lhe concede poderes mágicos para viajar entre mundos. KKKKKKK... Que droga estavam usando quando tiveram essa ideia? Com toda certeza, para este anime o Alexandre dará uma nota 10. KKKKKKK...
Saikyou Tank no Meikyuu Kouryaku: Tairyoku 9999 no Rare Skill-mochi Tank, Yuusha Party wo Tsuihou sareru — Em suma, trata-se de mais um anime do herói do escudo, um herói com uma defesa extremamente poderosa. Os japoneses gostam demais dessa premissa defensiva, talvez seja uma identificação nacional. A sinopse e o trailer apresentam elementos interessantes, mas as esperanças se dissipam com a avaliação do mangá.
Hikari no Ou 2nd Season — O problema é que esta é a segunda temporada de um anime, cuja primeira temporada foi bastante mal avaliada. Além disso, a premissa é problemática, apesar de que não é de toda ruim. Pelo menos o trailer está bonito.
Synduality: Noir Part 2— Segunda temporada de um anime que teve a primeira temporada muito mal avaliada. O 3D da primeira temporada é ridiculamente ruim, insultivo e a palheta de cores não está bem encaixada. Pelo trailer dessa segunda temporada, é possível notar uma melhora nesses aspectos, mas não tanto quanto deveria e já é tarde demais.
Meitou "Isekai no Yu" Kaitakuki: Around 40 Onsen Mania no Tensei Saki wa, Nonbiri Onsen Tengoku deshita — Dois estúdios minúsculos produzindo um anime que é uma adaptação de um mangá completamente desconhecido. A história do anime é protagonizada por um homem que aprecia termas e reencarna em outro mundo. Além disso, promete ter um ecchi com garotas meio humanas. Percebe-se que a ideia foi produzir a parti de uma fórmula mágica, pegando os elementos mais genéricos de animes e colocando tudo junto no liquidificador.
Chou Futsuu Ken Chiba Densetsu — Anime de comédia com garotinhas. Esse é o supra-sumo do Alexandre.
Gekkan Mousou Kagaku — A história é sobre uma equipe de uma revista que publica matérias sobre monstros e coisas bizarras. A temática, aparentemente, remete a Scooby Doo ou Sherlock Holmes, mas as cores e luzes apresentadas não combinam com esse tipo de proposta. Ademais, reportes, detetives, animes assim não estão tendo uma boa recepção ultimamente. Seria mais proveitoso se tivessem seguido em direção ao terror.
Yami Shibai 12 — A decima segunda temporada de um anime de terror de quatro minutos por episódio, que quase ninguém conhece.
Snack Basue — De tão pouca fluidez, é difícil se quer finalizar o trailer, quem dirá um episódio do anime. Se serve de alívio, ainda não foi divulgado o tempo de duração por episódio, mas como será um anime de comédia em um bar, provavelmente será daqueles de poucos minutos.
Meiji Gekken: 1874 — O problema é que o estúdio é pequeno e o material é original. No entanto, o trailer é promissor, a sinopse vende bem a obra, e é um anime histórico de ação. Se o estúdio fosse grande, teria boa possibilidade de fazer sucesso.
Yuuki Bakuhatsu Bang Bravern — O estúdio é recente e quer começar com um anime de mecha e militar. Bastante ousado pegarem algo que requer muita animação fluida e detalhada. Além disso, não é possível avaliar adequadamente, porque o material base é original e nem sinopses do anime estão disponíveis. No mais, o trailer não mostrou nada.
Cardfight!! Vanguard: Divinez — Enésima temporada de um anime desconhecido e sempre mal avaliado.
Harimaware! Koinu —Mais um daqueles animes bem infantis de comédia com uns bichinhos.
Heart Cocktail Colorful: Fuyu-hen — Não saiu ainda quase nenhuma informação sobre esse anime, não tem sinopse, não tem trailer, não tem material fonte, não tem se quer o estúdio. A única coisa relevante de informação é que será um anime curto de cinco minutos por episódio.
Take a look at my Code Geass review.
Dê uma curtida na minha análise de Code Geass.
Link: https://myanimelist.net/profile/Tiago_Vaz_007/reviews
Below is the Portuguese version, the one in the link is in English.
Abaixo está a versão em português, a do link está em inglês.
No que diz respeito ao seu tema central, o anime aborda a filosofia da moral objetiva. É importante salientar que, logo em um dos primeiros episódios da primeira temporada, há um longo diálogo filosófico entre Lelouch e Suzaku. Diálogo o qual evidencia as ideias de Maquiavel, resumidas pela frase de "os fins justificam os meios". Dessa forma, o anime não poderia ser mais explícito sobre sua temática. Compreendendo sobre o que quer discorrer, para demonstrar ao máximo o seu ponto, o método que faz uso é o da eliminação de vidas. Sendo assim, o anime faz os personagens matarem o seu povo, seus aliados, seus amigos, suas famílias, milhões de pessoas e até a se mesmos. Em termos não literais também matam as pátrias, os sentimentos e os amores. Tudo no anime é justificado filosoficamente pelos fins, o que abre discussões e dá mais profundidade. A escolha desse tema também não é aleatória e descontextualizada, uma vez que, para o mundo da política, o livro O Príncipe de Maquiavel é o mais utilizado e relevante. Em virtude disso, um anime que se preste a ser sobre política tem que falar sobre isso, mesmo que seja altamente polêmico e incomum.
Este anime apresenta lutas com armas, armaduras robóticas de alta tecnologia, guerras de grandes dimensões, batalhas elaboradas e fascinantes. No entanto, os combates não se sustentam apenas com a ação. Os conflitos envolvem embates psicológicos com soluções estratégicas. Em virtude da temática, as ações do protagonista sofrem uma certa limitação. Pode-se supor que ele renunciará a algo e que alguém morrerá, devido à sua amoralidade pragmática elevada. No entanto, não são eventos previsíveis: exatamente o que, quando, e por quê. É importante salientar que este protagonista não é um personagem que se sobressai em tudo, que sempre vence e nunca erra. Dado que seus planos nem sempre são bem-sucedidos, isso torna o personagem humanizado, criando verossimilhança. Vários são os momentos em que o personagem é surpreendido, precisa improvisar, perde tudo, entra em desespero, trai e é traído. Além disso, mesmo com a amoralidade não sendo uma temática recorrente em animes, o mérito não está em ser sempre algo completamente imprevisível para o público, mas sim na sagacidade dos personagens, na inteligência e no maquiavelismo contra os rivais.
As principais críticas negativas a esta obra se concentram nas reviravoltas, sobretudo devido às mortes que, posteriormente, não são confirmadas. É claro que isso é um elemento de enredo que enriquece qualquer história, mas não está imune a críticas, principalmente quando utilizado em excesso. Em contrapartida, este anime oferece uma forma de compensar essas falsas baixas, apresentando inúmeras mortes que ocorrem de fato e que são fortemente impactantes. Além disso, ao despertar essas dúvidas, geram-se expectativas sobre algumas situações, deixando incógnitas, fazendo as pessoas pensarem e criarem inúmeras teorias. O que é apontado por alguns como um defeito na história, em alguns momentos dela acaba sendo o seu maior acerto.
Além disso, há críticas negativas em relação às reviravoltas por serem supostamente mirabolantes. É realmente prejudicial ter reviravoltas complexas e extraordinárias? Qual é o impedimento para que algo seja plausível em uma ficção? Apenas a própria história pode ser um impeditivo e, neste caso, não existem contradições internas. Já sobre serem mirabolantes no sentido de serem cada vez mais grandiosas, escalonar por escalonar, todo anime escalona, caso contrário o público perde o interesse. Portanto, a questão nas reviravoltas não é se são grandiosas.
Em questão de imagem, a animação é bastante fluida e bem detalhada, superior à média, mas não alcança o nível da UIfotable ou de Makoto Shinkai. Até mesmo para os dias atuais, impressionam os detalhes dos robôs gigantes, principalmente nas constantes cenas fluidas de ação. Em relação mais especificamente à arte, é da gigantesca CLAMP, feita com uma certa originalidade. A arte denota a sua inovação quando comparada com as de outros animes de robôs e militares, os quais têm traços mais quadrados. Além disso, o anime precisava de traços que expusessem suavidade, para compor uma proposta de realidade alternativa futurista e mística. O que mais impressiona, é que ficção científica tem potencial de deixar tudo datado absurdamente rápido, mas Code Geass por conta de seu espetacular trabalho de arte praticamente não envelhece.
Uma das características mais marcantes desse anime é a sua trilha sonora. Não é necessário se quer assistir esse anime, basta apenas ouvir as suas músicas para ser consumido por emoções. É esplendoroso como consegue mexer com os ouvintes, produzindo sentimentos tanto de tristeza, como de euforia. Dentre as inúmeras músicas sensacionais, as mais destacadas são: Innocent Days, Stories, Continued Story e Madder Sky.
As aberturas e encerramentos de episódios são excelentes, com grande destaque para o fenomenal último encerramento de episódios. Este último encerramento é um dos momentos mais artísticos e simbólicos da obra. Além de possuir uma melodia fascinante, a música deste encerramento tem uma letra que, se analisada com mais atenção, revela o quanto a obra se envolveu com o seu tema.
Com relação aos personagens, diversos são muito carismáticos e conseguem conquistar o apego do público quase de imediato. No entanto, o protagonista Lelouch não é notável por ser naturalmente extremamente carismático, mas sim por, apesar de ter todas as características de um vilão, ainda assim conseguir desenvolver carisma. O mérito é ainda maior por Lelouch ter sido transformado em uma espécie de anti-herói, apenas por rivalizar com iguais, e não com vilões. Por norma ninguém odeia protagonistas, e anti-herói é aquilo que somos ou temos medo de ser. Entretanto, é admirável como este anime consegue fazer o público desenvolver empatia e torcer por alguém que representa não somente um anti-herói, mas o cúmulo da amoralidade. Dessa forma, demonstra-se ser um trabalho de excelência na escrita.
Os méritos da trama em relação ao seu protagonista ficam ainda mais evidentes, quando analisamos que as motivações de Lelouch não são nobres, que os métodos são terríveis e que os objetivos são questionáveis. Há muito mais nele de vilão do que de herói. É alguém que como o seu pai e seu irmão não têm empatia, ou tem um pequeno grau de empatia seletiva, o que é a definição de psicopatia. O anime faz o público ter empatia por quem não tem empatia, o que é fabuloso. Também é bastante realista, uma vez que a política tem, comprovadamente, um ambiente que tende a atrair psicopatas. Ademais, não me identifico com Lelouch, não agiria da forma como ele agiu, discordo fundamentalmente dos princípios dele, mas chorei com seu destino.
Em relação aos adversários, esqueçam a palavra vilão, uma vez que nesta história não há vilões nem heróis, apenas um protagonista e diversos antagonistas. Todos os principais personagens desta obra são anti-heróis. O que mais impressiona neste anime, é que os rivais Lelouch, Charles e Schneizel, não divergem quanto a filosofia, aos meios e nem dos objetivos. Dessa forma, o que nos leva a torcer para um e não para o outro, não são as diferenças, ou questões lógicas, mas tão somente porque a trama é vista pela perspectiva do Lelouch.
Apesar de Lelouch, Charles e Schneizel terem objetivos semelhantes, há nuances entre eles e isso é uma das características mais esplendorosa do trabalho de criação de personagens neste anime. Eles diferem em algo muito profundo, que é a visão pautada no passado, no presente e no futuro. Isso é extraordinário, esplendido, rico, pois o autor transcendeu a proposta filosófica inicial, dando uma profundidade dentro de seus personagens de algo que dificilmente alguém veria nessa filosofia. Portanto, não é pretensioso afirmar que este é um trabalho visionário.
Outro personagem relevante é o Suzaku, uma vez que é o mais próximo que temos de um herói neste anime, mas que tem as suas mãos sujas e é um antagonista na maior parte do enredo. Genial pegar um nítido quase herói e transformar em antagonista, enquanto faz torcemos para um nítido quase vilão. Isso aumenta significativamente a dificuldade de escrita e devem ser reconhecidos os méritos do roteiro. Além disso, o que diferencia Lelouch de Suzaku não são as visões, nem os objetivos, nem os métodos. Os dois compartilham da mesma filosofia. Os personagens se diferenciam apenas pelos seus caminhos, o que é uma brilhante forma de criar um rival.
Em relação a CC, a qual é a coprotagonista, apesar de não ser a principal do anime, ganhou o Anime Grand Prix, o Oscar da animação, por dois anos seguidos na categoria prêmio de melhor personagem feminina de animes. Destaque, ganhou competindo com outras personagens que eram as principais em seus animes. É uma personagem enigmática, que mesmo tendo bastante do seu passado desenvolvido, o suficiente para não sentirmos muito, termina com muitos mistérios não revelados. Outro ponto relevante é quando ela, devido a um determinado evento, fica fragilizada, se tornando cômica e muito mais carismática.
Code Geass é um dos raríssimos animes com um final peculiar para os seus personagens, algo corajoso, e nenhum pouco conveniente. São tão raros os animes que seguem finais de personagens com rumos semelhantes a esse, que se conta nos dedos quantos são assim, e menos ainda os que conseguem agradar. Facilmente é possível encontrar na internet um dos muitos vídeos de pessoas assistindo o último episódio. As reações variam desde gritos histéricos até crises de choro incontroláveis. O episódio final é simplesmente o melhor de todos os finais de animes.
Sem dúvida, com o seu protagonista, o episódio final tem a parte mais emocionante do anime, mas é preciso ressaltar que não é a única parte boa. Outros personagens como Shirley, Jeremiah, Nunnally, Anya e Rolo tem cenas marcantes que produzem fortes emoções. Destaque também para alguns desses personagens por facilmente fazerem as pessoas mudarem muito de opinião em relação a eles.
Apesar de todos os elogios merecidos, de que com certeza é uma obra-prima, e de que em alguns pontos seja mais que espetacular, ainda é um anime feito por seres imperfeitos e que contém algumas pequenas imperfeições. Nessa questão de problemas, um ponto que precisa ser mencionado é o começo da segunda temporada, pois tem um início um tanto confuso que pode não agradar muito. Embora seja uma confusão proposital, a qual é posteriormente explicada, servindo para ter revelações que instiguem, até que o enredo se desenvolva mais e acelere o ritmo.
Por fim, existem vários picos que entusiasmam, que tanto quanto mais próximo do final, mais constantes são esses picos e mais impossível é parar de assistir. Vale mencionar também que entusiasma bastante acompanhar a evolução dos robôs, a rivalidade envolvida na sua produção, bem como o visual e o poder que apresentam.
Parte 1 – Impressões finais da temporada Spring 2023.
Kimetsu no Yaiba: Katanakaji no Sato-hen — No tocante ao visual é espetacular, também tem uma boa direção e dão aos heróis bons desenvolvimentos. Entretanto, ironicamente os vilões transmitiram pouca emoção. Ademais, faltou suspense, apreensão, elos e um clímax extraordinário.
A maioria dos vilões dessa franquia tinham uma história, essa fórmula não é uma regra obrigatória para todos os animes, mas eu senti que nesse título faltou isso. Pois, entre outras coisas, era coerente com a visão que estava sendo construída do protagonista de considerar apenas o Muzan como um vilão de verdade, contrariando a dos outros caçadores que consideravam todos os onis maus e não vítimas. Também faz diferença porque essas coisas tornavam os vilões mais complexos, mais orgânicos e os humanizavam. Outro ponto é que fazia o público ter empatia pelos vilões ou pelo menos tornava mais compreensível as atitudes deles. Não era simplesmente aquele vilão raso que é mal por ser mal. Logo, eles passavam emoção quando estavam perdendo ou mesmo ganhando. Alguém pode dizer que no último episódio mediante um flashback nos instantes finais de um deles foi trabalhado algo assim, mas convenhamos que nos poucos segundos que apareceram essas memórias, não deu para trabalhar nada.
O desenvolvimento dos heróis com dramas instigantes foi bom, mas o modo como isso foi feito é outra história. Não tenho absolutamente nada contra flashbacks, porém é um recurso usado demais na franquia de Kimetsu, e ter os três novos heróis que são desenvolvidos nessa temporada com flashbacks dos seus passados no meio das lutas é no mínimo uma falta de inspiração. O motivo para ser feito exatamente assim, de colocar o flashback justamente no meio da batalha, é que faz a luta se prolongar, a fazendo parecer grandiosa e elevando o clima do conflito. Portanto, pensando nisso até ignoraria sem problemas ser algo repetido, se essas recordações demonstrassem um elo significativo para com as lutas, mas com exceção de uma dessas recordações as outras eram irrelevantes e mesmo a que foi relevante é pouco relevante. Na minha opinião pareceu um trabalho preguiçoso da autora, que simplesmente não tentou encontrar outra forma melhor de contar a história desses personagens.
Se um dos heróis morresse, fosse mutilado, ou pelo menos que o anime nos fizesse acreditar que coisas assim poderiam acontecer, passaria a sensação de consequência, um maior drama e apreensão. Entretanto, confesso que minha maior apreensão era com relação aos figurantes da vila dos ferreiros, o que eu acredito que pela posição deles de figurante não deveria ser. Nessa altura da franquia já está escancarada a prisão na fórmula de que os protagonistas apanhariam muito para no final ficar tudo bem com todo mundo.
Não existindo riscos para os mocinhos, e o anime não se dando ao trabalho de desenvolver pelo menos uma grande antipatia pelos vilões. Como com essas circunstâncias gerar um clímax épico? Talvez poderia ser por meio do suspense? No entanto, para desenvolver um suspense é preciso no mínimo mistérios e poucos são os que restam a serem revelados. Ademais nessa temporada não trouxeram outros grandes mistérios. Piora mais ainda para o climax quando o anime faz comédia ou traz uma áurea alto astral em momentos que deveriam ser delicados.
Dito tudo isso pode parecer que o anime é ruim, porém não. Destaquei as falhas porque poucos falam delas, mas o que tem de bom é realmente excepcionalmente bom. A Ufotabel abala os pilares do entretenimento quando se trata de produção de ponta em termos de áudio e visual. Além disso, o diretor fez milagres acrescentando várias cenas que melhoram absurdamente o material original. No mais, é uma obra que cativa a querer assistir e a continuar assistindo.
Um adendo, essa em tese é a terceira temporada, se desconsiderarmos que fizeram uma temporada com o arco do trem. Ironicamente padece do mesmo mal de Homem-Aranha 3, sendo esse o excesso de personagens, principalmente de vilões.
Dr. Stone: New World — A primeira metade, com exceção do final do episódio três, está abaixo das temporadas anteriores. No entanto, a segunda metade apresentando novos personagens, novos inimigos e desafios, deu uma elevada considerável no anime.
Alguns diziam que esse seria o pior arco do mangá, confesso que independente disso as minhas expectativas eram baixas para essa temporada e o início estava dando indícios que o anime realmente seguiria essa linha. Entretanto, da chegada na ilha em diante o anime mudou bastante e de uma forma que eu não imaginei que gostaria tanto. Surpresas, mistérios, reviravoltas, personagens estilosos e um pouco de fanservice. Só não dei uma nota melhor porque faltou um grande momento deslumbrante, algo que me emocionasse assim como teve nas temporadas anteriores. Por fim, quero deixar registrado o quanto gostaria de romance nessa obra.
Boku no Kokoro no Yabai Yatsu — O romance é bonito, mas é principalmente divertido de acompanhar, bem cativante e aos poucos evolui. Algumas impressões iniciais mudam com o decorrer da trama, pois o roteiro é muito bem escrito. Já os personagens são carismáticos e com identidades.
Uma coisa interessante a se comentar é a “tradução” que fizeram de certa cena para a versão em inglês, adicionando o termo Mansplaining, um encaixe forçado que não tinha no mangá, nem na versão japonesa do anime. Só posso dizer que isso é doença da militância e são exatamente por não ter essas loucuras que as obras japonesas são boas.
A frase era: “ O quê? Eu comecei a explicar moda literalmente para uma modelo profissional? ”. A versão em inglês estava: “ O quê? Eu comecei a mansplaining fashion para literalmente uma modelo profissional? ”. Que nojo da doença americana, que nojo, que nojo.
Outro fato interessante sobre esse anime que vi na internet é de estar sendo acusado por um youtuber conservador de ser um anime yaoi (boys love). Eu não sei mais detalhes dessa acusação, porque assim que ouvi isso desisti do vídeo a fim de manter um pouco de sanidade mental.
O anime sofreu preconceitos, pois a primeira impressão é de ser um romance infantil escolar saturado, e de certa forma isso não está errado. No entanto, a obra é tão bem escrita que o anime consegue não apenas ser bom, mas extrapola em muito a demografia que seria alvo, se tornando um dos melhores animes da temporada. Outro ponto de preconceito foi o protagonista escuro, mas ele não é do mal, como a primeira impressão pode deixar e pessoas precipitadamente possam julgar. Apenas o personagem é mais complexo e problemático do que o habitual.
Para efeito de comparação e entenderem melhor o meu ponto, na temporada anterior a essa saiu um anime de romance chamado Otonari no Tenshi-sama, o qual tem um romance muito singelo, mas é somente isso. Justamente o que faltou em Otonari foi colocado em Boku no Kokoro, posto que para que uma história se torne cativante é preciso uma problemática e de preferência personagens imperfeitos, mesmo que o romance seja puro e os personagens carismáticos. Ademais a relação romântica em Boku no Kokoro vai continuamente evoluindo em seu próprio ritmo, de forma atraente que não pareça ser rápida nem parada. Melhora mais da metade em diante dos episódios, quando o ambiente sai um pouco mais do escolar, demostrando uma progressão na relação do casal.
My Home Hero — A premissa é maravilhosa, mas o desenvolvimento tem vários momentos muito irritantes em função do protagonista que é revoltantemente fraco. Em um momento ele até consegue de maneira interessante superar os problemas, porém até lá é angustiante.
Acreditei que estouraria de popularidade ou que pelo menos com o passar dos episódios aumentaria significativamente, porém isso infelizmente não aconteceu. Julguei que independente da popularidade seria sensacional, mas também não foi. Apesar dos problemas a obra me fez gostar dela a ponto de não me arrepender de ter assistido e de ficar querendo uma segunda temporada que dificilmente haverá, mesmo tendo material para isso. De qualquer modo não desaconselharia, porque o final foi ótimo e é bem fechado.
Vinland Saga Season 2 — Incomoda algumas filosofias e a cena dos cem socos, a qual é melhor no anime, já o diálogo que a segue é melhor no mangá. Entretanto, tirando isso, é uma obra absurdamente primorosa em todos os aspectos que possam ser avaliados.
Essa temporada é melhor que a primeira, posto que ao contrário da anterior se mantém em um nível elevadíssimo durante todo tempo, em todos os episódios e sem precisar ficar apelando para a ação. Inclusive quase sempre também é melhor que o mangá, mérito do diretor que amplia a obra. Temos que bater palmas não somente para a direção, mas para o estúdio, para toda a equipe, para os produtores, para todos os que acreditaram e possibilitaram que esse projeto fosse realizado com muito carinho.
Não concordo com algumas filosofias do anime, pois as considero irreais de um ponto de vista lógico e a luz da história. Entretanto, respeito muito uma obra que tenha algum conteúdo e se proponha a fazer as pessoas pensarem. Outro ponto, admiro que tentem passar uma mensagem positiva de arrependimento, de mudança, de reedificação, de liberdade e de paz. No mais, são pensamentos muito coerentes com o tipo de personagem quebrado e contextualizado ao ambiente que se enquadrava. Conteúdo e complexidade é isso o que espero de uma boa obra direcionada para um público adulto.
A obra tem um grande roteiro e um espetacular trabalho de personagens, é tão grandioso o que fazem nesse sentido que tenho dificuldade em expressar essa magnitude. Os personagens têm arcos completos, complexos, surpreendentes, superadores, instigantes. O fato é que isso resulta em belíssimas, reflexivas e impressionantes cenas dramáticas. Acompanhadas de um espetáculo visual com uma não menos espetacular trilha sonora. Como se não bastasse tem uma direção que sabe oferecer os enquadramentos certos, com tons de cores certas e com o ritmo certo, logo não tem como não se emocionar.
Kubo-san wa Mob wo Yurusanai — O anime é focado em um romance fofo, com pitadas de comédia e algumas problemáticas. A singeleza do romance combinaria melhor com algo mais verossímil e não me agradam os traços de forma geral.
Em tese esse não era para estar nas impressões finais dessa temporada, pois saiu na passada e deveria ter finalizado nela, mas teve problemas de produção e ficou com duas metades. Não me angustiou em assistir tanto à segunda metade quanto pesou a primeira, talvez porque a progressão do roteiro possibilitou isso. Outro ponto são os traços mais puxados para o cartunesco que incomodavam, mas que me desagradavam menos na segunda metade, talvez por eu ter me acostumado. Fato é que a segunda metade é superior à primeira e talvez tudo isso seja por conta que maior tempo de produção tenha dado resultados. Entretanto, a infelicidade do destino é incontrolável, e essa obra tem a mesma dinâmica e muitos elementos parecidos aos do anime Boku no Kokoro, que saiu nessa temporada e é inegavelmente bem superior.
Kono Subarashii Sekai ni Bakuen wo! — O ponto forte é o enredo internamente bem mais coeso do que o da obra original e a Megumin tem seu carisma. No entanto, não tem os mesmos grandes momentos cômicos e alguns encaixes com a obra original parecem forçados.
A Megumim é a menos pervertida e a mais normal do quarteto original. Por isso não tem como oferecerem certas piadas escrachadas em uma trama contendo somente ela desse quarteto e principalmente sem o Kazuma para fazer um par. No entanto, isso não quer dizer que o anime não tenha encontrado outros modos de ser engraçado e de que não tenha fornecido outros personagens para fazerem interações cômicas.
Avaliar é comparar e comparando em questões mais técnicas de produção, visualmente essa temporada parece um pouquinho superior que às duas temporadas da série principal. Também fecha muitas pontas soltas que a franquia tinha deixado e nesse sentido é recomendado para quem seja muito fã. No mais é uma obra com um final bem fechadinho, sem espaço para uma continuação que não seja na sequência principal.
O Kono Suba original sempre demonstrou pouca preocupação com a história e focou nas piadas. Isso me inquietava muito, porque a trama parecia sem rumo, jogada, mal arranjada e as vezes incoerente. Já nessa senti que houve uma direção e uma coesão. Dito isso, teria melhor êxito se não existisse uma obra original, porque onde senti que forçou foi para fornecer fanservice e encaixar coisas da obra original.
O primeiro episódio tem seus pontos positivos, mas dormi nele e foi o que achei mais difícil de assistir. Quase todos os episódios tiveram alguns momentos cativantes, porém somente do meio em diante da temporada foi que apreciei um pouco mais a trama. Sendo assim fiquei bem em dúvida sobre qual nota daria a essa obra, visto que em alguns aspectos é melhor que a original, mas em outros não.
Não é um trabalho que eu ame, que me arrependeria se não tivesse assistido, mas o contrário também é verdade, pois não me arrependo de ter assistido. Injusto acusarem de ruim, é gostoso e a única coisa que achei de fato amargo foram as mortes de dois personagens.
Yuusha ga Shinda! — Tinha muito potencial e há alguns momentos altos, mas no geral não foi como deveria. O principal problema foi que não acertou o timing cômico. Talvez funcionasse com uma comédia mais escrachada e faltaram elementos sérios contrastantes.
Tentaram trazer um humor do tipo Kono Suba, que tem uma fórmula comprovadamente acertada de paródia com fantasia, ação e ecchi. No entanto, fizeram sem uma Aqua, sem uma Megumin e sem uma Darkness, apenas com o Touka que é uma versão um pouco mais virtuosa do Kazuma. Tem um ou outro momento que algum outro personagem além do Touka é utilizado para tentar produzir algo cômico, mas geralmente não funciona e são momentos pontuais de personagens que não fazem um par cômico com o protagonista. Mesmo o Touka, justamente por ser um Kazuma mais correto, nesse quesito cômico só tem resultados ligeiramente aceitáveis da metade em diante do anime.
Logo no início da temporada dei uma olhada no mangá e as piadas funcionavam muitíssimo melhor nele. Não vou exagerar e dizer que o mangá é perfeito, mas se tivesse sido adaptado para anime pela equipe correta, por pessoas que melhorassem a proposta, poderíamos ter tido algo excepcional. Definitivamente precisava de um diretor bom para oferecer principalmente o ritmo certo, o tom certo, explorar as coisas certas e cortar as coisas erradas. A produção também parece ter tido baixo orçamento, pois a obra tem traços comuns, cenários genéricos, cores inadequadas, ausência de trilha sonora em alguns momentos, e carência de mais expressão faciais engraçadas.
Com fazer piadas sem contrastes? Penso que a obra deveria ser mais escrachada, mas deixar isso cômico necessita de uma parte séria. Existe uma falta de contrastes, e não é que não tenha nenhum, apenas não são o suficiente. O herói morto não parece sério, o reino não parece sério, os vilões não parecem sérios, o prefeito não parece sério, os aliados não parecem sérios, quase nada parece sério. Quando tudo é uma piada, nada funciona como uma piada.
Para manter um clima típico de aventura, ao mesmo tempo que nada é tratado a sério, também nada é tratado totalmente como uma piada. Não é só questão de não funcionar porque tudo é piada, é porque tudo é um meio-termo. Tem uma frase bíblica que diz o seguinte: “porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei”. Ademais essa falta de seriedade também torna toda a trama pouco crível, forçada. Boas piadas são subversivas, inusitadas e inteligentes.
Não vou dizer que foi de todo ruim, visto que o anime tem uma aventura que deixou com um gosto de querer ver onde essa história vai chegar. Outro ponto foi que amei a abertura, pois resume bem a obra e também tem uma ótima música. Além disso, gosto muito de personagens do tipo Jiraiya, ou Mestre Kame, que produzem um humor impoliticamente correto. No mais, o anime tem umas Waifus bem interessantes.
Tonikaku Kawaii 2nd Season — Tem a sua beleza, tem o seu valor, mas nessa temporada as progressões em todos os sentidos foram extremamente lentas. Pior, repetiu as mesmas coisas da primeira temporada, com pequenos escalonamentos, o que obviamente saturou.
Lamento demais não terem entregue algo melhor nessa temporada, porque é uma obra riquíssima pelas inúmeras referências ao conto do Cortador de Bambu, a mais antiga narrativa japonesa. Conto o qual deriva a lenda que deu nome ao monte Fugi. Também não é somente dessas belas raízes lendárias que o romance se sustenta. Pois, oferece novas perspectivas, com novas reflexões e a trama segue mais uma linha de ser uma continuação.
Certas abordagens temáticas já tinham dado tudo o que podiam oferecer na primeira temporada, e escaloná-las ainda mais não era algo interessante, pior ainda é repeti-las escalonando só um pouquinho. A obra precisava ter reinventado a sua problemática, sem perder a sua alma e mantendo um subtexto com conteúdo. O caminho correto para isso era focar nas revelações de alguns dos mistérios e oferecer um aprofundamento das mitologias.
Assisti quase oito episódios legendados e o restante final dublado. Eu não sabia que a dublagem estava sendo simultânea ao lançamento. Foi insuportavelmente maçante assistir legendado, pois a progressão estava sendo lenta e a dinâmica era repetitiva. Chato! Entretanto, melhorou absurdamente ao assistir dublado, porque como eu não tinha que ficar muito atento ao texto podia apreciar a obra mais como uma descontração. Em resumo, é daquele tipo de anime que é feito para só funcionar se for assistido dublado. Logo, a minha experiência ficou comprometida pela forma errada como a consumi.
O Melhor diálogo foi no episódio 11. Nasa pergunta: "por que as pessoas se casam". Tsukasa responde: “… porque ninguém vive para sempre”. Foi algo profundo, foi filosófico, foi inteligente e meio que explica porque uma imortal não tinha se casado ainda. Essas sacadas geniais de conteúdo me dão um sorrisão, são coisas assim que gosto de ver em obras.
Talvez eu esteja sendo muito duro com esse anime, porque tem muitas coisas singelas, belas, inteligentes. No entanto, pesou como o assisti no meu julgamento e não me emocionou a ponto de quase chorar como na primeira temporada.
Tengoku Daimakyou — O mangá já era comedido e sem foco no fanservice, mas o anime multiplicou absurdamente a censura. Está comprometidíssimo com o politicamente correto, isso é profundamente desapontante. No mais, o tom do mundo não combina com apocalipse.
Em um mundo com uma ordem normal estabelecida, certas coisas acontecem cotidianamente, as quais podem e precisam ser abordadas sem amarras. Ainda mais em algo que é direcionado para um público adulto, como deveria ser o caso dessa obra. Mesmo no mangá senti uma fortíssima relutância em quererem abordar a temática sexual, por mais que em um mundo apocalíptico fizesse extremo sentido. É perceptível o medo em fazerem isso pelos poucos momentos que a obra mostra coisas assim, com cenas rápidas e pouco sexuais. Nitidamente dava para ver a preocupação extrema dos criadores de que sua obra pudesse receber críticas e ser rotulada. O que torna o trabalho capado pelo politicamente correto, obviamente incompleto.
O primeiro momento dessa temporada com ecchi, eram de meras imagens de uma garota nua, que no anime foram ainda mais censuradas. De qualquer modo entenderia mudanças pontuais nessa cena, porque estava no início do anime e não podia espantar o público. Também não eram imagens que fariam muita diferença para a trama, e os desenhos da personagem ficaram melhor do que no mangá. Aprovei a mudança principalmente porque mesmo mostrando menos ficou mais sensual.
A segunda cena com ecchi era de preliminares sexuais e novamente no anime houve mais censura, mudando ângulos e mostrando menos dos corpos. Entretanto, esse nem foi o problema e sim que mudaram para um tom bem mais cômico, quando no mangá tinha bem mais sensualidade nessa cena. Não vou dizer que prefiro a adaptação do anime, mas dava para tolerar porque o tom não ficou ruim.
Já o que fizeram com a terceira cena com ecchi é revoltante demais. Não contei os quadros do mangá, mas com um simples olhar por cima dava para perceber que não adaptaram nem a metade. Para aliviarem ainda mais ficaram intercalando com outras cenas, as quais não tinham referência alguma com o que estava acontecendo naquele contexto e pertenciam a outro capítulo mais à frente do mangá. Os desenhos também estavam feios, como exemplo: simplesmente despeitaram a garota, para não mostrarem no espelho os seios dela. Podiam ter pelo menos mudado o ângulo, mas a deixaram com os peitos na barriga e cobertos com um braço. Tudo foi muito rápido no anime para o tamanho que tem essa parte no mangá, logo não passou o peso emocional que deveria para o público, nem a magnitude que esse evento tem para a trama e para os personagens. Alguém muito ultra sensível ou simplesmente alguém que queira lacrar, vai dizer que se chocou, mas a verdade é que a cena no anime não passou quase apreensão e cortou muitíssimo do mais importante que era como a Kiruko estava reagindo aquilo tudo.
Falei bastante das cenas de ecchi, mas elas não foram as únicas que sofreram censuras, as cenas de ação com mais violência também foram censuradas. Uma das que mais senti o impacto dessas alterações foi a cena do barco. Nessa cena no mangá havia um casal namorando, o qual não é mostrado no anime. Isso fez muita diferença, pois a morte desses personagens deixaria a cena impactante, aumentaria o drama, e combinaria com o clima proposto pela obra.
Tem outras alterações que não foram censura, mas que geraram incompreensões ou compreensões equivocadas. Um exemplo é a cena da morte da mãe do Jugo, na qual no anime não diz que o grito do traidor acordou as mulheres. A simples falta dessa frase faz diferença para o entendimento da cena, pois a morte fica sem explicação. O que realmente no mangá passa é que o pai do Jugo pretendia fugir com o seu filho a noite sem a mulher, como ela não permitiria levar o filho foi morta por ele. Um youtuber muitíssimo famoso chegou ao ponto de dizer que quem morreu foi o traidor, e que o pai do Jugo estava fugindo com a mulher.
A única cena que esse diretor mexeu, que talvez seja digna de algum elogio é a cena final do episódio oito. No geral o trabalho desse diretor foi um copiar e colar do mangá, com os ápices profundamente censurados e estragados. Ainda bem que não tenho um caderno da morte, mas com certeza o nome desse diretor vai entrar na minha lista negra e vou correr de qualquer trabalho que ele puser as mãos.
Estou culpando muito o diretor, mas a culpa pode nem ser toda dele, porque quem comprou os direitos de exibição desse anime foi a maldita da Disney e todo mundo sabe como essa organização é ideologizada. Certamente deve ter sido acordado alguma censura prévia com a desculpa de mercado. Minha esperança na humanidade é de que essa desgraça chamada Disney está acumulando prejuízos.
Uma das poucas coisas que eu esperava que a adaptação fizesse e poderia ter feito, era que mudassem um pouco o tom do mundo para algo que aparentasse ser mais apocalíptico. Isso nem seria muito difícil, porque no mangá não tem cores, não tem sons, bastava fazerem as escolhas certas. Se eu fosse o diretor também faria algumas alterações nos cenários e na trama, para que o anime realmente conseguisse parecer que tinha um mundo apocalíptico.
O mangá tem coisas pesadas que poderiam ser muito mais pesadas e precisavam ser mais pesadas. No entanto, o que era para ser uma aventura apocalítica virou um passeio no jardim de infância. Infelizmente o que fizeram foi cortar o pau no mangá e arrancar as bolas no anime. Realmente quem fez a transição de gênero e foi estuprada foi a obra. A arte precisa ter a liberdade poética para ser um reflexo da realidade que muitas vezes é cruel, é trágica, é impactante.
Yamada-kun to Lv999 no Koi wo Suru — Lembro que mesmo apostando nele, desconfiava que seria difícil levarem o anime com essa proposta por doze episódios, mantendo o interesse elevado na obra. Bem, agora que acabou, não acho que foi nada fácil, mas admito que conseguiram.
Por conta da proposta tem momentos que o anime trabalha coisas que em outros animes provavelmente seriam chatas ou vergonhosas, mas é impressionante como essa obra consegue desenvolver essas coisas tão bem. Certamente isso é mérito de um enredo excepcionalmente bem escrito e de um diretor que soube oferecer o ritmo correto para tudo, mas se tem outro fator que devo destacar são os personagens que nos dão muito contentamento. Todos os personagens são ótimos e em especial o casal principal. O protagonista fica muito melhor no final, mas a Akane nos conquista desde os primeiros instantes.
Com personagens jovens demais os romances ficam muito infantis, e é preciso uma maior suspensão da descrença para podermos acreditar que esses personagens teriam a maturidade para agir da forma como essas histórias os conduzem. Já com mais velhos, tendo em vista que pessoas reais mais velhas geralmente são bem diretas nas relações amorosas, o romance poderia perder a magia. Logo, para produzir uma história com personagens assim, é necessária a boa vontade do público em acreditar que a trama seguiria certos rumos. Em virtude desses fatos, optar por fazer um romance com personagens do final da adolescência e início da vida adulta é a escolha que oferece maior verossimilhança.
Não é somente por parecer uma trama mais realista que gostei dessa proposta com personagens de idade meio-termo. Tendo em vista que a maioria dos animes pega personagens novos demais ou velhos demais, pegar um meio-termo possibilita a desenvolver situações menos exploradas. Tais como um romance desconstrutivo e com ótimos finais de episódios que criam expectativas. Além de tudo, esse anime tenta trazer um romance com uma temática mais atual envolvendo jogos online.
Não esperava um romance tão bom desse jeito, sinceramente fazia tempo que via algo desse tipo nesse nível. Superou toda e qualquer expectativa que eu tinha sobre essa obra e merece palmas.
Isekai Shoukan wa Nidome desu — Grande perda de tempo, não tem nada que seja realmente bom, a produção é fraca, a direção é ruim, o roteiro é um lixo. O que mais tem são clichês, incoerências e coisas que dão vergonha alheia.
Tão lixo que não tenho a mínima disposição de escrever mais uma linha se quer sobre esse anime. Também sinto que qualquer coisa que eu escreva após ter dito que é um lixo será desnecessário e meio que redundante. Esse anime é muito medíocre, é uma referência de como uma obra não deve ser feita. Se fosse uma inteligência artificial que tivesse escrito o roteiro não seria tão genérico, tão vergonhoso, tão desconexo, tão imbecil, no mínimo seria inteligente. As garotas não prestam, o protagonista não presta, os vilões não prestam e a produção é mequetrefe. Socorro!
No começo da temporada fui ler o mangá e vi umas piadas boas com ecchi no início dele, mas foram absurdamente censuradas na adaptação para anime e estragou a comédia delas. Por conta disso eu pensei que mais à frente poderiam aparecer cenas interessantes, mas que ledo engano, essa obra é um perfeito combo de ruindades. A única coisa que aparentemente tinha de bom no mangá o anime conseguiu estragar.
A gravidez da Ai é igual a de qualquer adolescente?
Primeiramente é falso dizer que todo mundo isenta o fato da Ai engravidar com 16 anos, nem mesmo o próprio Guto isentou isso, tendo em vista que no vídeo ele afirma esse ser um grande problema. Ser um problema também não é necessariamente condenar a garota dizendo está errada, dizer isso como o Ig0y fez é um juízo de valor, altamente subjetivo e baseado somente na idade é abominavelmente preconceituoso. No entanto, concordo que as sociedades mencionadas no vídeo não veem com bons olhos a gravidez na adolescência. Por terem uma mentalidade dominante progressista no sentido que a mulher antes de formar uma família deve ser independente com uma carreira profissional e um ensino superior. Não seguir essa cartilha gera certas indignações ideologizadas de lacradores que tentam construir uma moral pós-moderna. A despeito disso, as mulheres devem ter todo o direito de escolherem o que elas quiserem para suas vidas, devem ter o direito de buscar a felicidade sem imposições.
Gravidez na adolescência é algo escandaloso quando acontece com pessoas comuns? Garanto que não é algo anormal para estampar os jornais e sejamos honestos que na nossa sociedade a população somente se importa com a conta. No Brasil cerca de 14% de todos os partos são de mães adolescentes. Esse indicador ano após ano vem sofrendo uma redução, devido ao envelhecimento da nação, a existirem anticoncepcionais, a abortos serem cada vez mais populares e a maior instrução da população. Se por um lado os partos estão reduzindo em idades mais novas, por outro lado, cada vez mais cedo os jovens iniciam as suas atividades sexuais. Quase 50% dos jovens tiveram sua primeira relação sexual na adolescência, 30% antes dos 15 anos e pelo menos 1/3 sem uso de proteção. Pessoas comuns tendo recursos não sofrem coerção, diferentemente de ídolos musicais jovens da cultura japonesa (idols). Para as idols até mesmo uma troca de carinhos mais íntimos é um problema, namorar enquanto seguir essa carreira é terminantemente proibido, ter relações sexuais e engravidar é um gigantesco escândalo.
De fato, a carreira de um idol é curta e não passa dos 30 anos, logo fazer a protagonista ter um filho aos 16 anos parece ser o mais conveniente. Qual o problema com isso narrativamente falando? Existe algum demérito nisso que justifique essa crítica do vídeo do Ig0y? É um encaixe narrativo coerente com a proposta. Além disso, discordo categoricamente com a afirmação feita no vídeo do Ig0y que a obra não está fazendo uma crítica a forma de vida de mentiras que a personagem está inserida, isso é comprovado por ela ter uma gravidez escondida. Por derradeiro, concordo que o anime parece não se importar em querer fazer uma crítica negativa comum a gravidez na adolescência, até porque não é uma personagem comum e não tem problemas comuns.
O anime obrigatoriamente teria que retratar de forma negativa a gravidez na adolescência? Por que o ig0y é tão etnocêntrico e quer impor críticas que colaborem com seus valores em tudo? O Japão detém uma taxa de 0,4% de adolescentes entre as mulheres que dão à luz, isso é 35 vezes menor do que a brasileira, que por sua vez é 4 vezes menor que a subsaariana. Essa taxa japonesa é a menor de gravidez entre adolescentes de todo o mundo. Também é preciso dizer que o problema de baixa natalidade que o Japão vive atualmente é a maior preocupação de todos os japoneses, não são os terremotos, não é a economia, não é a China. Logo, mostrar desaprovação por algo que a nação está buscando desesperadamente não faz sentido.
Não jogar uma pessoa na fogueira é ser favorável aquilo que ela fez? Onde foi que o Guto disse que não tinha nenhum valor na menina ser criticada por ter 16 anos? Pelo menos não vi isso no vídeo do Guto. Onde o Ig0y viu todo mundo dizendo que não tinha nenhum valor na menina ser criticada por ter 16 anos? Certamente em alguns bolsões conservadores da sociedade ainda exista alguma resistência a não aprovar comportamentos sexuais fora do casamento, implicando também em certos tipos de gravidez na adolescência. Não é todo mundo como foi dito, todavia vou dar algum crédito ao Ig0y, porque de forma geral, a mentalidade da sociedade ocidental é permissiva a prática de relações sexuais libertinas com algumas poucas exceções. O problema é que o Ig0y parte de um pressuposto bastante superado que as pessoas condenam, quando elas de fato só não querem é ter despesas. Logo, não tem porque “todo mundo” sair fazendo críticas sobre essa garota, quando não a repudiam. Para reforçar, no Brasil, 26% das adolescentes se casaram ou foram morar com seus parceiros antes de completar 18 anos. Não sei onde o Ig0y vive, talvez seja onde a população é muito conservadora nesses assuntos, mas pessoalmente acredito que não deva ser nesse planeta.
Teve um momento do vídeo que o Ig0y ainda falando sobre gravidez da Ai perdeu a paciência e começou a dizer impropérios, o qual é o argumento de quem não tem argumento. Isso porque alguém falou da gravidez de adolescentes na África. Em resposta o Ig0y inquiriu o nome de cinco países desse continente, entendi que não foi negando propriamente, mas foi um argumento de autoridade e de ataque ao argumentador. Sei decorado o nome de quase todos os países da África, porém saber disso não significa absolutamente nada para o argumento que adolescentes engravidam. Só para constar com dados da ONU, todos os países da África Subsaariana têm essa situação. Para terem uma noção, de todos os nascidos de mães entre 15 e 19 anos de todo o mundo, 48% deles nasceram somente na África Subsaariana. Estudo do Fundo de População das Nações Unidas, Unfpa, revela que em países da África Subsaariana, mais de 60% das gestações ocorrem em meninas com menos de 17 anos.
Na análise feita no vídeo do Ig0y, foi contestado o fato da informação de gravidez da Ai não ter vazado. É comum os escândalos vazarem? Sim, mas quantos tantos passam décadas até serem descobertos e quantos tantos nunca são revelados. É impossível calcular se tem mais escândalos que vazam dos que os que nunca vazam. Só tem como especular que são muitos os que nunca chegam a público, com base que são muitos os que demoram muito tempo a vazarem. Existem inúmeros casos de celebridades internacionais super famosas que conseguiram esconder a gravidez e não custa lembrar que a protagonista é somente uma subcelebridade japonesa. Não existe nenhuma incoerência nisso, até mesmo dizer que é conveniência é complicado quando não se tem como calcular probabilidades. Ademais, o anime tratou dessa questão dizendo que a Ai foi para uma cidade pequena e que usou um pseudoanônimo. Tem também uma cena no anime onde uma idol é notícia casando e estando grávida, em outras palavras, casou para não escandalizar.
Algumas ponderações sobre críticas a gravidez da Ai.
Uma crítica moral é bem complicada, pois a sociedade japonesa tem seus próprios valores, que não podem ser medidos com régua ocidental, a fim de que possam exigir que o anime faça uma condenação por ser uma gravidez fora do casamento. Além do que por Ai estar no mundo artístico, é uma personagem desapegada a valores morais, mesmo os pertencentes a cultura japonesa. Vale também destacar que a crítica moral da idade seria mais do conservadorismo das tradições. Já para questões religiosas seria apenas em virtude de não ser casada.
Críticas familiares tem seu próprio aspecto, mas estão muito ligadas a críticas morais e psicológicas. Dito isso, as definições de família e de estruturação dela estão mudando continuamente. Assim como também é muito complicado dizer se alguém com 16 anos não tem uma estrutura psicológica para ter uma família. Na minha opinião, essa mentalidade pós-moderna de protecionismo exacerbado sobre os jovens, sempre os tratando como incapazes e inaptos, defendida pelo Ig0y, causam muitos danos a sociedade, gerando coisas como os hikikomoris. Outro ponto, é que a Ai não tinha família para surgirem conflitos durante a gravidez, exceto se ela tivesse um relacionamento sério com a pessoa que a engravidou. Ademais, é interessante notar que pelo menos nesse início da trama a relação amorosa da Ai não foi tratada como um abandono. Talvez isso seja um reflexo da sociedade atual japonesa, ou talvez queira passar alguma mensagem, porém o fato é que o Ig0y não se atentou para essa questão no vídeo.
Sobram as críticas a saúde física e o anime as fez. Foi dito que no caso da Ai poderia ter que ser uma cesárea, o anime também criticou a demora dela em ter a primeira consulta e ao tamanho da personagem para ter os bebês. Posto isso, senti que as preocupações foram mais por estar grávida de gêmeos do que por ter 16 anos. Críticas maiores só caberiam bem se estivessem falando de uma criança ou um pré-adolescente, mas 16 anos é quase um adulto e em alguns países 15 anos já é um adulto. Gostaria muito que o Ig0y entendesse que gravidez não é uma doença, que mulheres são biologicamente feitas para ficarem grávidas e que 16 anos não é uma idade de risco.
O tema é comum, logo é ruim?
Concordo que no gênero os temas desse anime são comuns e diria mais que são velhos. Entretanto, isso não significa que os temas nesse anime não tenham seus próprios méritos, que não consigam surpreender, que não consigam cativar e que principalmente não consigam emocionar. O anime trata de alguns temas da indústria do entretenimento de forma secundária, tais como: talento não é o mais importante, dificuldades burocráticas, dificuldades financeiras, comportamento de celebridades, dificuldades para manter uma imagem ideal, relação de estrelas com os fãs e dos fãs com as estrelas. São coisas comuns, portanto, são as mais facilmente percebidas, mas não são o tema principal e mesmo sendo abordagens com perspectivas novas e enriquecedoras, não precisam ser complexas e profundas. O que frustra bastante é ver críticas aos temas desse anime sendo rasas, pelo simples fato de não se atentarem sobre o que realmente a trama quis falar. Temas como: amor, família, superação, hipocrisia, amadurecimento e responsabilidades. São tratados com muita mais profundidade do que o da indústria do entretenimento e ignorados pelos críticos. Para finalizar, o tema da obra é sobre vingança.
Gorou o virtuoso que morreu e reencarnou.
O Guto está correto e o Ig0y está errado por querer desumanizar o Gorou. Entendam, médicos são humanos como qualquer outra pessoa, que no exercício da sua profissão é preterido que não expressem juízo de valores, porém isso não quer dizer que eles não possam e não julguem em fóruns íntimos. Acompanhamos o Gorou não somente enquanto está realizando as suas atividades de médico com sua paciente, mas acompanhamos até no íntimo dos seus pensamentos. Isso é importante para evidenciar o caráter virtuoso do Gorou, em não ter juízos condenatórios, em não ser preconceituoso, em não deixar de ser fã por conta de uma gravidez e em querer ajudar a trazer a vida. Ao contrário do perseguidor, que também era um grande fã, mas não tinha virtudes, era tóxico, não respeitava a liberdade da Ai e queria trazer a morte. Também é preciso ressaltar a existência da Ai paciente e da Ai idol, o Gorou poderia não ter a mesma opinião de fã alinhada com as de médico. Para concluir, é impossível não comparar com o Ig0y, que pediu que Ai fosse condenada, que disse claramente que a Ai estava errada, que queria jogar a menina no inferno por ficar grávida. Tirem suas próprias conclusões sobre com quem o Ig0y se parece.
A morte do Gorou foi ruim como diz o Ig0y? Tenho duras críticas do encontro do Gorou com Ryousuke, e para quem tinha lido a sinopse do anime já sabia que em algum momento o Gorou iria morrer. Independente disso, a cena da morte em se, do momento que ele é empurrado em diante, consegue causar um certo choque, cria uma expectativa até o último instante de que o Gorou pudesse escapar e gera um certo mistério pelo corpo não ter sido encontrado. Tem como dizer que uma cena com esses elementos é ruim? Infelizmente, confesso que não me emocionou tanto, mas a culpa foi minha porque tinha pego spoilers e bem maiores do que os que estão na sinopse. Mesmo assim, consigo reconhecer o potencial e imaginar como deve ter sido impactante para quem foi ver sem saber de nada.
O Ig0y afirma que a reencarnação do Gorou foi uma propaganda pró-aborto, porque fica implícito que o corpo de Aqua não tinha alma antes do Goru morrer. Nessa questão de o feto ter alma/espirito, vou tomar como exemplo o que pensa a cultura judaica cristã. Para quem desconhece, isso é uma questão milenar no cristianismo e no judaísmo, é contencioso sobre qual é o momento que o corpo passa a ter alma. Independente disso, são religiões antiabortistas por entenderem que a vida se inicia no momento que a biologia determina, que é na concepção. Logo, é irrelevante a questão de qual é o instante específico que o corpo adquiri uma alma, porque não existe vida humana mais valiosa do que a outra. A vida é um dos pontos mais fundamentais dessas crenças e o assassinato para essas religiões é pecado. Entendo que certas concepções teológicas dão mais margens para que pessoas possam tentar defender o indefensável, mas daí fazer uma ilação que por pessoas exporem certas ideias necessariamente defendam outras é de uma plena ignorância. No mais, não foi afirmado se no universo desse anime todas as almas reencarnam no mesmo momento.
Fazendo alguns esclarecimentos do que pensa o cristianismo. Primeiramente há duas opiniões com bases escrituristica sobre como a alma humana é criada, são o traducianismo e o criacionismo que atualmente é a corrente majoritária. Um adendo, esse criacionismo não é o que faz contraponto a teoria da evolução. Voltando, a corrente do traducianismo acredita que as almas são criadas com os corpos físicos e a corrente do criacionismo que as almas são infundidas. Em qual momento elas são infundidas, aí tem tese para tudo, tem até de estágios da alma. A palavra grega peûma (espirito), significa: sopro, vento, ar, sopro divino, portanto existem aqueles que advogam que somente o recém-nascido após respirar é que tem espírito. A briga ainda é bem mais complicada, porque tem também a teologia da dicotomia (alma e espírito são a mesma coisa) e da tricotomia (alma e espirito são coisas diferentes).
O único instante que o anime fala sobre aborto é quando é sugerido a Ai. Isso se dar no momento que antecede a cena do telhado, na qual é onde ela responde à indagação dizendo que não tem família, que sempre quis ter uma e que sua família será feliz e divertida. O anime super pró família, que incentiva a não fazer aborto e trabalha com o grupo que é mais vulnerável a cometer esse ato, acusado por Ig0y de ser abortista. Ridícula essa declaração do Ig0y, é tão ridícula que prefiro acreditar que foi uma piada de extremo mal gosto.
Tem um momento do vídeo que o Ig0y fica desmerecendo o parto da Ai, perguntando quem fez, quem assinou. Essas indagações não têm lógica alguma para tentar refutar o argumento que o Guto vinha construindo. Também demonstram uma falta de atenção, posto que logo em seguida o Ig0y afirma que a Ai não ligava para quem iria fazer o parto, quando no anime a Ai disse no seu último diálogo com o Gorou que não queria outro médico. Além disso, faltou a compreensão do propósito e do foco que não é na Ai, mas no protagonista. Foi o Gorou que prometeu a Ai que faria aquele parto para que as crianças nascessem saudáveis e não o contrário. Ademais, ele refletiu ter encontrado o seu propósito em ter se tornado médico naquele parto, para garantir que fosse seguro. Não fazer isso é deixar um propósito inacabado o que justifica a sua reencarnação.
Em relação a suposta incoerência por conta do sumiço do Gorou. Primeiro, alguém encontrou o Gorou, basta observar que na última cena que ele aparece tem alguém se aproximando dele (14:55 a 14:57, lado direito da tela). Vemos a pessoa por detrás e no escuro, mas aparenta estar com um capuz parecido com o do assassino, logo provavelmente foi o próprio assassino que foi esconder o corpo. Segundo, é falso dizer que ninguém procurou e que ninguém notou o sumiço do médico, posto que teve um funeral simbólico. Terceiro, o Japão tem cerca de 80% do país coberto por florestas densas e relevos montanhosos. Facilmente alguém se perde e jamais é encontrado em uma pequena área de floresta, imagine em uma grande floresta. Quarto, segundo o New York Post, desde meados da década de 1990, cerca de 100 mil pessoas por ano desapareceram no Japão, simplesmente “evaporam” sem deixar rastro nenhum.
Ai aquela baranga.
O Ig0y ficou revoltadíssimo, porque a “mocreia” da Ai não virou uma baleia, cheia de celulites, com estrias e cicatrizes depois de um parto. Como pode ela não ter bulimia?! Seria o autor um imbecil por não mostrar esse clichê da lacração?! Afinal quem se importa dela ser bem jovem e ter optado por um parto normal (11:47 do anime) para não ficar com cicatrizes. Pessoalmente tenho várias lindas amigas que depois que tiveram um filho, voltaram rapidamente e sem esforço a ter o mesmo corpo de antes, algumas delas ficaram até mais bonitas. Também é preciso observar que nessa trama teve um salto de tempo entre o parto e a volta da Ai para os palcos. Como sei disso? O médico já tinha sido dado como morto, os bebês não tinham a aparência de recém nascidos, as crianças andavam (nove meses é o mínimo para uma criança começar a andar) e um personagem do estúdio disse que há meses não falavam mais do grupo da Ai. Incoerência não tem, e realmente era preciso mostrar a Ai fazendo regime, academia e ensaiando nesse tempo? O arco de preparação realmente agrega muita coisa a tramas? Quem estaria morrendo de vontade de ver enchimentos? No mais, assim que Ai volta aos palcos, a primeira pergunta que o apresentador faz é se ela está comendo direito e a resposta dela é que está comendo muito. A análise do Ig0y não faz sentido algum, colocações sobre cirurgia e questionamentos de recuperação pós-parto são infundadas, por ele simplesmente não prestar atenção no tempo decorrido e em ter sido um parto normal. Em suma, o Ig0y cobra que a obra faça aquela crítica genérica, ideológica, saturada, receita de fracasso, bandeira de feministas invejosas que não raspam os cabelos do sovaco. Aceitem, o que é belo é belo, o que é feio é feio, e tudo que presta tem um preço.
Esqueceram de mim.
O Ig0y reclama que o Aqua não reconhece que a Ruby era uma paciente sua de outra vida que reencarnou. Primeiro, a Ruby não quer falar sobre vidas passadas, porque ela tem medo que se o Aqua souber que ela era apenas uma garotinha vá ser inferiorizada (55:56 a 56:29 do anime). Segundo, o Aqua acha deprimente falar sobre a outra vida. Existe uma grande plausibilidade em não saber quem era aquela pessoa em outra vida se não falam sobre isso. Terceiro, é falsa a afirmação do Ig0r que a Ruby não tem nenhum traço para que o Aqua presumisse quem ela era no passado, posto que o comportamento dela pela idol o faz associar a Sarina (32:13 do anime).
Construção de personagens.
O Ig0y cobra características sui generis da Ruby. O que podemos exigir nesse sentido de uma criança de 12 anos? Apesar disso o anime entrega algumas características tais como: o fato dela ter tido câncer; de ter traumas com quedas; de ter uma relação de paquera com um médico; de ser fã de uma idol. Na minha opinião é uma construção suficiente, principalmente se considerarmos que isso é somente no primeiro episódio. Ainda sobre a Ruby, o Ig0y reclama também de que o câncer tem outras facetas que poderiam ser exploradas, e isso é verdade, mas só se deve falar aquilo que é pertinente a trama, caso contrário é enchimento desnecessário.
O Ig0y reclama que essa obra só tem dois ou três personagens. Isso demonstra que o Ig0y quer que todos os personagens apresentados sejam trabalhados da mesma forma. Somente uma pessoa que desconhece que existem vários tipos de personagens exigiria algo assim. Os demais personagens não precisam ter uma construção igual à dos principais, e se tem uma coisa que esse anime oferece aos principais é um arco completo de personagem. Por fim, eu queria saber onde o Ig0y encontrou essa regra que a qualidade de uma obra é definida pela quantidade de personagens.
O Guto é um merda desonesto?
Se alguém gosta demais de algo, ou queira vender algo, não vai ficar procurando e exaltando possíveis problemas. No caso de quem gostou demais, está implícito que considera irrelevantes possíveis problemas. Já no caso de quem queira vender, não cabe a esse ficar apontando possíveis falhas do seu produto, pois fazer isso é burrice. Não importa qual seja o caso, isso não torna o Guto um merda e um ser desonesto. No mais, a ônus da prova é de quem afirma, cabe a quem diz que é ruim apontar falhas e a quem diz que é bom apontar qualidades, não o contrário.
O Ig0y afirmou que Aqua falou “eu agradeço por ter sido assassinado”. Quando o que o Aqua falou foi: “fico feliz por poder de cuidar da Ai tão de perto, tanto que sou grato ao cara que me matou”. Por favor, interpretação de texto e entendimento de figura de linguagem, o foco não é em ser grato a quem o matou, mas em ficar feliz porque reencarnou naquela vida almejada. Logo em seguida o Aqua continua: “Mas a verdade é que queria ajudá-la a ter os filhos dela”. Até concordo que essa expressão do Aqua de ser grato pode não ter sido a mais adequada, por ser muito forte para expressar a sua felicidade, mas o que o Ig0y faz é usar um texto descontextualizado como pretexto para dizer impropérios. Não existem os problemas como o Ig0y coloca nessa fala, porém também é bom ressaltar que não há uma versão brasileira, o que temos é uma tradução feita por fãs, ou seja, pode ser que no futuro quando chegar a versão oficial as palavras sejam mais adequadas. Para jogar uma última pá de cal nesse caixão, no mangá ele não disse que é grato, ele disse que é "quase grato".
Primeiramente corrigindo o Ig0y, não foi o protagonista que falou que era “enviado de Amaterasu”, foi a Ruby e o que ela disse é que era a encarnação do Amaterasu. Eu queria entender qual o problema que o Ig0y ver narrativamente na Ruby dizer isso e pior chamando o protagonista de psicopata por isso. Já quanto a Miyako ser uma personagem de “bom coração”, ser ou não ser é uma questão muito subjetiva e desnecessária para o prólogo. Outra, uma pessoa que comete um deslize em um momento de fragilidade já é uma pessoa terrível? Mais uma, por que essa personagem tem que ser boa? Já para o resto da obra, tem um salto de aproximadamente uma década, onde a Miyako ficou cuidando da Ruby e se virando sozinha com a empresa. Isso muda as pessoas, isso as amadurece e é uma justificativa para as mudanças na personagem, coisa que o Ig0y diz que o anime não tem.
Respondendo às indagações do vídeo do Ig0y sobre a segurança da residência da Ai.
1. Por que Aqua não se passou por Amaterasu, manipulando a Miyako para avisar sobre o perseguidor e reforçar a segurança? Não era a casa da Miyako, o perseguidor estava sumido há vários anos e faltavam motivos para acreditar que a Ai estivesse em um perigo eminente. No mais, o perseguidor não necessariamente era uma ameaça que iria matar a Ai, tanto que é reconhecido e quando ele feriu fatalmente o Gorou foi em um contexto de fuga o empurrando de um barranco. Sem contar que mesmo com uma mente de adulto o Aqua tinha muitas limitações por ser uma criança.
2. Se fosse alguém na campainha pedindo açúcar, não descobriria o segredo da Aqua de ser mãe? Não, as crianças estavam no quarto. Também não seria uma incoerência porque o anime já tinha estabelecido que a personagem era descuidada, como foi no caso da entrevista.
3. Não tem olho magico e não tem câmera? Era uma residência nova (1:01:51 e 1:13:30 do anime). Além do que a negligência com segurança da Ai é justificada, pelo passado da personagem, por ser meio bobona, por ser bastante jovem e por ela admitir que cometeu uma falha, ou acaso ninguém pode errar.
4. Não tem uma secretária? A agência não tinha recursos nem para uma babá, quanto mais para uma secretária.
5. A Ai era muito famosa? Estava com uma carreira em ascensão, mas ainda era uma subcelebridade menor do que muitos youtubers brasileiros e não era uma Shakira da vida.
6. Tinha rios de dinheiro? Tinha recursos, mas o anime inteiro frisa que a Ai não ganhava a contente e que a agência era pequena.
7. Colocar portão de ferro? O Japão é um lugar muito seguro, portões de ferro não são comuns e de toda forma ela teria que abrir a porta para receber as flores.
8. Colocar um interfone? Que diferença faria falar por interfone, ou falar pelo outro lado da porta, se abriria a porta de todo jeito para receber as flores.
9. Portaria do prédio? Primeiro, tem alguns cortes que fazem pensar que seja um apartamento, mas também tem outros que levam a crer ser uma casa, o fato é que não sabemos se era um apartamento, uma casa, um sobrado, ou qualquer outra coisa. Segundo, é muito comum no Japão não ter portaria em prédios. Terceiro, provavelmente era uma casa, porque a maioria dos edifícios do Japão tem paredes de drywall e nos mais antigos são de madeira, isso significa que a maioria dos prédios não permite crianças. Portanto, quem tem família no Japão mora em casas, ainda mais uma idol que iria fazer barulho e precisaria de espaço.
O perseguidor.
Quando o Ig0y fala desse personagem indaga se isso é um dez, em seguida a outra pessoa que está com ele no vídeo reclama do perseguidor aparecer novamente com um capuz e o Ig0y ratifica a crítica. Se pegarmos os animes favoritos do Ig0y, os quais ele deu nota dez, o que não falta são personagens usando a mesma roupa em todas as ocasiões, alguns deles por anos. Além de ser uma crítica contraditória, não faz sentido reclamar de um capuz em cenas que pela situação que o personagem se encontrava eram contextualizadas.
O Ig0y reclama do Guto não ter mostrado a cena do perseguidor se arrependendo, como se o Guto tivesse a obrigação de mostrar somente porque o Ig0y quer. Esforcei-me bastante tentando ver algum problema nessa cena e não consegui. Até entenderia alguém que fizesse uma ou outra sugestão de como essa cena pudesse ficar melhor, mas problema mesmo tem zero.
O Aqua poderia ter salvo a Ai?
Depois que Aqua entra na cena, o tempo de 1 minuto e 54 segundos foi o que Ai precisou para afastar o seu agressor dos seus filhos. Enquanto isso o Aqua já tinha corrido para pegar o telefone e estava chamando a ambulância, exatamente a primeira coisa recomendada por médicos a se fazer em situações assim. Depois que o perseguidor vai embora passam mais 2 minutos e 49 segundos para a Ai morrer. Menos de três minutos foi o tempo que o Aqua teve, tendo um corpo de uma criança de quatro anos de idade, não tendo nenhum material médico disponível e tendo que se recuperar de um choque tremendo. Ainda assim ele conseguiu fazer um diagnóstico e uma recomendação médica de não se esforçar falando. Contudo, o Ig0y queria que o Aqua conseguisse fazer mais coisas. Detalhe, o garoto de quatro anos estava sendo contido por um abraço de sua mãe. Abraço esse contra o seu abdome onde o Aqua pressionava o seu ferimento.
Nessa cena no mangá (capítulo 9, página 10) o Aqua estava pressionando contra o ferimento com um vestido, ou com uma blusa, ou usando um saco plástico nas suas mãos para não infeccionar. O ferimento dela era gravíssimo, ela já tinha perdido muito sangue e um garotinho não teria a força necessária para estancar a hemorragia. Por ser um médico o Aqua já sabia ser irreversível o quadro e foi por isso que não quis deixar a Ruby ver a mãe morrer. Médicos não são Deus, não é porque tem um médico em um lugar que vá acontecer um milagre.
Quanto tempo demora para morrer depois de levar uma facada na barriga? Se o corte for profundo, menos de dez minutos, muito mais rápido se for na aorta abdominal. Cinco minutos já era o suficiente, mas o tempo preciso que Ai demorou para morrer não sabemos, posto que existe um salto temporal entre o encontro de Ai com o Ryousuke e a entrada de Aqua na cena. Como sei disso? Ela estava no final do corredor quando o Aqua a encontra, não mais na porta e já tinha muito sangue por todos os lugares. Durante esse hiato podem ter passado muitos minutos.
O conceito de reencarnação no anime.
O Ig0y reclama do porquê o Aqua não foi atrás da Ai reencarnada. No entanto, o Aqua não sabe se todos os seres humanos reencarnam, não sabe se todos reencarnam nesse planeta, não sabe se todos reencarnam como seres humanos, não sabe se todos reencarnam imediatamente. Mesmo que tudo isso fosse favorável para o Aqua, ainda teria um planeta inteiro para procurar com bilhões de pessoas nele. Tem muitas coisas que o anime não estabelece sobre reencarnação, mas lembrar da vida anterior é estabelecido como uma estranheza, ou seja, uma exceção. Procurar uma alma reencarnada que possa não lembrar de nada, não me parece algo inteligente. Se fosse assim todo mundo que acredita em reencarnação estaria procurando seus entes falecidos. Como o Ig0y se declarando ser um budista não sabe disso?
Se a Ai reencarnasse com as memórias de outra vida, ela saberia quem é o Aqua e a Ruby. Logo, faria sentido ela procurar eles quando pudesse. Se ela não veio procurar é porque não reencarnou com as memórias. Se ela não reencarnou, por que o Aqua criança iria atrás dela? Nota zero para o Ig0y, um super zero.
Também criticam o Aqua porque supostamente não teria motivos para reencarnar por ser um médico. Esse é um argumento bem preconceituoso, não é por ser um médico que uma pessoa está automaticamente no nirvana, sem problemas e totalmente realizada. Até entendo a ótica que médicos ganham bem, que é uma profissão almejada por muita gente. No entanto, ter dinheiro e prestígio, não é garantia nenhuma de felicidade e realização. O anime deixa claro que o Gorou, só via sentido e só se sentia realizado em ser médico por ter a chance de cuidar da pessoa que idolatrava.
Ataque ao argumentador.
O IgOy acusa o Guto de ser desonesto e mercenário por defender esse anime. Que isso é falácia é indiscutível, mas me pergunto do que o Ig0y vai me acusar, porque não ganho absolutamente nada defendendo essa obra e nem fã do Guto sou. No mais qualquer um poderia inverter esse argumento contra o próprio Ig0y, dizendo que só ataca esse anime para ganhar visualizações e dinheiro.
Quem é meu pai?
O Ig0y acusa o anime de não mostrar o Aqua fazendo nada na tentativa de procurar o pai efetivamente. No episódio três tem um flashback com todo o esforço para conseguir os contatos que estavam no celular da mãe. Mostrando uma dificuldade para conseguir uma bateria de um modelo antigo e um tremendo esforço para desbloquear a senha, no qual foram quatro incessantes anos tentando encontrar. Ademais o Aqua trabalhou em ter meios que pudesse o aproximar de seus possíveis pais para tentar coletar o DNA deles. Por último, por mais que o Aqua tenha memórias de outra vida uma criança tem muitas limitações.
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Meu time:
Dê uma curtida na minha análise de Code Geass.
Link:
https://myanimelist.net/profile/Tiago_Vaz_007/reviews
Below is the Portuguese version, the one in the link is in English.
Abaixo está a versão em português, a do link está em inglês.
Melhores OP de Spring 2023
Melhores ED de Spring 2023
Em defesa do nobre Guto.
https://youtu.be/Yhi5cjydnJw