One Punch Man 3 –
Em termos de história, tenho grandes expectativas para esta temporada do anime. Mesmo sem certeza de até onde a adaptação irá, caso avance até o ponto que espero, promete ser de longe a melhor temporada nesse aspecto. Outro ponto muito positivo, que já me arranca um enorme sorriso, é a presença da banda BABYMETAL na staff. No entanto, apesar desses aspectos animadores, o estúdio responsável continua o mesmo e, tecnicamente, a segunda temporada deixou muito a desejar. Pelo menos ainda não há informações sobre quem será o diretor, o que me mantém esperançoso.
Spy x Family Season 3 –
Apesar de ser chamada de terceira temporada, pode ser considerada a quarta, já que a primeira foi dividida em duas partes. Gosto muito dessa franquia e achei a proposta inicial do anime bastante refrescante em meio ao que vinha sendo lançado. No entanto, nesta nova temporada, a ideia já não soa tão inovadora. Mesmo tendo adorado a segunda temporada (que, para mim, superou até a segunda parte da primeira), sinto que começo a me cansar. Acredito que, se a trama avançar em um ritmo mais acelerado, com algumas passagens de tempo e acontecimentos realmente marcantes, posso voltar a me empolgar tanto quanto antes, ou até mais. Outro ponto que me agradaria seria ver o texto adotar um tom um pouco mais adulto e, ao mesmo tempo, mais verossímil.
Boku no Hero Academia: Final Season –
Mais uma temporada, e mais uma vez registro que não é o meu tipo de anime, já que abandonei ainda no primeiro episódio da primeira temporada. Dito isso, mesmo entre os fãs, a franquia já vem acumulando decepções há algumas temporadas. E para aqueles que ainda não se frustraram, é provável que isso aconteça agora, pois o final do mangá foi extremamente polêmico. A recepção negativa foi tamanha que foi produzido um outro final, mas que, ainda assim, deixou muito a desejar para grande parte do público.
Fumetsu no Anata e Season 3 –
Tudo o que a autora desta obra cria carrega algo que podemos chamar de verdadeira arte, sempre transmitindo com sutileza mensagens profundas, reflexivas e intensamente emocionantes, características próprias de uma obra-prima. Sou fã declarado deste anime, mas esta temporada avança além do ponto em que acompanhei o mangá de forma contínua. Por isso, minhas expectativas, embora positivas, ainda não estão totalmente formadas. Há certa apreensão, já que o pouco que li, em capítulos soltos da parte que será adaptada, não me agradou tanto. Ainda assim, espero sinceramente que essa impressão esteja equivocada, pois amo demais esta franquia.
Quanto à produção, o diretor e o estúdio permanecem os mesmos da segunda temporada, que, a meu ver, brilhou sobretudo da metade em diante (até porque a trama do mangá nesse trecho é tão sublime que favoreceria qualquer adaptação). No entanto, a primeira parte da temporada sofreu com uma adaptação apressada, desperdiçando o potencial de cenas dramáticas importantíssimas. Talvez por isso a maioria considere a primeira temporada superior. Eu, no entanto, enxergo mais valor na segunda, justamente pela parte em que seria impossível até mesmo para essa direção comprometer a grandiosidade da obra.
Tomodachi no Imouto ga Ore ni dake Uzai –
Não compreendo bem os motivos de este ser considerado um dos animes mais aguardados da próxima temporada. Talvez parte da explicação esteja no fato de que os títulos abaixo dele não aparentam ser tão promissores, ou porque o gênero romance desta obra ainda tenha muita demanda e pouca oferta na temporada. Também pode ser mérito do material promocional, que apresenta cenas chamativas e personagens carismáticos, além de fazer o anime aparentar ser tecnicamente bem produzido.
Dito isso, há vários pontos de ressalva. O mangá e a light novel não são bem avaliados, o estúdio responsável é pequeno, e o diretor, embora experiente, construiu sua carreira sobretudo na direção de episódios isolados, não de temporadas inteiras. Sua obra mais relevante como diretor-chefe é Kanojo, Okarishimasu, que, convenhamos, apesar de alguns acertos, não conseguiu explorar o verdadeiro potencial do mangá e ainda promoveu cortes e mudanças profundamente lamentáveis.
Além disso, a proposta gira em torno de um triângulo amoroso, fórmula já repetida em incontáveis obras. E, embora os personagens tenham certo carisma, são essencialmente construídos a partir de estereótipos amplamente difundidos no gênero, o que, para muitos, pode soar cansativo.
Tondemo Skill de Isekai Hourou Meshi 2 –
Segunda temporada de um anime de produção mediana e proposta genérica. Impressiona um pouco vê-lo entre os mais aguardados; provavelmente isso se deve ao sucesso do antecessor, que, embora mal avaliado e igualmente genérico, conseguiu bons números de audiência e uma base significativa de membros no MAL. Quanto à proposta da obra, trata-se de uma comédia que mistura isekai, slime e comida. Mais do que isso, funciona como uma releitura de outros animes consagrados em um formato mais cômico.
Saigo ni Hitotsu dake Onegai shitemo Yoroshii deshou ka –
Um anime de vingança protagonizado por uma mulher abandonada, injustiçada e ridicularizada. Se a proposta se concentrasse apenas nesse aspecto, teríamos algo simples, mas com enorme potencial. O problema é que a protagonista decide executar sua vingança literalmente na base do soco, o que torna a premissa caricata e inverossímil.
Ao assistir ao trailer, percebi também que, em termos técnicos, não há nada que sugira qualidade acima da média. Para completar, nos primeiros segundos senti uma forte simpatia, mas logo depois veio um misto de decepção e vergonha alheia.
Ranma ½ (2024) 2nd Season –
Não assisti à primeira temporada, tampouco à versão consagrada de 1989, com seus 161 episódios, nem mesmo li o mangá. Portanto, não me considero a pessoa mais qualificada para opinar sobre este anime. Ainda assim, se tivesse acompanhado a primeira temporada, muito provavelmente daria continuidade à segunda, principalmente pelo peso que o nome Ranma ½ carrega dentro da comunidade otaku, sendo considerado um verdadeiro clássico. Além disso, enxergo bastante potencial em sua proposta de comédia, desde que seja bem desenvolvida.
Nageki no Bourei wa Intai Shitai Part 2 –
Tentei assistir ao trailer, mas acabei dormindo, e não pretendo arriscar uma segunda vez. Fui então recorrer à sinopse, mas também adormeci na primeira tentativa (na segunda, ao menos, consegui concluir a leitura). O mangá não é bem avaliado, a primeira temporada do anime também não se destacou, e, ao meu ver, o maior problema é que tudo soa excessivamente genérico. Talvez a única característica minimamente distinta seja a proposta de um protagonista que, mesmo sendo fraco, continua ocupando o posto de líder de um grupo.
3-nen Z-gumi Ginpachi-sensei –
Um spin-off de Gintama. Preciso repetir? É Gintama. Dispensa apresentações. Pelo trailer, a proposta parece ser uma mistura entre Gintama, Great Teacher Onizuka e Cromartie High School. Honestamente, acredito que será hilário, mas tenho minhas dúvidas sobre o quanto pode atrair quem não tenha assistido à obra principal por completo, mesmo sendo “apenas” um spin-off.
Kekkon Yubiwa Monogatari II –
Mais uma sequência nesta temporada, mais uma sequência de um anime isekai genérico, com produção mediana e mal avaliado no MAL, cuja primeira temporada eu não acompanhei. Para quem não lembra, é aquele anime vergonha alheia em que o protagonista precisa formar um harém se casando com cinco princesas para adquirir poderes. Se fosse apenas escrachado, até poderia render uma proposta hilária, mas no fim não passa de mais um isekai genérico, ainda por cima com o mesmo estúdio e o mesmo diretor.
Watashi wo Tabetai, Hitodenashi –
Uma sereia lésbica em busca de devorar uma colegial. KKKKKKK… Não dá! Se a putaria realmente corresse solta, eu até entenderia quem resolvesse assistir, mas duvido muito. Provavelmente vai se resumir só à sereia repetindo que quer “comer” a colegial. KKKKKK… Que bosta!
Ansatsusha de Aru Ore no Status ga Yuusha yori mo Akiraka ni Tsuyoi no da ga –
Vamos direto aos problemas: tanto o mangá quanto a novel são mal avaliados, e a proposta da obra é basicamente ser mais um isekai de ação, aventura e fantasia. Pelo trailer, percebe-se uma animação que em alguns momentos funciona muito bem, mas em outros recorre à computação gráfica que derruba o resultado geral, deixando-a pouco acima da média. Eu sei que não posso esperar de todas as produções o nível da Ufotable, mas ainda assim é frustrante.
Por outro lado, há um bom cuidado no design de personagens e cenários, gostei bastante da música e da vibe da primeira metade do trailer. Além disso, confesso que tenho certa queda por animes com protagonistas overpower de tom mais dark, e obras que seguem essa fórmula geralmente atraem bastante público. Portanto, não acho que este anime vá ser um divisor de águas, mas aposto que terminará entre os mais populares da temporada.
Sanda –
Produção do estúdio Science SARU, conhecido por assumir projetos mais cult, experimentais e fora da caixinha, como Devilman Crybaby, Dandadan, Inu-Ō, Heike Monogatari e Eizouken. Antes mesmo de perceber que era da SARU, ao assistir ao trailer a primeira associação que me veio à mente foi justamente Dandadan.
Diria que Sanda percorre um caminho próximo, mesclando mistério, ação e elementos surreais, mas sem a mesma intensidade de bizarrice. Logo, por não acreditar que alcance o nível de loucura de Dandadan, a consequência, deve ser de não ter o mesmo impacto em popularidade. Além disso, não me agradaram alguns dos designs de personagens.
Pessoalmente, mistérios japoneses não me atraem, então provavelmente não acompanharei. Porém, para quem aprecia esse tipo de narrativa, que mistura suspense, ação e um toque de shounen escolar, pode ser uma obra interessante a se observar.
Himekishi wa Barbaroi no Yome –
Trata-se de uma comédia romântica ambientada em um mundo de fantasia medieval. Esse tipo de proposta já teve seu auge, e embora hoje não desperte o mesmo entusiasmo de antes, geralmente não entrega algo desastroso. Um ponto a favor é o número reduzido de personagens, o que, nesse formato, pode ser positivo, já que tende a concentrar o foco nos protagonistas e na dinâmica da comédia romântica.
Ao assistir ao trailer, achei os personagens simpáticos, especialmente a protagonista feminina. No entanto, tenho algumas ressalvas: o estúdio é pequeno, o mangá original não tem avaliações muito favoráveis e resta saber se conseguirão equilibrar bem o humor e o romance, o que é o mais essencial para o sucesso da obra.
Kakuriyo no Yadomeshi Ni –
Esta é a segunda temporada, sendo a primeira lançada em 2018. Conseguir uma continuação após sete anos é algo notável, especialmente considerando que a primeira temporada não teve grande sucesso. Isso evidencia a escassez de novos materiais na indústria de animes.
Quanto ao estúdio, trata-se de um bom estúdio, que realiza produções competentes. Logo, o trailer deste anime sugere que a obra está bem produzida, apesar de o diretor ser bem inexperiente. Com isso, não sei exatamente o que esperar desta temporada, mas não pretendo acompanhá-la, já que não assisti à primeira e não sou muito fã da temática sobrenatural envolvendo antropomorfismos e gourmet.
Bukiyou na Senpai –
Comédia romântica com personagens adultos, ambientada em contextos adultos e tratando de situações típicas dessa fase da vida. Em tese, é um anime voltado para o público adulto, mas, pela minha experiência com obras desse tipo, suspeito que não será tão madura assim. Pelo trailer, acredito que a comédia ficará restrita a alguns alívios cômicos, enquanto a narrativa se concentrará mais nos desafios da vida adulta, como trabalho, para desenvolver a trama e conduzir o romance entre os protagonistas. Pode sair algo interessante dessa obra, mas sua apreciação provavelmente dependerá mais do clima do espectador naquele momento do que da demografia à qual o anime se propõe.
Kingdom 6th Season –
Sexta temporada. Já escrevi textos sobre as temporadas anteriores, mas nunca assisti a nenhuma delas. Isso me deixa cansado de falar sobre a franquia, então não vou me alongar em críticas ou descrições, pois provavelmente apenas quem acompanhou as cinco temporadas anteriores se interessará por esta continuação.
Uma Musume: Cinderella Gray Part 2 –
Não é o primeiro anime que vemos com garotinhas meio humanas, meio animais, competindo em pistas como se fossem cavalos de corrida. Pessoalmente, não tenho interesse nesse tipo de obra, então não pretendo assistir. Ainda assim, posso notar que a primeira parte recebeu ótimas avaliações e parece bem produzida. Além disso, é um anime voltado para o público adulto, o que pode permitir textos e tramas mais complexas. Por fim, essa obra se tornou uma das favoritas do Rodrigo, o que já justifica ao menos dar algum crédito à possibilidade de assistir.
Chitose-kun wa Ramune Bin no Naka –
Tomara que esse trailer não esteja me iludindo e que a obra se mantenha nesse nível, porque tudo parece muito lindo, detalhado, fluido e bem animado, o que me conquistou.
A obra trata-se de uma comédia romântica escolar, com um protagonista atraente que provavelmente conquistará algumas garotas interessantes. Não é uma proposta inovadora, e o anime parece bem voltado para o público adolescente. Além disso, está sendo produzido por um estúdio especializado nesse tipo de obra. Com isso, concluo que terá grande sucesso entre o público-alvo, mas, a menos que haja algum diferencial que eu ainda não conheça, não deve se destacar além disso.
Wandance –
Confesso que, como a maioria, geralmente fico receoso com animes que envolvem dança e música. No entanto, sempre surgem alguns bons, e talvez este seja um deles. O que mais chamou minha atenção é a problemática do protagonista gago, um elemento que certamente enriquece o conteúdo, provoca reflexões e pode render bons momentos dramáticos.
O estúdio responsável é a Madhouse, que tem demonstrado um retorno à forma que o consagrou, como vimos em Sousou no Frieren. Também gostei de alguns designs de personagens e de trechos do trailer. Além disso, o mangá original possui avaliações relativamente positivas, o que aumenta as expectativas em torno da adaptação.
Akujiki Reijou to Kyouketsu Koushaku –
Mais um anime gourmet, mais um baseado em comer carne de monstros. Em Shokugeki no Souma o gourmet funciona porque são pratos reais, preparados com ingredientes de verdade, e além disso a obra oferece muito mais do que apenas o elemento culinário. Já em Dungeon Meshi, embora os ingredientes sejam monstros, convenhamos que quase ninguém assiste por esse detalhe: trata-se apenas de um recurso para problematizar o enredo. O que realmente atrai o público ali é a aventura, a ação e o drama.
Chichi wa Eiyuu, Haha wa Seirei, Musume no Watashi wa Tenseisha –
A premissa traz uma garotinha com poderes mágicos sobre os elementos da tabela periódica, que ainda por cima é a reencarnação de um cientista do mundo real em um mundo fantasioso. O problema é que não há nada aí que sugira uma problemática instigante ou sequer um gancho capaz de despertar interesse. O que realmente se destaca são clichês reciclados e escolhas criativas de gosto, no mínimo, questionável.
Mushoku no Eiyuu: Betsu ni Skill Nanka Iranakatta n da ga –
A trama se passa em um mundo de fantasia onde um garoto, filho de alguém importante, aparentemente nasce sem talentos, mas no fundo possui um grande poder e, por isso, não recebe uma classe de habilidades. Em resumo, mais uma variação da desgastada história do herói com talento oculto que inevitavelmente será despertado. A questão é: o que mais essa obra pode oferecer além desse clichê batido? Até agora, tudo aponta para uma narrativa pobre e sem atrativos.
Sekai Munchkin: HP1 no Mama de Saikyou Saisoku Dungeon Kouryaku –
A proposta é interessante, com uma introdução bastante satisfatória, mas, indo direto ao ponto do que se trata, é uma história de sobrevivência em que um casal de irmãos precisa atravessar uma dungeon com apenas um ponto de HP. Só pela premissa, apostaria bastante neste anime. No entanto, há alguns pontos de alerta: é o primeiro anime produzido por este estúdio e o mangá original não é muito bem avaliado, o que gera dúvidas sobre a qualidade do desenvolvimento da história e a capacidade do estúdio em entregar algo consistente.
Yasei no Last Boss ga Arawareta! –
A história acompanha a protagonista, que foi reencarnada ou transportada para o corpo da antagonista de outro mundo de fantasia, que não é mais um jogo. O tema central é a reviravolta de papéis, em que a clássica vilã ou antagonista se torna a protagonista. A premissa em si não é ruim, mas carece de elementos que tornem a narrativa mais envolvente e impactante. Ao assistir ao trailer, alguns designs de personagens me pareceram genéricos ou estranhos, enquanto os gráficos, de forma geral, aparentam ser medianos e comuns. A trilha sonora também não se destaca, mantendo um tom genérico e pouco memorável.
Ao no Orchestra 2nd Season –
Existem animes que exploram a temática musical e se tornam verdadeiras obras-primas, mas, de forma geral, não sou muito fã desse tipo de abordagem e não tolero qualquer produção. Além disso, há inúmeros exemplos de obras desse gênero que são ruins, o que aumenta minha desconfiança. Esta é a segunda temporada, mantendo o mesmo estúdio e o mesmo diretor, sendo que a primeira temporada foi um fracasso tanto em público quanto em avaliação. Portanto, tenho ainda mais motivos para desconfiar. Esperar algo diferente repetindo a mesma fórmula não parece ser uma decisão inteligente.
Tensei Akujo no Kuro Rekishi –
Finalmente um shoujo típico nesta temporada. A trama gira em torno da protagonista, que reencarna como a vilã das próprias histórias que escrevia. Pelo menos, desta vez, não se trata de um jogo que ela jogava. Já assisti a alguns shoujos e gostei de vários, mas devo admitir que não sou o público-alvo desse tipo de obra e não curto harem reverso. Dito isso, assisti ao trailer e tudo pareceu muito bonitinho e romântico, a típica obra que, se eu fosse uma garota, provavelmente apreciaria, apesar de ser produzida pelo famigerado estúdio Deen.
Shinjiteita Nakama-tachi ni Masmorra Okuchi de Korosarekaketa ga Presente "Mugen Gacha" de Nível 9999 no Nakama-tachi wo Te ni Irete Moto Membro do Grupo para Sekai ni Fukushuu & "Zamaa!" Shimasu! –
Anime de vingança em que o protagonista é expulso de sua guilda e traído pelos antigos companheiros, mas consegue escapar e cai na masmorra mais perigosa do reino. Com a ajuda de sua habilidade mágica Gacha Ilimitado, ele invoca por sorte lutadoras de nível 9999. Três anos depois, construiu um reino dentro da masmorra e agora planeja se vingar de seus traidores.
Propostas de vingança sempre mexem comigo, e curto um herói overpower, ainda mais quando está cercado por garotas poderosas e atraentes. O ponto negativo é que o mangá original não possui avaliações muito boas. Ainda assim, é um anime que vale a aposta; mesmo que não se torne uma obra-prima, dificilmente causará arrependimentos a quem decidir assistir.
Yano-kun no Futsuu no Hibi –
Romance escolar ambientado no ensino médio. A problemática gira em torno do protagonista masculino, desajeitado e propenso a acidentes, e da protagonista feminina, que deseja ajudá-lo. A obra lembra Shikimori-san, mas difere em idade dos personagens, gráficos e realismo: em Shikimori-san, a protagonista possui força descomunal para proteger e auxiliar o protagonista.
A impressão que tenho é que este anime pode sofrer do mesmo problema de Shikimori-san, que é ter uma proposta simples demais para sustentar uma trama ao longo de vários episódios. No caso de Yano-kun no Futsuu no Hibi, por não contar com uma heroína com habilidades extraordinárias, o potencial narrativo parece ainda mais limitado.
Kao ni Denai Kashiwada-san to Kao ni Deru Oota-kun –
Mais um romance escolar. A problemática central gira em torno do contraste entre o excesso de expressões faciais e corporais do protagonista masculino e a completa ausência de expressividade da protagonista feminina. Esse contraste cria um vínculo sutil entre os dois, dando origem ao romance. Pessoalmente, sou cético quanto à capacidade de apenas esse recurso sustentar narrativas interessantes ao longo de uma temporada inteira. Além disso, é segundo anime do estúdio.
Kimi to Koete Koi ni Naru –
Uma coisa que realmente me causa desconforto em animes é o romance entre seres antropomórficos e humanos. Entendo que haja uma intenção metafórica por trás dessas aparências, mas, no fim das contas, continua sendo uma representação de zoofilia, o que considero problemático e inaceitável. Doentio!
Mikata ga Yowasugite Hojo Mahou ni Tesshiteita Kyuutei Mahoushi, Tsuihou sarete Saikyou wo Mezashimasu –
Um herói rejeitado por ser considerado fraco encontra uma nova chance ao se juntar a outro grupo, com o objetivo de se tornar cada vez mais forte e provar seu verdadeiro valor. O diferencial dessa obra está no fato de que o protagonista nunca foi realmente fraco, mas sim seus antigos companheiros. Ele sempre se concentrou em magias de suporte, fortalecendo os outros ao invés de brilhar sozinho. É verdade que a proposta carrega muitos elementos já bastante explorados no gênero, mas há nuances que podem tornar a obra interessante e justificar sua apreciação por alguns espectadores.
Sozai Saishuka no Isekai Ryokouki –
Um isekai de fantasia focado na exploração e na coleta de itens raros e recursos valiosos, incluindo certos alimentos exóticos tratados quase como tesouros. A ação aqui é mínima, quando não inexistente. Para ser franco, considero a proposta limitada e de baixo impacto emocional, sem grandes atrativos para sustentar uma trama realmente envolvente.
Kikaijikake no Marie –
A trama acompanha a convivência entre Arthur, um herdeiro rico e cético em relação aos humanos, e Marie Evans, uma ex-prodígio das artes marciais que, endividada, aceita trabalhar como empregada contratada pelo mordomo de Arthur, fingindo ser um robô. A obra bebe de alguns elementos clássicos, mas tenho que admitir que há uma certa originalidade nesse romance, justamente o que mais valorizo. Não precisa ser totalmente original: pode recorrer a clichês e recursos genéricos, desde que saiba misturá-los e trazer algumas inovações relevantes.
Taiyou yori mo Mabushii Hoshi –
Shoujo escolar sobre a garota pouco popular que se apaixona pelo garoto mais popular, simpático e atleta de futebol da escola. Mas o que isso realmente oferece de incomum em relação à vida real? Garotas não se sentem atraídas por caras assim o tempo todo? Francamente, não vejo nada de extraordinário, e o comum é desinteressante. Talvez o único atrativo seja servir como escapismo para quem sonha viver esse tipo de romance idealizado, mesmo que apenas na ficção.
Towa no Yuugure –
A história se passa em um mundo pós-apocalíptico, em ruínas e governado pela organização OWEL. Após despertar de um longo sono criogênico, o protagonista encontra uma garota extremamente poderosa que se assemelha à sua antiga namorada. A trama se desenvolve quando ele aceita viajar com essa garota recém-conhecida, enquanto busca sinais de sua antiga amada. Pelo trailer, percebe-se que o anime é bem produzido, com cenas de ação visualmente impressionantes e um tom dramático consistente, abordando dilemas reflexivos. Entre eles, destacam-se questionamentos sobre o verdadeiro significado dos vínculos afetivos e do casamento tradicional, que nesse mundo foi substituído pelo sistema "Elsie". A obra apresenta, assim, conteúdo sólido para uma trama envolvente e elementos capazes de prender a atenção.
Chanto Suenai Kyuuketsuki-chan –
Romance escolar em que o protagonista vai ajudar seu interesse amoroso, uma colega de classe vampira, a aprender a chupar sangue corretamente. KKKKK… Grande problemática!
Egao no Taenai Shokuba desu –
Um anime de um estúdio novo que aborda a vida de uma artista iniciante de mangá shoujo. Curiosamente, o anime é dirigido por uma mulher e traz um elenco de personagens inteiramente feminino: a editora, a assistente e a própria mangaká. Soa irônico, talvez autobiográfico, e certamente oportuno. Se eu fosse um crítico de premiações, formadas por gente da própria indústria, provavelmente avaliaria bem, já que críticos costumam ter simpatia por obras que falam do próprio meio. Mas não sou esse tipo de crítico, e minha experiência com animes sobre a indústria de mangás nunca foi das melhores.
O trailer também não ajuda: mediano, genérico, e igual a outros vinte que já vi nesta temporada. Parece que todos saem da mesma fábrica de "Ctrl+C/Ctrl+V". Eu até gosto de algo mais adulto, que dialogue com a cultura otaku, mas o maior problema aqui é a falta de uma trama clara. A proposta parece ser apenas alguém falando do próprio trabalho e tentando tirar comédia disso.
Sawaranaide Kotesashi-kun –
Pela capa, parece um anime de esporte, mas o esporte é apenas um detalhe secundário. Nos primeiros segundos do trailer, a impressão que tive foi de um Sono Bisque Doll dos esportes. Porém, ao final, ficou claro: trata-se de um harém que só não virou hentai por muito pouco.
Não é apenas um anime com pitadas de ecchi; a proposta central é ser ecchi. A trama gira em torno de um massagista de belas garotas atletas que chegam ao orgasmo durante as sessões. Para completar, ele ainda é o administrador do dormitório e responsável pelo bem-estar físico e psicológico delas. KKKKKK… É como colocar uma raposa para cuidar do galinheiro.
Shuumatsu Touring –
Uma tradução possível para o título seria Andando de moto no fim do mundo. O anime tenta transmitir uma atmosfera positiva, um certo alto-astral diante do apocalipse. É quase como oferecer ao prisioneiro prestes a ser fuzilado o direito ao último cigarro.
Trata-se de um seinen com texto profundo, reflexivo, sério e impactante. No entanto, para mim, é difícil encarar uma obra cuja proposta é mostrar talvez as últimas sobreviventes do Japão viajando de moto por um mundo em ruínas e ainda assim se divertindo, como se fosse uma despedida. Para quem se dispõe a refletir, a experiência se torna muito pesada, e paradoxalmente, a tentativa de dar um olhar otimista só reforça essa carga, tornando tudo ainda mais melancólico.
Gnosia –
Assistindo ao trailer, a primeira coisa que pensei foi: isso está sensacional. Visualmente bem produzido, com uma atmosfera que remete ao cyberpunk. Logo fui ver quem estava por trás e, para minha alegria, era a Aniplex. E faz sentido, porque essa obra segue exatamente a linha que a produtora costumava apostar e que lhe consagrou como nome de sucesso: grandes produções de ficção científica.
A trama se passa dentro de uma nave onde, entre os tripulantes, há um alienígena disfarçado de humano que tenta eliminar os demais. O resultado é um clima de paranoia absoluta, em que todos desconfiam de todos e cada decisão pode ser a última. Em certos aspectos, lembra Alien, o Oitavo Passageiro. Em suma, é suspense bem produzido, tenso, com ficção científica e um jogo de sobrevivência.
Toujima Tanzaburou wa Kamen Rider ni Naritai –
Este anime é claramente voltado para um público bastante nichado, mas que promete um forte apelo emocional para quem se encaixa nele. O alvo principal são homens mais velhos, próximos dos 40 anos ou acima. Isso não apenas porque o protagonista tem essa idade e está correndo atrás do sonho de infância, mas também porque sua fantasia é ser um Kamen Rider.
A obra mergulha no universo do super sentai, gênero que até hoje segue vivo no Japão, mas cujo auge mundial aconteceu entre os anos 80 e início dos 90. É justamente para esse público saudosista, que cresceu nesse período, que o anime se destina. Oferecendo uma dose de nostalgia embrulhada em fantasia heroica.
Let's Play: Quest-darake no My Life –
Uma comédia romântica voltada para gamers, mas com uma proposta um pouco diferente do habitual. A protagonista é uma desenvolvedora de jogos prestes a realizar seu sonho com o lançamento de seu primeiro videogame. Tudo parece caminhar bem, até que um streamer famoso faz uma crítica mordaz ao seu jogo. Para piorar, ela descobre que o crítico problemático agora é seu novo vizinho, misturando romance, comédia, ansiedade social e conflitos profissionais de forma divertida.
Debu to Love to Ayamachi to! –
Anime sobre uma garota gorda e considerada feia que se apaixona por alguém extremamente bonito. Apesar de provavelmente ter momentos cômicos, a obra não me agrada, principalmente pela mensagem que transmite. Ela sugere que basta ter autoconfiança, se aceitar e se achar bonita para que o mundo a aceite e lhe ofereça tudo o que deseja, sem esforço real, apenas mudando a percepção sobre si mesma. Na prática, isso é enganoso e pouco útil: obesidade não é apenas uma questão estética, mas também de saúde. Não gosto que esse tipo de ilusão seja vendido, mesmo dentro de uma fantasia.
Shabake –
Gosto de animes ambientados em épocas passadas do Japão, ou seja, históricos. O que geralmente não me agrada é quando o elemento sobrenatural se torna o foco central da obra. Nesse caso, a proposta é ainda mais peculiar: o protagonista é guiado, protegido e auxiliado por demônios para resolver casos de assassinato, em uma espécie de versão japonesa do Sherlock Holmes.
Ninja to Gokudou –
Anime do estúdio Deen, o que já causa certo receio só de ouvir o nome Deen, agravado pelo fato de o diretor ser o mesmo de Tokyo Ghoul:re. A proposta central gira em torno de uma guerra entre ninjas e yakuzas, que é inesperadamente abalada por um bromance entre um membro de cada grupo. Honestamente, não consigo enxergar nada de realmente interessante em uma trama que parece se resumir a esse bromance.
Potion, Wagami wo Tasukeru –
Um isekai em que o protagonista descobre um livro que lhe concede um poder especial: ao dizer a palavra “criar”, ele consegue produzir poções. Basicamente, toda a premissa gira em torno de criar poções enquanto ele tenta encontrar uma forma de voltar para o Japão. Sinceramente, alguém pode me explicar o que há de realmente interessante nisso?
Nohara Hiroshi: Hiru Meshi no Ryuugi –
Uma comédia gourmet centrada em um assalariado e nas atividades cotidianas típicas de sua rotina. Alguém consegue encontrar alguma motivação para assistir a isso? Nem eu.
Hyakushou Kizoku 3rd Season –
Anime de comédia com produção bastante simples e episódios de apenas 4 minutos. Não sei exatamente qual é a trama; tudo que sei é que envolve algumas vacas e já está na terceira temporada. Por isso, não pretendo assistir, só o faria se ainda assistisse TV e o pegasse passando entre um programa e outro.
SI-VIS: The Sound of Heroes –
Animes musicais sempre despertam a suspeita de serem, na verdade, propagandas de bandas ou músicas disfarçadas de anime. Pelo menos a sinopse desse afirma que os protagonistas são heróis disfarçados, mas eu diria que provavelmente é o contrário. KKKKKK… No fim das contas, não encontrei nada de realmente interessante nessa obra.
Kagaku x Bouken Survival! 2nd Season –
No MyAnimeList não há sinopse disponível, seja desta temporada, da primeira ou mesmo do especial. Apenas em um dos dois filmes encontramos uma breve descrição de uma linha. Trata-se, de fato, de um anime educacional, sem qualquer preocupação em oferecer uma narrativa envolvente, mensagens sutis ou textos elaborados. O objetivo aqui não é entreter, mas ensinar da forma menos sutil e sem qualquer outro compromisso. Chato!
Gânglio –
A trama acompanha um soldado de baixo escalão a serviço da corporação Ganglion (basicamente um dos capangas da Rita, de Power Rangers), cuja missão é ajudar nos planos de dominação mundial. Seguir a rotina de um “soldadinho raso” não parece nada empolgante à primeira vista. Porém, a obra tenta ganhar relevância explorando dilemas de moralidade ambígua, como a escolha entre a lealdade corporativa e a justiça, além de trazer temas de controle autoritário, drama, ação e toques de ficção científica. O problema é que este é o primeiro anime do estúdio e, até agora, não há sequer um trailer disponível.
Monster Strike: Deadverse Reloaded –
É perfeitamente possível inserir a propaganda de um jogo em um anime ou adaptar um jogo para esse formato e, ainda assim, entregar algo que funcione, às vezes até algo muito bom. Porém, não parece ser o caso aqui. Monster Strike soa mais como uma propaganda mal disfarçada do que como um anime de verdade.
Shibuya♡Hachi Part 4 –
Anime de apenas dois minutos por episódio, prefiro me abster de comentar.
Muzik Tiger In the Forest 2nd Season – Anime de apenas um minuto por episódio, prefiro me abster de comentar.
Jochum Season 2 –
Também um anime de um minuto por episódio, prefiro me abster de comentar.
Chikyuu no Latair –
Não há informação clara sobre a duração dos episódios, mas é provável que sejam cinco episódios de um a dois minutos cada. Diante disso, também me abstenho de comentar.
Alma-chan wa Kazoku ni Naritai –
A história gira em torno de uma androide que deseja compreender a humanidade, criar vínculos e entender a relação do casal que a acolheu. Esse enredo poderia funcionar bem como subtema dentro de uma trama mais ampla, mas, isolado, soa limitado. Sustentar uma temporada inteira apenas nisso tende a ser maçante. Além disso, o trailer não ajuda: o design da robô é incomodo, genérico, sem vida, o oposto do que se espera de um “robô com alma”.
Sobre o caso do Ig0y.
Uma defesa imerecida, mas necessária.
Nos últimos dias, como muitos já sabem, o Ig0y realizou uma live de longa duração, “live infinita”, na qual revelou ter incluído, de forma não totalmente honesta, em suas listas de completos um anime e dois títulos de jogos. Trata-se de uma confissão voluntária e pontual, acompanhada de justificativas que amenizavam o ocorrido. Contudo, o que poderia ser interpretado como uma atitude nobre, uma admissão sobre uma mentira boba, ganhou proporções inesperadas e provocou reações surpreendentes por parte de seus supostos amigos.
Logo após a revelação, surgiram vídeos de Alexandre Esteves, Jhon Wesley e TH. Esses “amigos”, em vez de tentarem ajudar, se empenharam em fazer demonstrações públicas de virtude enquanto procuravam se desvincular da imagem do agora “leproso” Ig0y, com dois deles chegando a afirmar que não manteriam mais qualquer tipo de contato e que as relações de amizade estavam encerradas.
É fato que toda a comunidade já sabia que o Ig0y praticava fake list há anos. Essa prática se tornava evidente diante das claras impossibilidades de consumir com qualidade o enorme volume de conteúdo que ele afirmava ter completado, incluindo animes, mangás, jogos, filmes e livros. Tudo isso enquanto ainda estava na casa dos 20 anos, cursava Engenharia Elétrica, escrevia para um blog, produzia podcasts, criava vídeos para seus canais em duas plataformas, participava de outros canais e mantinha uma vida social ativa. Além disso, quem realmente consumiu as obras mencionadas percebia que seus comentários eram vagos, superficiais e incoerentes, acompanhados de constantes fugas do assunto.
Outro ponto que tornava perceptível sua fake list era a atribuição de notas muito baixas à quase totalidade dos títulos, comportamento típico de quem tenta ganhar credibilidade assumindo o estereótipo do “crítico cult”. Claro que apesar do apelo dessa postura é totalmente equivocada e faz jus apenas a haters. Notas tão depreciativas não condizem com alguém que realmente aprecia mais de 2400 mangás e mais de 1300 animes. Quem demonstra tamanho desprezo por esse tipo de conteúdo jamais se obrigaria a consumi-lo em grande quantidade e, mesmo que tentasse se forçar, não conseguiria.
Como se esses pontos já não fossem suficientes, há também o fato de grande parte da lista dele ser composta por animes muito antigos. Animes antigos apresentam desafios significativos para serem encontrados na internet, e muitos deles são classificados como "animes perdidos", obras cujos arquivos originais ou cópias simplesmente não existem mais, nem mesmo no Japão.
Além disso, consumir animes antigos envolve outras dificuldades. Esses trabalhos foram produzidos em uma época distinta, utilizando tecnologias rudimentares e voltados para um público com expectativas e interesses diferentes. Os propósitos de exibição também eram outros, o que se reflete na forma como as tramas eram desenvolvidas e narradas. As histórias e seus temas, em geral, eram menos complexos e seguiam padrões que hoje podem parecer datados ou pouco atrativos para o público contemporâneo. No entanto, catalogar obras dessa maneira reforça a aura de cult e torna quase impossível alguém apresentar argumentos sobre suas tramas que o constranja, pois quase ninguém as assistiu.
Agora que deixei claro que não estou passando pano para o Ig0y, restam duas possibilidades: ou Alexandre, Thiago, Over e Jhon são as pessoas mais burras que já existiram (o que, no caso do Jhon, pode ser verdade), ou estão mentindo para seus públicos. Portanto, é importante notar que não se trata de uma questão de princípios morais genuínos que os levou a demonstrar aversão ao Ig0y. Ainda que fosse esse o caso, a postura farisaica de Alexandre, Jhon e TH seria igualmente desprezível. Logo, não é uma questão de mentiras, tampouco de certo ou errado; trata-se puramente de imagem. Mesmo uma confissão simples, como a feita pelo Ig0y, foi suficiente para abalar sua credibilidade. Consequentemente, aquelas raposas que estavam mais próximas dele o abandonaram, como se estivessem fugindo de alguém que tivesse contraído a peste negra, temendo que suas próprias reputações fossem prejudicadas.
Nenhum deles quer que o público imagine que também possam estar mentindo sobre suas listas, emulando emoções, comentando sobre obras que não conhecem profundamente. Vale ressaltar que Alexandre já foi desmascarado como alguém que praticava fake list. Milhares de episódios que ele afirma ter assistido e inclui em sua lista nunca foram, de fato, vistos por ele. TH, por sua vez, tem tanto medo de ser pego em contradições que mantém suas listas de animes e mangás privadas. Quanto ao Jhon, suas constantes afirmações absurdas tornam desnecessário sequer verificar sua lista, pois ou ele é o maior idiota que já existiu, ou não consumiu nada do que alega. Em suma, são três hipócritas da pior espécie.
O Ig0y foi explorado até o limite, com todos ao seu redor extraindo tudo o que podiam dele para se promoverem até o último segundo. Independentemente de ele praticar fake list ou não, é inegável que possuía uma imagem diferenciada, com apelo para um público específico que buscava exatamente algo como essa imagem. Além disso, associar-se a alguém com uma reputação de "cult" agrega credibilidade àqueles que não a têm. É irônico perceber que o mesmo fator que atraiu pessoas sorrateiras e oportunistas para perto do Ig0y foi também o que as afastou quando essa imagem foi arranhada. Para os seus amigos, a questão nunca foi o fato de o Ig0y praticar fake list; o problema foi ele ter admitido.
Um caso com similaridades peculiares ocorreu com a Ilha dos Barbados, composta por Rafinha Bastos, Cauê Moura e PC Siqueira. No momento em que PC Siqueira foi acusado, pouco importava se ele realmente tinha algum tipo de culpa ou qual era a gravidade das alegações. Para seus “amigos”, o único objetivo era proteger suas próprias imagens, mesmo que isso significasse tratar PC como um leproso. Embora PC certamente tivesse problemas de caráter e estivesse longe de ser perfeito, não merecia o desfecho que teve.
TH afirma em seu vídeo que o Ig0y não está sendo cancelado, mas desmascarado. Desmascarado por quem, se todos já sabiam? Talvez o Ig0y conseguisse enganar, no máximo, alguns pré-adolescentes. Fora esse público, era praticamente impossível que alguém mais fosse iludido. O fato é que o Ig0y está sendo vítima de um cancelamento iniciado por seus próprios amigos, mas que ultrapassou a bolha e se transformou em um verdadeiro linchamento virtual. Nesse processo, os oportunistas, sorrateiros e seres vis que se diziam seus amigos agora tentam extrair até o último like, a última visualização e o último engajamento possível, usando o nome e a imagem do Ig0y.
Vejam, o Ig0y não matou, não roubou, não adulterou. O grande crime vil do Ig0y foi mentir e, para seus amigos, principalmente confessar ao público que não jogou um simples jogo. O mais absurdo é assistir a vídeos desses mesmos amigos, com duração de quase ou mais de uma hora, tentando justificar que o cancelamento e o fim das amizades não estão relacionados ao fake list, quando a única "prova" apresentada é uma historinha sobre ter jogado ou não algo.
Mentiras são mentiras; abismos puxam outros abismos. Se o Ig0y dá detalhes e constrói narrativas, isso apenas o qualifica como um contador de histórias mais habilidoso ou um mentiroso mais convincente. Contudo, isso não muda o fato de que tudo gira, única e exclusivamente, em torno de uma fake list. Não se trata de um tipo diferente de mentira, como seus amigos tentam argumentar; ainda é a mesma mentira sobre um simples joguinho.
O Ig0y, esse sim, foi traído, encurralado, e os covardes não lhe deram sequer os meios para exercer seu direito de resposta aos ataques que sofreu. Perdeu seu canal, perdeu seus amigos e foi vítima de um golpe vindo de pessoas em quem confiava. Como se não bastasse, esses mesmos "amigos" ainda têm a audácia de tentar vender a imagem de vítimas, enquanto acusam o Ig0y, sem que ele possa se defender, de se vitimizar. Recusar-se a ouvir ou mesmo impedir que o outro tenha voz é uma prática ignorante recorrente de TH e Alexandre, algo que eu e Rodrigo também já enfrentamos.
Desde 2018, quando tive os primeiros contatos com o Ig0y, percebi um ar pedante nele; o Ig0y já vendia uma imagem de superioridade. Porém, a verdade precisa ser dita: ele não criou esse personagem sozinho, foi alimentado por aqueles que o elevaram à posição de “deus”. Justamente essas pessoas, principalmente TH e suas crias do Distopia, são as que hoje o traem. Quando o Ig0y afirma que nunca pediu para ser colocado nessa posição, fala a verdade, mas foi colocado ali por aqueles que viram nisso uma forma de se beneficiarem dele.
Eu tentei alertar o Ig0y sobre os bajuladores e mostrar a ele que os verdadeiros amigos eram eu e o Rodrigo, pessoas que falavam a verdade e desejavam que ele melhorasse. Infelizmente, o Ig0y escolheu os aduladores em vez daqueles que o viam como igual. Somente quem o vê como igual pôde ser seu amigo de fato e dizer a verdade. Amigo é quem critica para ajudar, torcendo pela mudança e pelo melhor, e não alguém como o Jhon, que declarou querer ver o Ig0y se dar mal e desaparecer da internet. Isso não é amizade e nunca foi; é apenas a frustração de um degenerado alucinado que viu a imagem do seu “deus” imaginário abalada perante o público.
Admirar um pseudocult por ser pseudocult e, pior, transformar-se em uma cópia do pseudocult, exige um nível extremo de anticult. Não tenho dúvidas sobre a desonestidade e a ciência do TH desde o início da farsa; a de Alexandre também oferece pouca margem para questionamentos. Já o Jhon é um caso à parte. Ele apresenta um nível altíssimo de burrice e devoção fanática, o que até permite considerar alguma ingenuidade de sua parte. No entanto, as coisas que o Ig0y dizia só enganavam quem não tinha absolutamente nenhum conhecimento. Assim, para que Jhon fosse honesto em relação ao Ig0y, ele teria que ser desonesto com todo o restante.
Por mais que o Ig0y fosse uma farsa, ao menos era uma farsa. Pior são os falsos amigos que aspiravam a isso, mas sequer tinham capacidade para tal. Não há dúvidas sobre a mediocridade de seus supostos amigos como produtores de conteúdo, especialmente do parasita invejoso chamado TH. Seu conteúdo se resume a reações a materiais de terceiros, sempre buscando denegrir e menosprezar os outros da forma mais chula e falaciosa possível. Além disso, seu trabalho é tecnicamente amador: a mixagem de som é péssima, as imagens nada acrescentam e, pior, TH não demonstra a mínima disposição para estruturar ideias, preparar roteiros ou apresentar argumentos sólidos em seus vídeos. Sua preguiça vai ao ponto de depender de "amigos" que fazem comentários completamente idiotas, o que só agrava a falta de qualidade.
Infelizmente, Alexandre, TH e Jhon foram uma péssima inspiração e influência para o Ig0y, que, verdade seja dita, também não produzia conteúdos com propostas muito superiores. Contudo, ao menos era um bom orador e tinha uma produção técnica infinitamente melhor, incomparável ao que TH e Jhon entregam. O mais irônico é ver esses mesmos amigos agora criticando o trabalho do Ig0y, chamando-o de preguiçoso, como se tivessem qualquer moral para fazer tais acusações.
É fato que o Ig0y rapidamente compreendeu seu papel como criador de conteúdo, e esse papel era, acima de tudo, de entreter seu público com um show. Se, para isso, ele criou um personagem, não há nada de errado, pois entregou exatamente o que se propôs a fazer e aquilo que queriam dele. Além disso, não é como se a maioria dos criadores de conteúdo não recorresse a personagens para vender seus programas. Alguém realmente acredita que a maioria deles é exatamente a mesma pessoa quando as câmeras estão desligadas?
Isso não significa que eu apreciasse o personagem criado pelo Ig0y. Contudo, certamente não faço críticas a isso como seus "amigos", que, após anos de convivência e observando tais diferenças, só agora decidem expor essas questões publicamente. É risível, por exemplo, vê-los reclamarem apenas agora do fato de o Ig0y falar em público de maneira distinta de como se comunicava em particular com eles, algo que, convenhamos, não deveria surpreender ninguém. Uma crítica à maneira como o Ig0y se expressava poderia vir de qualquer pessoa e seria justa, mas, vinda dos próprios amigos e nesse momento de queda do Ig0y, revela-se uma atitude sorrateira e de extremo mau-caratismo.
Em termos de personagem, é inegável que o Ig0y possuía uma grande qualidade: a capacidade de atuar com inteligência e eficácia. Ele pode não ser médico, advogado ou piloto de avião, tampouco ter estudado profundamente qualquer dessas áreas, mas demonstrava uma habilidade excepcional para interpretar papéis e transmitir credibilidade. Já seus amigos, ao que parece, aspiram ser como Frank Abagnale Jr., mas não chegam sequer a ser como Leonardo DiCaprio, que o interpretou.
O TH, em seus vídeos, atribuiu a culpa pela farsa do Ig0y ao fato de ele, supostamente, "gabaritar apenas os burros", citando como exemplo o Marco, do Intoxicação Anime, eu e o Rodrigo. Primeiramente, burro é quem acreditou que o Ig0y não praticava fake list. Então, decida-se, TH: você é o maior tolo da face da Terra ou um mal caráter oportunista? Você acreditava no pastor mirim? Eu nunca fui devoto dele. Em segundo lugar, essa declaração do TH vem logo após ele mencionar a questão da manji. Curiosamente, tanto ele quanto o Ig0y nunca responderam ao meu textão sobre o tema. Em terceiro lugar, ser chamado de burro pelo o arrogante TH é, na verdade, motivo de orgulho. Eu me preocuparia se uma "ameba" como ele conseguisse me considerar inteligente. O TH me chamar de burro apenas reforça que estou no caminho certo.
Sobre o Marco, é desnecessário defendê-lo, pois ele é um gigante. Seu sucesso duradouro é fruto de sua inteligência e capacidade de produzir conteúdo de alta qualidade. Entretanto, não posso deixar de apontar que essa atitude do TH é mais uma demonstração clara de recalque. Ele é um incapaz que jamais alcançará os feitos do Marco, limitando-se a produzir acusações tóxicas e infrutíferas que em nada contribuem.
Falando especificamente sobre o conteúdo do Ig0y relacionado a animes, já escrevi alguns textos contestando os vídeos que ele produzia. Creio que um dos principais equívocos do Ig0y estava na forma como, em algumas ocasiões, ele direcionava ataques a outros criadores de conteúdo da área. Por vezes, esses ataques eram conduzidos de maneira equivocada e desrespeitosa, o que, acredito, acabou prejudicando a comunidade em certa medida.
Outro ponto em que acredito que o Ig0y agia de forma equivocada era ao ceder espaço e pagar "pedágio" para os falsos moralistas do politicamente correto. Como já disse ao Ig0y em certa ocasião, embora o politicamente correto tenha suas raízes, em essência, na esquerda, acenar virtude para essa postura e defendê-la não é, de maneira alguma, uma questão exclusivamente relacionada a ser de esquerda ou de direita. Trata-se de algo mais profundo, que transcende ideologias e revela uma postura de conformismo com narrativas que nem sempre refletem autenticidade ou coerência.
Além disso, sem desconsiderar os danos que críticas infundadas possam causar, ainda vejo a participação do Ig0y como positiva. Afinal, independentemente de falarem bem ou mal de animes, o mais importante é que se fale, pois essa troca mantém a comunidade ativa e engajada. Perder a voz do Ig0y é perder uma chama que aquecia a comunidade e contribuía para mantê-la viva.
Ainda assim, apesar das críticas que fiz e dos erros que ele possa ter cometido, lamento profundamente a possibilidade de o Ig0y deixar de produzir conteúdo. Nunca foi minha intenção, ao apontar suas falhas, silenciá-lo ou desmotivá-lo. Meu objetivo sempre foi que ele evoluísse e passasse a enxergar as questões sob outras perspectivas.
Quanto aos demais conteúdos do Ig0y que não estavam relacionados a animes, acredito que ele estava em busca do seu caminho como criador de conteúdo, o que é perfeitamente compreensível. Diversificar é, sem dúvida, uma parte essencial da sobrevivência e da evolução. No entanto, é preciso cautela. Assim como não se cruza seres humanos com chimpanzés, ou não se produz água sanitária onde se faz Coca-Cola, há limites para a diversificação. Ampliar o leque de conteúdos e trazer quadros diferentes é algo que apoio totalmente. Contudo, mudar completamente o foco de um canal é um risco considerável, quase sempre um caminho seguro para perder público e fracassar, salvo raras exceções.
Estou preocupado com o Ig0y, o que, ironicamente, me coloca em uma posição inesperada. Eu e Rodrigo sempre fomos vistos como os arqui-inimigos do Ig0y, e há razões para isso. Ainda assim, é curioso pensar que justamente nós, e não seus "amigos", estamos demonstrando preocupação neste momento. O fato é que o Ig0y sumiu. Ninguém sabe como ele está lidando mentalmente com tudo o que aconteceu, nem quais serão os próximos passos após anos investindo nesse trabalho.
Preocupo-me não apenas com seu futuro profissional, mas também com seu bem-estar psicológico. Viver anos interpretando um personagem e construindo amizades frágeis pode ter um peso imenso. Acredito sinceramente que o Ig0y precisará de ajuda psicológica profissional por um longo tempo para lidar com as consequências de tudo isso.
Pelo menos o personagem do Ig0y era o do sábio da corte, enquanto o do Alexandre assumia o papel de rei. Já o Jhon, por outro lado, parece ter se contentado com o papel de bobo da corte. É difícil imaginar alguém que mereça esse tipo de personagem, muito menos alguém que se submeta a interpretá-lo por tanto tempo.
Antes de encerrar este texto, quero fazer alguns esclarecimentos. Quando afirmei que a confissão do Ig0y foi voluntária, quis dizer que ele não foi coagido com uma arma ou qualquer tipo de chantagem direta. Também não acredito na versão apresentada por seus "amigos", que alegaram que ele teria confessado apenas por medo de ser desmascarado. Certamente havia outras formas de o Ig0y lidar com essa situação. Sua confissão foi voluntária no sentido de que partiu dele, como uma tentativa de aliviar parte do fardo que carregava. No entanto, não foi feita sem influência ou pressão.
Houve, sim, uma coesão social por parte de seus "amigos", uma pressão indireta que o levou a se expor. Nesse contexto, fica evidente o caráter traiçoeiro da situação. Aqueles que o incentivaram a confessar, ou criaram o clima para que isso ocorresse, foram os mesmos que o traíram logo em seguida. Tudo aponta para uma cilada meticulosamente planejada, na qual o Ig0y foi levado a cair. Esses "amigos", que aparentemente já buscavam se livrar dele, aproveitaram-se dessa confissão para sacrificar o Ig0y e dividir o que restou de seu legado. Quando ele deixou de ser útil para eles virou um peso, e o "sacrifício" tornou-se o caminho mais conveniente, logo os vídeos tinham o objetivo claro de atacar e destruir o Ig0y.
O Rei estava nu, mas isso não era um problema enquanto todos afirmavam que apenas os inteligentes podiam enxergar suas vestes. Não havia, de fato, pessoas inteligentes, apenas tolos desesperados por aparentar inteligência.
Akuyaku Reijou Level 99: Watashi wa Ura-Boss desu ga Maou dewa Arimasen
Sem dúvida, é um anime cativante e prazeroso de assistir, só precisava de uma animação de melhor qualidade para sagrar-se como o melhor anime da sua temporada. Está obra evidência que as boas tramas são melhores que as grandes produções.
Boku no Kokoro no Yabai Yatsu Season 2
O romance escolar é bastante comum, mas este anime tem uma trama com um emaranhado diferente. Além disso, é bem dirigido, recebeu uma boa animação e é cativante. A segunda temporada tem se apresentado como superior a muitos romances, até mesmo em relação à sua prestigiada primeira temporada. Muito disso é em virtude de o ponto forte dessa obra continuar sendo nos bons personagens e nas atraentes interações entre eles.
Dosanko Gal wa Namara Menkoi
O anime apresenta alguns personagens adoráveis, e por ser ambientado constantemente na neve, proporciona situações instigantes. Entretanto, a experiência pode ser prejudicada pelos clichês de um romance lento, com harém e escolar.
Dungeon Meshi
Enorme decepção! Para uma obra baseada em um mangá tão elogiado, esperava-se uma ótima história. No entanto, é apenas um anime de culinária fictícia, com ingredientes que são monstros fictícios. Em outras palavras, é extremamente chato.
Ishura
A proposta é boa e a produção é melhor do que o esperado, mas a obra tem dificuldades em apresentar diversos personagens principais. Além dos problemas com a narrativa, há uma falta de verossimilhança e identificação. Pois, os personagens têm poderes absurdos demais que desafiam as próprias regras deste mundo. Além de terem personalidades incomuns e alguns deles nem sequer serem humanos. Apesar de as expectativas terem sido reduzidas, ainda pode surpreender, uma vez que o anime Saitou-san foi bem mais ousado do que Ishura em não seguir os padrões narrativos nos primeiros episódios e na forma como apresentou os personagens.
Jaku-Chara Tomozaki-kun 2nd Stage
Esta segunda temporada alterou o foco da problemática do protagonista para outro personagem que era secundário na primeira temporada. Tem um lado positivo que é poder explorar a problemática por outros ângulos, sem se tornar entediante, ao mesmo tempo que continua o desenvolvimento do personagem principal. No entanto, essa mudança fez os romances que estavam sendo desenvolvidos ficarem escanteados. Além disso, deu uma aliviada nos temas profundos, controversos e polêmicos. Apesar da suavização, o conteúdo crítico, que torna esta obra especial, permanece bastante presente e complexo.
Majo to Yajuu
Esse é um dos melhores animes da temporada, pois há mistérios instigantes, ação explosiva e personagens com motivações orgânicas. É possível notar também que há uma complexidade nas motivações. Complexidade essa não apenas nas motivações dos protagonistas, mas também nas motivações dos vilões e dos personagens secundários. Ademais, as tramas também são bem elaboradas, com desfechos inesperados, controversos e reflexivos.
No entanto, é um anime Seinen, que deveria ser mais maduro e ter um ritmo adequado. O ritmo rápido, em que um arco é resolvido em um ou dois episódios, obriga os diálogos a serem diretos, menos naturais e com menor maturidade. Além disso, esse ritmo força a finalização de bons personagens e de boas tramas muito precocemente. Também é preciso salientar que, às vezes, é excessivamente pesado, levando posteriormente a suavizações que são por demais excessivas, como as ocorridas no final do primeiro episódio.
Mashle: Shinkakusha Kouho Senbatsu Shiken-hen
Esta temporada inicia-se descartando o que norteava toda a história, que era a principal piada do anime, a de que quase ninguém da trama sabia que o protagonista não era capaz de usar magia. Para tentar compensar, exageram na utilização de outras piadas, de tal forma que as tornam forçadas. A questão não se limita à perda do principal fator cômico, mas à perda de algo tão basilar nessa história que só pode ser identificado como à quebra de uma premissa. Isso resulta em uma diminuição da motivação do personagem e do interesse do público em continuar a acompanhar a obra. Posto que essa revelação deveria ser um clímax de finalização e não um elemento de início de uma nova temporada. Restando apenas de material ao anime uma trama de ação clássica shounem.
Mato Seihei no Slave
O ecchi por vezes vem de cenas ridículas, com elementos imaturos, mas ainda assim é legal. O anime apresenta também alguns personagens interessantes, e a produção está aceitável. No entanto, a premissa é vergonha alheia; a construção de mundo é péssima; a história consegue ser forçada, mesmo sendo simplória; e a trama é repleta de clichês. A impressão é que o anime quer ser um sonho erótico de um estereótipo de virgem masoquista. Para completar a cereja do bolo, o anime tem um terrível trabalho de som.
Metallic Rouge
É belo, bem animado, inteligente e complexo. As constantes cenas de ação são um destaque, uma vez que a computação gráfica não destoa, a tal ponto de suscitar dúvidas se de fato está sendo utilizada. Além disso, as cenas de ação se destacam por serem detalhadas, terem consistência e uma fluidez acima da média. Outro aspecto positivo da obra são as várias temáticas que aborda, como: o papel das máquinas, a fragilidade da vida, a eternidade, a liberdade, e a protagonista lutando contra coisas que deveriam ser do seu interesse.
Entretanto, é provável que o anime não agradará a todos, uma vez que apresenta apenas mulheres protagonistas e desempenhando atividades típicas masculinas. Além disso, o ambiente de Marte costumeiramente não é bem aceito pelo público contemporâneo. Para completar, há uma ausência de um romance, que é um atrativo comum em animes.
No passado, a ficção científica já utilizou Marte para inúmeras obras de sucesso, mas isso era em uma época em que se tinha pouco conhecimento do planeta e as especulações fascinantes dominavam o senso comum. Continuar usando Marte como uma Terra 2.0, não é somente uma questão de saturamento no gênero, mas principalmente de não mais parecer algo plausível.
É possível notar uma tentativa de tornar as protagonistas mais femininas, talvez como uma forma de antecipar possíveis críticas, mas não tem como ocultar a ideologia progressista presente. Esta ideologia tem causado a destruição de boas histórias e acabado com a indústria do entretenimento. Como consequência das péssimas obras ideológicas, existe nesta geração uma grande rejeição automática do público. No entanto, nem sempre uma obra com essa ideologia é ruim. Infelizmente, apesar de Metallic Rouge ser ótimo, não foi lançado no tempo certo para poder brilhar. Ademais, é preciso fazer um adendo de que a ingenuidade GoKu, mesmo que em pequenas gotas, não combina com personagens femininas.
Ore dake Level Up na Ken
O anime correspondeu às expectativas com relação a ter uma boa produção e direção. Os momentos de ação são as melhores partes, pois transmitem muita tensão. Contudo, o anime permanece com a mesma premissa desagradável do original.
O primeiro episódio é típico de um bom anime, com alguns pontos diferenciados e acima da média. O segundo episódio é ótimo, com muita ação, bom drama e uma tensão espetacular. Entretanto, o terceiro episódio é chato, consistindo apenas em explicar a premissa, a qual ninguém se importa e é cheia de problemas.
Youkoso Jitsuryoku Shijou Shugi no Kyoushitsu e 3rd Season
A produção é mediana como o esperado, mas a trama está sendo constantemente instigante. Se continuar atraente assim por mais alguns episódios seguidos, será a temporada mais continuamente instigante. Entretanto, isoladamente, os episódios da terceira temporada já são mais constantes em se manterem todo tempo cativantes. A primeira temporada tem uma primeira metade excelente e a segunda metade é um desastre, com exceção talvez do último episódio. A segunda temporada tem um ótimo último arco, além de mais alguns episódios esporádicos ou cenas deles. A terceira temporada é continuamente ótima, faltando apenas um grande clímax para se consolidar como a melhor das temporadas.
Apesar dos aspectos positivos desta terceira temporada, há algo em Classroom of the Elite que incomoda em todas as temporadas. O anime sofreu muitas alterações em relação ao seu material original, em virtude de reduzirem muito o número de alunos nas salas. Embora essas modificações causem uma desorganização em determinados aspectos do anime, o que mais incomoda é que, apesar da redução de alunos, não resolveu o problema da abundância de personagens. Por vezes, é possível confundir os personagens, esquecer quem era aquele personagem e outras situações semelhantes. Além disso, há muitos personagens que só são importantes ocasionalmente e ficam flutuando em tela a maior parte do tempo. Há também o caso das garotas Kei e Ichinose, que são personagens carismáticas, mas acabam ocupando o lugar consolidado da Horikita, o que é algo extremamente desagradável.
Yubisaki to Renren
A trama tem um grande valor, está bem produzido, tem bons personagens, e momentos esplendorosos. No entanto, o anime consegue ser durante a maior parte do tempo monótono, gerando uma sonolência.
Minhas cinco apostas para a temporada spring 2023.
Ativos:
• Kono Subarashii Sekai ni Bakuen wo!
• Tonikaku Kawaii 2nd Season
• Mashle
• Yamada-kun to Lv999 no Koi wo Suru
• My Home Hero
Banco:
• Kimi wa Houkago Insomnia
• Boku no Kokoro no Yabai Yatsu
• Yuusha ga Shinda!
Extra:
• Tengoku Daimakyou
Kono Subarashii Sekai ni Bakuen wo! – O nome kono Suba é muito forte e a Megumin é muito popular, por isso para o mal ou para o bem será muito comentado. Vou assistir e estou torcendo para que seja bom, mas tenho serias dúvidas se a Megumin sozinha, sem o restante dos principais de kono Suba, será o suficiente para sustentar essa obra.
Tonikaku Kawaii 2nd Season – Quem o ama, o ama, quem não gosta só lamento. É uma obra riquíssima pelas inúmeras referências ao conto do Cortador de Bambu, que é a mais antiga narrativa japonesa existente e da qual deriva a lenda que deu o nome ao Monte Fuji. Tonikaku é um romance belo com raízes lendárias, que oferece novas perspectivas, novas reflexões e uma continuação ao conto do Cortador de Bambu.
Mashle – Harry potter e One punch man fizeram sucesso, tem suas legiões de fãs, e certamente Mashle por fazer uma fusão das duas obras vai receber toda a boa vontade de um grande público. No entanto, não sou fã de Harry potter e estou descrente que One punch man possa ser copiado com a mesma qualidade. Vou apostar nesse, mas não estou com a mínima vontade de assistir.
Yamada-kun to Lv999 no Koi wo Suru – Uma aposta perigosa, o estúdio é o Madhouse, o mangá não é popular e nem tão bem avaliado. A premissa tem algo que parece interessante, mas também tem problemas e desconfio que será difícil levar o anime por doze episódios, mantendo elevado o interesse na obra. Estou apostando porque souberam vender, garantindo um bom público inicial, e também o anime não parece que será um desastre de ruim. Por último, tem um público considerável que curte muito um romance de otaukus mais velhos e introvertidos.
My Home Hero – Sou um grande admirador do finado Tezuka, mas não aprecio muito as obras em termos de qualidade de produção do estúdio que leva o seu nome. Essa é a minha única ressalva, porque se depender somente da trama será um sucesso garantidíssimo.
Kimi wa Houkago Insomnia – Sendo bem honesto, não estou nenhum pouco interessado em assistir essa obra, a sinopse não me vendeu. No entanto, tenho que admitir que o trailer está espetacularmente lindo, os personagens parecem carismáticos e os designs têm traços mais puxados para o realismo japonês. O ponto definitivo para colocar essa obra entre as possíveis apostas, é que o mangá é muito bem avaliado e consideravelmente popular.
Boku no Kokoro no Yabai Yatsu – Estou saturado de romance escolar com vida cotidiana. As obras precisam ter um diferencial, uma problemática, algo que não seja tão comum no dia a dia, algo que possa cativar o interesse. Esse anime é sobre um psicopata que quer matar seus colegas, mas que muda por se derreter pela gata mais gata da turma e de fato a personagem tem designs bonitos. Parece que a problemática já está resolvida na sinopse, logo não tenho muito interesse. Contudo, vou apostar e talvez assistir porque o mangá é muito bem avaliado e popular. O anime também está tendo hipe e sendo bem promovido. Além do que não tem muitos concorrentes a altura nessa temporada.
Yuusha ga Shinda! – Curti muito a música e a parte cômica que vi no trailer. Acredito que a fórmula de fazer uma paródia escrachada com fantasia, ação e ecchi é acertadíssima. Isso deveria ter sido mais enfatizado no trailer e na sinopse. Para ser melhor vendido, precisava de menos coisas como: os traços genéricos em cenários; e o fazendeiro de anime típico de temporada. Por isso acredito que essa obra deva começar atrás de muitas outras tantas, mas que tem uma tendência de subir muito por conta do boca-a-boca com o passar dos episódios. Minha maior aposta, que possivelmente será a surpresa da temporada, quem sabe do ano.
Tengoku Daimakyou – Acho que esse tem um bom potencial e até o último momento estava dentro da minha lista de apostas, mas tem um limite de animes que posso apostar e escolhas precisam ser feitas. A escolha foi mais por conta que esse gênero e essa demografia tendem a ser menos populares. Com essa proposta, para ficar realmente bom, precisa de um considerável investimento em produção e um tato apurado para saber o tom certo a ser dado, coisas que não estou tão confiante que terá.
De antemão quero deixar claro que esse texto é totalmente respeitoso com o Ig0y e com a sua religião. São apenas as minhas opiniões conforme os argumentos apresentados no vídeo dele.
Também preciso dizer que já o convidei para uma conversa em dezembro, a fim de compartilharmos os nossos pensamentos sobre esse tema. Ele deu uma desculpa que não poderia fazer isso naquele momento e propôs que eu fizesse um texto, que me indispus na época a escrever pois como o informei seria um longuíssimo texto. Como o tema novamente se tornou polêmico, mudei de ideia e decidi colocar alguns dos meus pontos reagindo ao novo vídeo dele. O Ig0y tem o direito de não querer ter uma conversa comigo, como também está no meu direito reagir ao vídeo dele e dar minhas opiniões sobre esse tema de forma saudável, sem agressões.
Quero deixar registrado que tudo que estiver nesse texto o diria pessoalmente. Portanto, se o mesmo achar necessário e quiser em outro momento conversar por call não recusarei.
Para contextualizar, antes de entrar nos tópicos propriamente do vídeo, a polêmica ocorre pelo uso do Ig0y em suas redes sociais da manji (suástica). Certamente quando ele colocou esse símbolo já sabia que causaria polêmicas, sendo irreal achar que o mesmo não provocou a discussão. Com isso não estou dizendo que a culpa é da vítima, mas convenhamos que se colocar em situação de vulnerabilidade é no mínimo de uma estúpida irresponsabilidade. Não acredito que o Ig0y seja uma pessoa ingênua, logo ele sabia que pessoas começariam a fazer certos comentários, sendo assim estava buscando que algo desse tipo acontecesse. Fazendo uma analogia, é como alguém que entra em um estádio de futebol vestindo a camisa do Palmeiras no meio da torcida organizada do Coríntias, alegando que aquela camisa tem outro significado.
1. Tokyo Revengers.
Em um determinado momento do vídeo, quando o Ig0y tenta argumentar que não provocou a discussão, ele cita esse anime Tokyo Revengers. Não é um ponto muito relevante para os argumentos dele, mas acho importante pincelar um pouco sobre essa obra, porque a mesma também se envolve em polêmicas por conta do uso da suástica.
Toda obra passa mensagens, quase sempre intencionais, algumas bem explicitas, outras subliminares, e todas com conhecimentos e valores. Tokyo Revengers passa algumas mensagens negativas, muito menos pelo uso propriamente dito da suástica, e muito mais por conta que há outros elementos que caracterizam aqueles grupos ideológicos que atuaram na Europa nas primeiras décadas do século XX.
Recomendo muito o filme chamado A Onda para quem ainda não assistiu. Esse filme é baseado em uma história real que aconteceu nos Estado Unidos da América, em uma escola em Palo Alto, na Califórnia. O filme retrata um experimento social que um professor anarquista de ciências sociais resolveu aplicar em sua turma, com alunos das mais diversas orientações políticas, classes sociais e comportamentos. No filme o professor converte toda a sala ao autoritarismo, a coisa se espalha por toda a escola, saindo totalmente fora de controle, onde nem mesmo o professor consegue acabar com aquilo sem a resistência dos alunos.
Eu citei esse filme porque ele mostra muito bem quais são as gênesis das ideologias autoritárias, que estão muito presentes no anime Tokyo Revengers. Coisas como: todos se vestirem iguais, violência, ações em conjunto, organização, identidade comum, sentimento de pertencimento a algo, um líder carismático, etc. Para ficar bem claro esses pontos, recomendo que assistam ao filme.
Sabemos que não são todos os japoneses, mas que não sejamos inocentes, a sociedade japonesa é etnocêntrica, é xenófoba, é orgulhosa, é muito homogênea e não ver com bons olhos o diferente. Coisas que seriam estranhíssimas no ocidente são normais lá, defendidas de modo a manterem as ideias de igualdade e pertencimento. Para quem não sabe, nas escolas há inspeções de maquiagem, de se sobrancelhas foram feitas, se as roupas estão nos tamanhos corretos, se estão com roupas íntimas na cor branca, etc. Na vida adulta também é cobrada a padronização das pessoas, deixando pouco espaço para individualidade, como, por exemplo: as empresas medem até a cintura dos seus funcionários. É impossível falar e escrever sobre aquilo que não se conhece, que não se vive, logo obviamente muitas das mensagens dos animes refletem e passam um lado negativo da sociedade japonesa.
Também é preciso dizer que o Japão era membro do Eixo na Segunda Guerra Mundial, que fez coisas terríveis, que ainda tem problemas com os Chineses e com os Coreanos, e que ocasionalmente aparecem autores e obras envolvidas em questões polêmicas. Um exemplo é o autor da obra Again in Another World, que além da sua obra ser complicada, exaltando um militar japonês da Segunda Guerra, ainda postou via twitter insultos discriminando chineses e sul coreanos.
O ponto mais problemático de Tokyo Revengers é mostrar uma imagem relativamente positiva das gangues, romantizada, levando com certeza jovens a se sentirem atraídos. Esse é justamente o ponto central da fundação daqueles partidos, tanto na Alemanha, com a SA, como na Itália, com os Camisas Negras, essencialmente eram gangues violentas padronizadas. Piora muito mais quando no anime os personagens dessa gangue pintam os cabelos de louro e usam roupas pretas, parecendo a SS.
Qual o uso religioso de uma suástica usada por uma gangue de rua em sua bandeira e em seu fardamento? Será mesmo que o autor é tão ignorante que não sabe o outro significado que esse símbolo tem? Acaso alguém acredita que os produtores e diretores desse anime, que na primeira temporada já começa com 24 episódios, achavam que a obra ficaria restrita ao Japão? Eu gosto muito de aplicar o conceito de que sejam inocentes até que se prove o oposto, mas me parece absurdamente improvável que a mensagem dentro do contexto da obra não seja pelo menos dupla.
Para concluir e não parecer que julgo o anime terrível, se colocarmos de lado essas coisas, é uma obra que pode produzir uma boa diversão.
2. O perfil é meu, faço o que eu quiser.
Uma afirmação um tanto arrogante e um tanto imprecisa. A liberdade nunca é plena, ninguém tem a liberdade de tudo, a liberdade tem que ser restrita para garantir a própria existência da liberdade, esse é o princípio da liberdade. Por acaso alguém pode ter a liberdade de ter escravos? A partir do momento que se faz alguma coisa, que se posta algo, ou que se fala alguma coisa que está incomodando o outro, que está agredindo uma pessoa, esse é o limite, e a lei tem que atuar, o estado tem que punir. É por isso que é proibido e ninguém pode defender algo criminoso.
Outro ponto, não é somente postar aquilo conforme as normas da plataforma. Tem que ser de acordo também com as leis do estado e mesmo quando não estiver tipificado de forma explicita, ainda assim tem que permanecer conforme os princípios da lei. Mais do que isso, tem leis que não são escritas por governos, nem precisam de papel, são as leis de boa convivência, que precisam apenas de um pouco de faculdades mentais e bom senso. Tem coisas que não convém fazer e errado é quem faz.
Por último, nesse ponto, é falso dizer que não teria culpa se não é essa intenção. Se está causando dolo a um indivíduo, a uma organização, a uma empresa, ao estado, ao ambiente, a sociedade, não importa quem seja, se sabia dos riscos, assumiu as responsabilidades, logo tem culpa.
3. Lei mundial.
Esse tópico será pequeno pelo simples fato de que não existe uma lei mundial que o Ig0y cita no vídeo. Quanto ao tratado pós-Segunda Guerra Mundial (Tratado de Paris), que não é uma lei mundial, foi sobre tudo para resolver questões territoriais, se nele foi estabelecido qualquer coisa sobre o uso de suástica desconheço. O único ponto que não tenho questionamentos desse tópico, é que após a Segunda Guerra Mundial quem ainda usava suástica convencionou a usar invertida a daquele regime que governava a Alemanha.
4. Origem do termo suástica.
Prefiro o uso do termo manji (como é chamado no Japão) em detrimento de suástica, acho mais respeitoso com os budistas e hinduístas, porque desassocia ao uso que deram a esse símbolo para fins não religiosos. No entanto, desde que ninguém se sinta ofendido, também não vejo problemas sérios de ser chamado suástica por pessoas leigas sobre o termo manji, até porque é o mesmo o símbolo. Agora daí usar um argumento de origem para justificar que o uso do manji ou de suástica, seja certo ou errado, é uma falácia etimológica, é uma falácia de origem.
Será mesmo que o termo suástica não pode ser utilizado para definir o símbolo do nacional-socialismo? Alguém no ocidente, além de alguns poucos estudiosos, sabem da sua origem etimológica? O ocidente faz ligação dessa palavra com indianos? No fim, não importa a origem da palavra, mas o sentido que se é dado. Logo, o fato é que no ocidente o termo suástica hoje tem um sentido mais ligado aquela ideologia, e manjin tem um sentido ligado as culturas e as religiões orientais. Portanto, para alguém esclarecido que faz uso desse símbolo melhor convém usar manji, de modo a evitar um entendimento equivocado. A não ser, é claro, que a intensão seja dúbia e nesse caso essa pessoa não pode reclamar de críticas acidas.
O termo cristão originalmente era usado pelos inimigos dos cristãos, como uma forma de escarnecer, de os difamar, de os desmerecer, de os desdenhar. Por isso a palavra cunhada pelos seus inimigos e apropriada do nome do seu líder não deveria ser usada? A palavra protestante também não foi cunhada pelos protestantes, mas pelos católicos como uma forma de ofensa. Algum protestante se sente ofendido por isso?
Posso dizer que senti uma forte lacrada do Ig0y ao falar dos: inimigos britânicos e americanos, grandes empresários maldosos, banqueiros. Os quais se apropriaram do termo indiano suástica e chamaram de suástica a suástica nazista. O certo eram os brancos, burgueses, colonizadores darem um nome britânico para algo usado pelos orientais e assim poderem depois serem acusados de anglicanismo?! Nem o professor de história do ensino médio lacra assim.
Um adendo, não que isso seja realmente importante, porque estou construindo minha argumentação partindo do pressuposto que a pesquisa etimológica do Ig0y seja verdadeira. Contudo, em minhas pesquisas não encontrei absolutamente nada sobre essa palavra ter sido dada por americanos e ingleses com a emancipação da Índia da Inglaterra no pós-Segunda Guerra Mundial, muito menos para difamar os indianos. Pelo que estudei, o termo suástica já era de uso corrente a comuns muito anos antes daquele partido adotar o símbolo e com os primeiros registros desse termo tendo mais de 2000 anos. Escreveu Adolf Hitler no livro Mein Kampf: “Como nacional-socialistas, vemos em nossa bandeira nosso programa. No vermelho, a ideia social do movimento; no branco, a ideia nacionalista, e na suástica, a missão de lutar pela vitória do homem ariano, e ao mesmo tempo pelo triunfo da ideia do trabalho produtivo, ideia que é e será sempre anti-semita”. Quem realmente fazia correlação da suástica com os indianos eram os nacionais-socialistas, por conta da ideia de que eles eram os arianos puros. Sendo os arianos o povo que deu origem ao homem branco, desde parte dos indianos (castas superiores) até a Europa.
Ainda nessa questão etimológica, outro exemplo é a palavra denegrir. Não faz muito tempo teve uma repórter que em uma reportagem ao vivo utilizou esse termo. Um dos seus colegas duramente a reprimiu no mesmo momento e pelos instantes que se seguiram a reporte se desculpou de forma vexatória. O problema é que a palavra denegrir não tem nenhuma conotação racial, nem ao menos há uma relação etimologicamente. Denegrir vem do latim, "denigrare", é uma palavra muito mais antiga do que o Brasil e do que seus problemas. https://www.youtube.com/watch?v=TUZd1ZBznRk
Nesse ponto, ao defender o uso de um termo, tem outra falácia além da de origem, que a de semântica. Alguém pode falar do meu português “mal escrito”, de pontuações inadequadas, de concordâncias fora da norma, de falta de acentuação, mas nada disso realmente é um erro se houver entendimento do interlocutor da mensagem, o máximo que pode ser dito sobre essas coisas é que estão fora da norma culta. Portanto, não importa muito se é chamado manji ou se é suástica, se o interlocutor entendeu a mensagem do remetente está correto, mas caso não tenha entendido está errado e a culpa é do remetente até que forneça uma explicação mais adequada. Erra alguém querer impor ao outro na sua comunicação coisas alheias ao entendimento comum da sua cultura e linguagem.
5. Monark é retardado.... Quem vai defender a suástica?
Na antiguidade, na Grécia antiga, existia uma escola, uma sociedade de ascetas, com praticais morais valorosas, eram místicos, pensadores, filósofos, músicos, astrônomos e sobre tudo matemáticos. As pessoas que faziam parte eram chamadas de pitagóricos em função do seu fundador Pitágoras. A esse fundador é atribuído o teorema de Pitágoras, a ser o pai da música por descobrir a relação entre os números e as notas musicais, a descoberta dos únicos cinco poliedros regulares, e a ser a primeira pessoa na história do mundo a concluir que o mundo era uma esfera. Os pitagóricos consideravam o dodecaedro, um dos cinco poliedros regulares, constituído por 12 pentágonos, o mais harmonioso e soberano dos sólidos, para eles representava o universo ou o cosmos e o mantinham sobre segredo por ser considerado perigoso demais. O pentagrama, também conhecido como estrela de cinco pontas, está estreitamente relacionado com o pentágono regular, bastando unir os vértices por diagonais. No que lhe concerne, o pentágono tem uma quantidade absurda de números áureos (a divina proporção, o número da beleza) e do retângulo de ouro, são tantas às vezes que é difícil de serem contadas. O pentagrama era o emblema da escola de Pitágoras, era o símbolo que os matemáticos usavam para se reconhecerem. Possivelmente o primeiro símbolo da matemática e eu não consigo imaginar outro símbolo com mais matemática do que esse, não existe um maior.
Sendo o pentagrama o símbolo primordial da matemática, por que não vemos matemáticos usando esse símbolo? Por que não vemos escolas com pentagramas? Por que não vemos universidades com pentagramas? Por que não encontramos pentagramas se quer nos departamentos de matemática? Esse símbolo não deveria ser usados por todos da área de exatas? Porque durante a idade média os satanistas começaram a utilizar o pentagrama e o que representava a matemática tomou outro significado. Convém aos matemáticos hoje usarem pentagramas? Quem vai defender o pentagrama?
Para min que sou da área de exatas, que conheço a matemática contida e a história clássica desse símbolo seria maravilhosos poder colocar no meu perfil das redes sociais e no meu nome. Contudo, qual seria a mensagem que eu estaria passando? Quem entenderia? Quantos da área de exatas conhecem a história e o significado desse símbolo? Eu posso exigir que as pessoas saibam a história do pentagrama? As pessoas precisam saber a história do pentagrama? Que tipo de pessoas eu vou estar chamando para quererem interagir comigo? Eu posso esperar algo diferente de satanistas e adolescentes problemáticos? A grande maioria das pessoas irão entender que eu sou satanista, que não compartilho dos valores morais ocidentais, que não bato bem das ideias e eu não posso culpar elas, a culpa será exclusivamente minha. É preciso parar de pretextos, ter bom senso e entender que o contexto que vivemos é de uma sociedade real e não imaginaria.
Em um contexto escocês, homens podem usar saias; em um contexto russo, homens se beijam como cumprimento; em um contexto árabe, homens andam de mãos dadas. Se eu sair por aí no Brasil de saia, beijando homens e andando de mãos dadas com eles. Tem como culpar alguém de entender algo diferente daquilo que supostamente eu queria passar? Convém eu fazer isso no Brasil? Exceto caso eu queira realmente passar essa mensagem e depois eu meta o louco dizendo que não sou isso, que o povo é que é xenófobo.
6. Apito de cachorro é coisa de cristão.
Fazer essa imputação inverídica de apito de cachorro aos cristãos é um desrespeito e no mínimo irônico por estar em um vídeo que supostamente deveria ser reivindicando respeito religioso, inclusive ameaçando os desrespeitosos. O cristianismo não prega a discriminação por questão de raça. O cristianismo também não prega coisas dúbias, pois não precisa e fazer foge dos seus valores.
Quem usa apito de cachorro não são grupo de cristãos, nem de budistas, nem de hinduístas, nem de judeus, nem de muçulmanos. Quem usa o apito de cachorro são pessoas públicas, passando mensagens políticas quando estão aos olhos de uma multidão, geralmente são políticos buscando apoio de grupos ou de pessoas que simpatizam com algo mal visto pela sociedade. Quase sempre essa coisa má tem relação com algo criminoso, sobretudo em questões raciais. A linguagem usada no apito é dúbia, para significar uma coisa para a população em geral e mais outra para o grupo-alvo. A expressão apito de cachorro também não é adequada para sociedades secretas, posto que nessas sociedades faltam alguns desses fatores elencados e nunca nenhum grande meio de imprensa usou essa expressão para tal.
Um ponto a destacar é que alguém pode utilizar o apito de forma não intencional, ingênua, e nem por isso deixou de usar o apito. Também, uma pessoa pode ter a ciência que a mensagem é dúbia, mas pode não se importar por qualquer motivo que seja e continuar usando o apito. Com isso não estou dizendo que essa pessoa queira sinalizar para aquele grupo, apenas que não se importa o suficiente a ponto de mudar algo por conta disso.
Ficar perguntando quem tem autoridade para dizer o que é um apito de cachorro no sentido de desqualificar o argumento, é uma falácia non sequitur e de autoridade. Falácia de não se segue, porque existindo ou não uma autoridade, não implica em nada para existir ou não um apito. Falácia de autoridade, porque obviamente ter uma autoridade também não valida isso ou aquilo ser um apito.
O fusca pode ser um apito de cachorro? Sim, claro, obvio, tudo depende do contexto para que a situação que o fusca seja inserido permita uma mensagem dúbia. Os contextos tem muitas variáveis, mas para uma mensagem de massa que é o apito nem uma delas será de conhecimento particular, por exemplo, o que até pouco ninguém sabia era sobre a kombi rosinha do Ig0y.
7. No Brasil tem algum problema? No ocidente tem algum problema?
No final do ano passado a Globo acompanhou a Polícia Federal prendendo um grupo de integrantes daquela ideologia. Foram presas seis pessoas que planejavam matar mendigos, negros e nordestinos. Um deles tinha 24 anos e é estudante de Engenharia de Agricultura. Outro era auxiliar de escritório, de 27 anos e formado em Comércio Exterior. Tem um estudante de Engenharia Automotiva da UFSC, de 21 anos; e outro que cursa Letras, de 20 anos. O último, também de 20 anos, cursa Direito. https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2022/10/23/policia-prende-grupo-de-jovens-acusados-de-neonazismo-em-sc.ghtml
O Ig0y pediu provas do porquê devemos nos preocupar, então vamos às provas. A Polícia Federal informa explosão de inquéritos envolvendo investigações sobre apologia daquela ideologia. Até pouco tempo atrás, eram poucos os inquéritos, entre 4 e 20 a cada ano. A virada se deu em 2019, quando foram abertas 69 investigações de apologia. A situação piorou em 2020, quando os policiais federais investigaram 110 casos. O Brasil não tem motivos para se preocupar? https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2021/08/confundida-com-liberdade-de-expressao-apologia-ao-nazismo-cresce-no-brasil-a-partir-de-2019
O número de denúncias de adeptos daquela ideologia no Brasil expõe uma realidade alarmante. Em oito anos, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, por meio da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos, recebeu e processou 228.962 relatos anônimos a respeito de 21.921 sites sobre o tema, com imagens, textos, vídeos, músicas e outros materiais de apologia. https://noticias.r7.com/cidades/regiao-sul-do-brasil-concentra-cerca-de-100-mil-simpatizantes-do-neonazismo-10062014
Eu poderia passar horas pegando notícias, dados de governos, dados das polícias, pesquisas feitas por institutos sérios, para entregar as provas que o Ig0y solicitou. No entanto, acho que essas já são o suficiente e qualquer pessoa pode encontrar muito mais facilmente com uma pesquisa simples no Google.
Essas notícias não são narrativas minhas, não são as afirmações do Patrux, não são as opiniões do Ig0y, são apenas os fatos. Contra fatos tão obvieis não tem contestação, basta apenas não estar alheio ao que está acontecendo ao seu redor, ficar minimante informado, não ser alienado, que consegue enxergar essas constatações.
Coloquei notícias, mas tenho experiências e acho interessante compartilhá-las para não parecer que estou falando apenas de coisas distantes de mim. Durante a minha adolescência, frequentei uma escola relativamente grande, com mais de 4 mil alunos e exclusiva de ensino médio. Em determinado dia começaram a aparecer suásticas em cadeiras e mesas, os dias foram passando e os símbolos começaram a aparecer nas portas, paredes e corredores, mais alguns dias se passaram e os símbolos já apareciam nos quadros antes do início das aulas. O mais comum era o símbolo da suástica, mas apareciam outros também e frases nem um pouco agradáveis. Era absurdo, era assustador e isso perdurou por muito tempo, cada vez mais aumentando e aumentando. Não sabíamos quem eram eles, mas percebíamos que não era uma pessoa, que não eram duas pessoas, mas que eram muitas pessoas. Surpreendi-me de isso não ter caído nos jornais da época, nem de a polícia não ter aparecido de forma mais incisiva. Demorou muito para alguém esboçar alguma reação. Todavia, um dia vários professores de uma vez só começaram a passar séries de vídeos para todas as turmas, sobre os horrores que aquela ideologia tinha feito, mostrando detalhes, entrevistas das vítimas relatando tudo. Foram vídeos bastante chocantes, mas essenciais, pois só depois disso é que as coisas pararam de aparecer.
O principal erro do Ig0y é acreditar que as pessoas são esclarecidas, que são boas, principalmente as do Brasil e mais do que isso, acreditar nos jovens, o grupo com o qual ele tem mais contato. As pessoas da época da Segunda Guerra achavam que estavam vivendo em uma sociedade moderna, de pessoas civilizadas, e nem mesmo os judeus jamais pensaram que coisas daquele tipo poderiam acontecer. É de uma irresponsabilidade tremenda subestimar o mal. Mesmo que usar certas coisas não sejam contra a lei, por mais que a intenção possa ser uma intenção legítima, uma intenção boa, uma intenção justificável, ainda assim podem gerar certas consequências que não são boas. Isso é uma questão muito delicada, muito séria, onde o dolo não pode ser perceptível facilmente.
Outro caso que quero trazer é de um ex-vizinho meu. Era uma pessoa adepta dessas ideias, uma pessoa de físico forte e de família bem abastarda financeiramente, um filhinho de papai que não fazia nada da vida, que era violento, e que andava com pistolas e submetralhadoras. Lembro de uma vez que esse vizinho chamou de negro uma pessoa bem caucasiana somente porque o mesmo tinha o cabelo cacheado quando crescia. Enfim estou trazendo esse caso porque esse vizinho desfilava para tudo que é de lugar com uma camisa contendo uma suástica enorme estampada nos peitos. Talvez ele se confiasse no dinheiro dos pais, talvez se confiasse na certeza de impunidade no Brasil, mas muito provavelmente deveria já ter um álibi para quando a polícia o pegasse, quem sabe dizer que aquilo era um manji. Pelo menos tem uma coisa boa nessa história, um dia a polícia o pegou, não o deteve preso é claro, mas a polícia chegou sem falar absolutamente nada, só arrancaram a camisa dele, a rasgando com ele a vestindo.
Para finalizar esse tópico, essa questão racial é essencialmente estupida e é especialmente estupida no Brasil. Somos uma nação de misturados, qualquer análise genética vai mostrar que todos temos genes de várias origens. Muitas pessoas de pele branca se surpreenderiam ao saber que tem mais genes de origem africana, assim como também encontraríamos pessoas de pele escura com mais genes de origem europeia.
8. Brasil participou minutos da Segunda Guerra.
A participação do Brasil nas batalhas da Segunda Guerra Mundial, de fato, não foi tão grande se comparada as participações das grandes potências, mas ainda assim foi uma participação relevante para acelerar o final do conflito. Contudo, seria o esforço de guerra nas batalhas o que justifica a proibição da suástica em algum lugar do mundo? Qualquer análise séria sobre a Segunda Guerra Mundial não leva apenas em consideração os eventos das batalhas militares, pois existe um contexto político. Inclusive envolvendo os anos anteriores ao conflito bélico.
No nosso país havia o Partido Nazista no Brasil (PNB), um braço do partido Alemão, que possuía organizações em 17 estados da federação e permaneceu atuando por 10 anos. O partido Nazista dispunha de braços em 83 países diferentes, mas onde detinha mais filiados no exterior era justamente no Brasil. Além do PNB havia a Ação Integralista Brasileira (AIB). Como o PNB só aceitava pessoas que nasciam na Alemanha, coube ao movimento integralista absorver grande parte das pessoas simpatizantes das ideias nazistas.
Os dois partidos chegaram ao fim oficial quando Getúlio Vargas com o golpe do Estado Novo extinguiu todos os partidos políticos. Sendo o Getúlio um simpatizante dos líderes autoritários europeus e de suas ideias, impôs a nação muitas das políticas características dessa época. Logo, não é que o Brasil não tivesse preferências desde o início da guerra, é que só se colocou do lado dos aliados por meio de recebimento de vantagens, pressões americanas, e ainda assim somente quando a guerra já parecia ter um vitorioso certo.
A influência dessas ideologias perdurou na política do Brasil e ainda tem muita força atualmente. Alguém já esqueceu do Alvim copiando Trechos dos discursos de Goebbels? Um estudo recente informa que atualmente pelo menos 100 mil brasileiros são simpatizantes daquela ideologia.
9. Os verdadeiros budistas não usam suásticas.
Minha intenção não é discutir se os verdadeiros budistas usam ou não suástica, mas se os argumentos do Ig0y respondendo essa questão são logicamente válidos. O argumento principal dele é que os contrários à sua ideia estão incorrendo da falácia do verdadeiro escocês.
A falácia do verdadeiro escocês consiste em atribuir uma premissa que não corresponde aos fatores que define algo, ou seja, é oferecer uma falsa premissa. Por tanto, é uma especificação da falácia de não se seguir. A questão se resumiria a tratar-se de se o usar ou não da suástica ser uma premissa válida do que define ser um budista. Entretanto, o ig0y fez um mau uso desse argumento e em vez de mostrar que a premissa era falsa utilizou de uma generalização invertida do verdadeiro escocês e ainda para reforçar usou de uma série de falácias de autoridade.
A quem pertence à autoridade para dizer quem é budista e quem não é budista? Pertence ao senhor Nakagaki? Por que o Patrux e os seus colegas não podem dizer quem é o verdadeiro budista? O Ig0y é um mamífero, bípede, com um telencéfalo altamente desenvolvido e um polegar opositor, assim como eu, assim como o Patrux, como os amigos do Patrux, como o senhor Nakagaki, e todos os outros seres humanos da terra. O fato de qualquer pessoa dizer algo não torna aquilo automaticamente verdadeiro, como também não torna uma inverdade. Não será porque alguém disse que a gravidade não existe que não exista, e não será porque alguém disse que a gravidade existe que automaticamente já provou a sua existência. Dizer que o Patux ou qualquer outro não possa dizer o que é verdadeiro, é um Argumentum ad verecundiam, uma falácia de apelo à autoridade.
Quem é o Ig0y para dizer que não existe paganismo no budismo? Quem é o Ig0y para dizer que o budismo de Oxford é falso? Quem deu ao Ig0y autoridade para dizer quem é um verdadeiro budista? Quem é o Ig0y para dizer o que é verdadeiro? Não estou afirmando que exista paganismo no budismo, nem que o budismo de Oxford seja o verdadeiro budismo, mas é muito interessante ver o Ig0y rogar para se essa autoridade que não permite para outros. Como se somente por se declarar budista o desse esse poder. Mais do que isso, acredita que está refutando alguém utilizando esse argumento.
Existe o bem e o mal, existe o bom e o ruim, existe o belo e o feio, e existe a verdade e a mentira. O ig0y não questionou a validade da premissa usada pelo o seu opositor, mas questionou a existência da verdade ao relativizar a questão, dizendo que existem muitas correntes do budismo. A relativização da verdade é o ponto central da filosofia dos sofistas, combatida e refutada desde a antiguidade.
O que define ser um escocês? O que define ser um verdadeiro escocês? Certamente tal discussão abriria margem para uma guerra de narrativas, afim de determinar quais seriam as premissas do verdadeiro escocês, cada um defendendo um entendimento diferente oriundo dos seus próprios pontos de vista. Posto que o ser humano é um ser limitado, por isso haveriam diferentes pontos de vista e para cada um existiria um entendimento da verdade, “diferentes verdades”, resultando em diferentes premissas do que é ser um escocês. No entanto, uma verdade limitada é realmente a verdade? Para existir uma verdade limitada (subjetiva), não é necessário que exista uma verdade (objetiva)? Se todas as verdades limitadas forem tidas como a verdade, o resultado será que qualquer ser humano da terra poderia ser chamado de escocês. Se todos são escoceses, quem não é o escocês? Logo, a própria existência do conceito de escocês passaria a não fazer sentido. No entanto, para existir um conceito de escocês é preciso existir um veredeiro escocês.
Alguém poderia alegar que o verdadeiro escocês é aquele que o governo da Escócia determina que é escocês, que recebeu cidadania independente de ter nascido lá; o problema com essa premissa é que é uma falácia, pois se sustenta em um argumento de autoridade. Outro alguém poderia argumentar que quem define é o senso comum coletivo de uma nação; mas isso seria um argumento de apelo ao povo, ad populum, a falácia da maioria. Mais outro alguém poderia alegar que a premissa é estabelecida no sentido denotativo da palavra. Será que existe um sentido denotativo para o verdadeiro escocês? Alguém poderia dizer que o veredeiro escocês é o que nasce na Escócia; outro poderia dizer que o verdadeiro é o que tem alguma descendência genética dos escoceses que habitaram a Escócia nos séculos passados; outro poderia discordar dizendo que o verdadeiro escocês é somente quem tiver uma linhagem genética pura; outro poderia dizer que o verdadeiro escocês é qualquer um que tenha a cultura escocesa; outro poderia dizer que o veredeiro escocês é aquele que se sente escocês no coração. Se todos somos homens, então não existem mulheres.
Fazendo uma analogia com produtos, existem produtos falsos e verdadeiros, produtos de marca e piratas, produtos originais e similares, produtos iguais e parecidos. Será que o simples fato de alguém se dizer budista o faz dele um budista verdadeiro? Ou será que o verdadeiro é quem o Ig0y declarar que seja? Eu posso dizer que sou budista? Todos somos budistas? Ninguém é budista? Quem é o verdadeiro budista?
10. O crescimento daquela ideologia.
Não parece que a pessoa que trouxe esse argumento estivesse falando em um crescimento vegetativo, para o Ig0y argumentar que a população está crescendo e que somos oito bilhões. Não é como um pai que seja adepto daquela ideologia e que tenha vários filhos, transmita para eles essas ideias como se transmite os genes. Esse tipo de crescimento geracional não é o da preocupação real da sociedade e não é o padrão observado. O mais comum são pessoas de uma mesma família, descendentes ou ascendentes, tenham orientações ideológicas distintas a do parente que seja adepto dessa visão.
Também não faz sentido falar somente em crescimento absoluto dos adeptos daquilo em vez de proporcional ao da população total, ou pelo menos absoluto e proporcional. Primeiro porque não é essa a constatação que os estudos indicam. Segundo porque não existiria a percepção de crescimento e não aumentaria a relevância dos mesmos.
Outro ponto nessa questão de crescimento é que não existe um meio-termo para um crescimento proporcional, no qual permita a afirmação do Ig0y de que tudo está crescendo. Posto que não existe um meio racista, uma pessoa ou é racista, ou não é. Não pode o antirracismo crescer proporcionalmente e o racismo também. Nessa questão não tem centro, não tem apolítico para crescer nele. Não existe centro entre o racismo e o não racismo, como não existe uma pessoa que não seja uma coisa nem outra.
Em abril deve sair o resultado do censo, que foi realizado no ano passado. No entanto, todos os indicadores já estão demonstrando que o Brasil está desacelerando em crescimento absoluto populacional, chegando a uma quase estagnação e se espera que muito em breve esteja em decrescimento populacional, se não já o estiver.
Na Europa inteira, mais as Américas, mais a Oceania, mais os países desenvolvidos do leste asiático, mais a Rússia e até a China já entraram no inverno populacional. Todos esses estão com taxa de natalidade abaixo da de reposição, enfrentando diminuição populacional nativa ou prestes a enfrentar. Por tanto, os países onde o homem branco está mais presente enfrentam esse problema e é a população branca desses países é a que menos tem filhos.
No ano passado, pela primeira vez na história a China registrou uma diminuição populacional em relação ao ano anterior, e a taxa de natalidade baixa hoje é uma das maiores preocupações do Partido Comunista Chinês. A população mundial total cresce somente por conta da África, dos países de maioria islâmica e por conta da Índia. Será que é lá nesses países que estão tendo crescimento populacional real, que cresce aquela ideologia?
A Europa só mantém uma quase estagnação, com crescimento populacional total de míseros 0,06% ao ano por conta da fortíssima imigração que recebe. O mesmo vale para diversos outros países desenvolvidos como Canadá, Austrália e Nova Zelândia, estão tendo crescimento minúsculo e somente por conta da imigração recebida. No Japão e na Coreia, mesmo com as imigrações que recebem estão em declínio populacional em termos absolutos. O único diferente dos ricos é o Estados Unidos da América, que também está com a população nativa em forte declínio, mas a fortíssima imigração é tão alta que mantém um crescimento populacional total considerável.
Na Europa o problema com o crescimento daquela ideologia é mais acentuado por várias razões. A Europa recebe muita imigração islâmica, essa população tende a ter forte inflexibilidade a se adaptar a cultura Europeia, o que tem gerado grandes choques culturais e o sentimento da população nativa é de morte de sua identidade, morte de suas nações, e o medo do fim do homem branco. Somem a isso fatores históricos, um grande contingente de população branca, crises econômicas, grande endividamento de países. Os países europeus antes mesmo de outros países desenvolvidos já apresentavam baixíssimas taxas de natalidade, ou seja, grande proporção da população europeia é de imigrantes ou de filhos recentes deles. Resultando em um terreno fértil para as ideias supremacistas que tem crescido por lá de forma alarmante.
Por último, o argumento da internet, o mais típico do professor de ensino médio e o que serve de desculpa para tudo. Primeiramente porque o acesso à internet é tão abrangente no Brasil a quase uma década, que não seria um grande exagero dizer que é praticamente universal há um bom tempo. Se essa é a realidade do Brasil que é um país pobre de terceiro mundo, imagine como é a realidade dos países ricos e desenvolvidos. Também posso dizer que a internet facilita propagar qualquer ideia, inclusive as ideias antirracistas que não podem estar crescendo se as racistas o estão, por motivos que já falei anteriormente. O máximo que tem como aceitar é que o engajamento e radicalização de todos os lados possa estar crescendo, mas não é somente nisso que aquelas ideias estão crescendo. Essas ideias cresceram muito mais rápido e fácil no início do século passado, quando nem televisão existia. Internet não mata pessoas, pessoas é que matam pessoas.
Como O Ig0y não falou nada da complacência a qual foi acusado face o crescimento, senti que ele tangenciou negando a existência de um crescimento. Ou seja, criou um espantalho e ficou batendo nele.
11. Quem computa os crimes?
Não vou ser repetitivo, já enviei um monte de matérias jornalísticas de imprensa séria, com dados da polícia federal, com dados de agências do governo, com dados de pesquisas acadêmicas, com dados de ONGs. Com isso não estou dizendo que por serem essas as fontes seja automaticamente a verdade e que os dados não possam ser questionáveis. Entretanto, ficar desqualificando a fonte (o argumentador) perguntando quem computa isso, em vez de atacar os argumentos, é uma falácia (Argumentum ad hominem). Até porque eram a polícia e as agências do governo Bolsonaro dando dados de aumento sobre essas coisas. A quem interessava no governo aumentar esses números? Isso parece algo suspeito? Não é nem um pouco plausível ficar levantando esse tipo de argumento.
Também não é como se isso estivesse ocorrendo somente no Brasil, os aumentos são registrados em todo o ocidente por instituições muito mais credenciadas e serias do que as brasileiras. Quais são as probabilidades de todas elas estarem falseando dados e envolvidas em algum tipo de complô internacional?
Atacar a metodologia poderia ser um argumento valido, mas o Ig0y faz isso com uma alegação sem fundamento. Parafraseando: que essas instituições enquadram o uso do manji (suástica quando usada para fins religiosos) como crimes de apologia. Não, assim não, pelo amor de Deus, não vá na vera não. Será que aumentou tanto o número de budistas no Brasil usando esse símbolo, que a polícia tem ido até as sangas investigar? É meio obvio que a polícia e o governo não contabilizam isso como apologia. Algumas das reportagens que procurei falavam quais eram os critérios e não deixavam margens para esse tipo de confusão, em uma delas até especificou que não consideravam o manji para fins religiosos. Pior do que isso é somente a suposta prova dada por Ig0y dos erros metodológicos, que para começar não tem nada relacionado com apologia a aquela ideologia, mas com assassinato de mulheres. Para quem não sabe a Lei nº 13.104/15 que determina o que é feminicídio, define como tal a discriminação de gênero (Art. 1º, § 2º-A, II) ou violência doméstica (Art. 1º, § 2º-A, I). Questionar a metodologia dizendo que está errada por contarem um crime de violência doméstica em conformidade com a lei que tipificou o feminicídio é uma tremenda de uma pérola.
12. A cruz de Pedro.
Desconheço que cristãos queiram resgatar esse símbolo fazendo uso dele, pelo simples fato de que não precisa ser resgatado. Pertence à tradição Católica não bíblica o relato que Pedro teria sido crucificado de cabeça para baixo, é um símbolo de Pedro, não de Cristo e o único na Igreja Católica que roga para se ser o sucessor apostólico de Pedro é o papa. O papado nunca deixou de utilizar esse símbolo e não me parece fazer sentido outra pessoa além do papa querer usar o seu símbolo. O relato mais antigo encontrado do registro sobre como Pedro morreu pertence ao teólogo Orígenes (185 – 253).
Os satanistas na idade média adotaram o uso da cruz de cabeça para baixo por um motivo bem simples, o significado obvio de um Cristo invertido. As pessoas comuns não utilizavam a cruz invertida antes mesmo dos satanistas utilizarem, pela óbvia mensagem que passariam, também porque nunca foi o símbolo da cristandade e porque sempre houve um símbolo bem maior.
13. O intolerante Karl Popper.
Eu gosto do paradoxo da intolerância e entendo a origem dele, o qual é uma releitura e uma defesa da lei de talião para um caso mais específico; olho por olho, dente por dente, intolerância por intolerância. Por mais que eu goste dessa lei, há um erro no entendimento de muitos, posto que não se faz justiça com as próprias mãos, isso nem ao menos é justiça. Cabe apenas ao estado e em última instância a Deus, o julgamento e a aplicação da lei. Ao povo cabe a tolerância e o perdão. Se alguém roubar, se rouba de volta? Se alguém matar, se mata de volta? Um erro não justifica outro.
14. Ig0y raivoso.
Se tem uma promessa de mal, não precisa ser apenas diretamente contra o outro, mas se tiver intensão de provocar algum tipo de dolo, isso é problemático.
Quando o Ig0y fala para as suas contrapartes a agradecerem por ele só colocar um processo. O que ele estava dizendo com isso? O que mais do que um processo poderia fazer? Isso é uma ameaça?
Quando o Ig0y afirma que procurará o empregador do Patrux para fazê-lo ser demitido, isso não constitui em uma ameaça? Se o Ig0y de fato conseguisse provocar esse dolo ao Patrux, no que isso caracterizaria?
Fazendo um exercício mental sobre o Ig0y ir atrás do empregador do Patrux. De quanto seria o custo disso, uns 4 mil, 5 mil, 6 mil reais? O Ig0y teria dinheiro para gastar assim? Será que isso valeria a pena? O ig0y sabe se quer onde o Patrux reside para achar o seu emprego, ou se quer o processar? Caso encontrasse o emprego, quem garante que o Patrux trabalhe em uma empresa pequena para ter um patrão? Se for uma empresa grande, quem garante que o Ig0y passaria da entrada? Quem disse que empresas grandes se incomodam com a vida dos funcionários? Mesmo que seja uma empresa pequena, mesmo que o Ig0y consiga falar com o patrão do Patrux, mesmo que ele se importe com isso, quem garante que ele não vá dar apoio ao Patrux? Quem disse que tem como o Ig0y colocar algo no LinkedIn do Patrux? Quem disse que o Patrux tem LinkedIn? Quem usa LinkedIn? Isso era coisa para ser levado a sério?
Por fim o Ig0y chama um rapaz para o conhecer fazendo gesto com a mão fechada. Isso não foi mais uma ameaça?
eae, irmão vai em "about me design", logo abaixo de "Main image e & Introduction", vai ter o "Anime Settings", vai ter as opções "watching this season" e "last completed anime", ai é so clicar na opção "show"
Essa questão de numeração em Getter Robo é complicada porque existe mais de uma versão: o original tem mais volumes, a versão do Getter Robo Saga tem menos, mas são volumes maiores. No fim, a história é a mesma. Quando baixei peguei um torrent com a Getter Saga inteira, então não precisei me preocupar com isso. Até por isso não vou saber te confirmar se tem diferença de contagem de capítulos :/
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Uma defesa imerecida, mas necessária.
Minhas cinco apostas para a temporada spring 2023.
Ativos:
• Kono Subarashii Sekai ni Bakuen wo!
• Tonikaku Kawaii 2nd Season
• Mashle
• Yamada-kun to Lv999 no Koi wo Suru
• My Home Hero
Banco:
• Kimi wa Houkago Insomnia
• Boku no Kokoro no Yabai Yatsu
• Yuusha ga Shinda!
Extra:
• Tengoku Daimakyou
https://youtu.be/-oAUY3shRFs
De qualquer forma, espero ter sido útil o/