Something I hadn't noticed while watching and just reading other reviews and interpretations about the anime that came to my mind as FLCL is essentially a work in constant protest, almost an anti-coming of age. it is so raw in its subjectivity that it ends up giving the viewer almost nothing to hold onto and manage to come up with an interpretation that seems to be already there waiting for him to find out. More than that, FLCL practically forces anyone interested in making their own unique interpretation of the events presented to them. The existence of themes perceived as maturation here are reversed. While the anime asserts itself as a common narrative amidst several other common coming-of-age stories across the industry, "nothing extraordinary happens here." It contradicts itself with its events, animation and dialogues. In fact, nothing extraordinary could happen by itself. The work needs an observer to be perceived and then exist based on what the observer defines as normal and not, extraordinary or not. Nothing extraordinary happens in this story, it's just another story.
It may be disconcerting to read or think that FLCL is just another story. The anime makes a point of making it impossible to get something out of it that is contained only in what it presents, and this is part of the experience that it shows is happening every time someone interacts with the work. It's easy to feel dumb after seeing six episodes of what appears to be nothing more than a poorly directed and structured mess, this is the show's purpose, as part of the rebellion against everything that says an anime can't be FLCL ends up talking all the same time, and it does it smart enough not to become saturated or pseudo-intellectual. Everyone has covered the smallest details of this piece, which is funny how, unlike others that approach it as an evangelion, the anime has no problem laughing at this idiotic obsession of fans with giving meaning to every little thing as part of a big lore within the world. In the sixth episode Naota is confronted that he is the protagonist, so he should know what FLCL is and in that same discussion they end up saying that it doesn't matter what FLCL means. Or Haruko talking about being an illusion of Naota's youth to soon after fly off on the wasp and be revealed as almost a celestial god. He constantly laughs at our need to catalog every symbolism in a work that opens up enough to be what you take out of it and nothing more, while still simulating that familiar environment that demands from the viewer an emotional and intellectual understanding of the work and of himself to realize she's going to be everything he's allowed her to be.
Works cannot advocate by themselves. There is no holder of your truths, whether creator or critic, or anything else. The only ones who could give meaning to their existence are themselves and yet they show themselves incapable of finding themselves in a limbo where there is what is perceived by those who watch it. Rather than being something concrete and definitive, a piece of art is the purest form of a Rorschach test that is constantly changing depending on the person who perceives it. With that in mind, FLCL made me realize how fundamentally there is no pure communication in this world. Each person is too individual to have an honest existence with others, the people I know only exist in my head. This does not prevent moral codes from existing to maintain peace between people, but it ends up disabling art from being something concrete and potentializing it for countless interpretations that could not exist if it weren't for this individuality. Every human being is alone with their individual truths. FLCL looks at this and laughs at the uniqueness inherent in the human condition, using its almost non-existent structure and creating its own uniqueness to communicate with everyone. Furi Kuri is the work about the failure of works to be tangible, and talks about it integrating into the subjective and conditional, while talking about things that could only be said in an environment so full of lies that it turns out to be the most honest any art can be. Thinking about the future is destructive, indeed.
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Pra começar eu não acho que seria adequado avaliar essa obra como só um anime, e por falar isso eu não tenho a intenção de diminuir aqueles que são classificado como anime, se dá puramente pela falta de eficiência e até mesmo tentativa que a própria obra FLCL tem ao se enquadrar no que seria categorizado como um bom, ou somente um, anime. Em consequência disso ela pode e vai causar desconforto nos telespectadores para demonstrar o ponto em existir. Quando se fala de FLCL coisas importantes em outros animes como plot, crescimento de personagens, pacing e coesão se tornam ultimamente de importância mínima e no lugar todo o peso da obra é colocado em seu expressionismo e rebelião com a própria mídia de animação japonesa e suas histórias de amadurecimento e temas complexos e, mais pra frente, subjetivos demais para conseguirem ser confortáveis. Esse desconforto é essencial a obra, se tratando do desconforto do ponto de vista crítico para com a obra que está no meio de tantas outras como também do desconforto individual causado por cenas estranhamente sexuais e sangrentas. Não acho que as pessoas que tiraram somente partes negativas ou incoesas dessa obra para si e deram notas negativas sejam injustificáveis ou incompreensíveis, na verdade, eu mesmo não saberia que nota dar para uma experiência tão peculiar e mistura de sentimento, o seis seria pra mim o equilíbrio entre a qualidade do anime em ser um anime e a qualidade da obra em ser artística e inventiva.
Algo que eu não tinha reparado enquanto assistia e somente lendo outras reviews e interpretações sobre o anime que me veio na cabeça como FLCL é essencialmente uma obra em constante protesto, quase que um anti-coming of age. é tão cru em sua subjetividade que acaba dando quase nada ao telespectador pra se agarrar e conseguir tirar uma interpretação que pareça já estar ali esperando para que ele descobrisse. Mais que isso, FLCL praticamente força a qualquer um que tenha o interesse em fazer sua própria e única interpretação dos eventos que lhe são apresentados. A existência de temas percebidos como amadurecimento aqui são invertidos. Enquanto o anime se afirma como uma narrativa comum em meio a várias outras histórias de amadurecimento comuns por toda a indústria, “nada extraordinário acontece aqui”. Ele se contradiz com seus eventos, animação e diálogos. De fato, nada de extraordinário poderia acontecer por si próprio. A obra precisa de um observador para ser percebida e então existir a partir do que o observador define o que é normal e não, extraordinário ou não. Nada extraordinário ocorre nessa história, é só mais uma história.
Talvez seja desconcertante ler ou achar que FLCL se trate de só mais uma história. O anime faz questão de deixar impossível tirar algo dele que se contenha somente no que ele apresenta, e isso faz parte da experiência que ele mostra que está acontecendo toda vez que alguém interage com a obra. É fácil se sentir burro após ver seis episódios sobre o que parece ser nada além de uma bagunça mal dirigida e estruturada, isso é proposital da série, como parte da rebelião contra tudo que falam que um anime não pode ser FLCL acaba falando tudo ao mesmo tempo, e faz isso de um jeito inteligente o suficiente para não se tornar saturado ou pseudointelectual. Todos já abordaram os detalhes mínimos dessa obra, o que é engraçado como, diferente de outras que se aproximam dela como evangelion, o anime não tem problema nenhum em rir dessa obsessão idiota de fãs de atribuirem significado a cada pequena coisa como parte de uma grande lore dentro do mundo. No sexto episódio o Naota é confrontando com o fato de que ele é o protagonista, logo deveria saber o que é FLCL e nessa mesma discussão acabam dizendo que não importa o que FLCL significa. Ou a Haruko falando ser uma ilusão da juventude do Naota pra logo depois sair voando na vespa e ser revelada como quase que um deus celestial. Ele ri constantemente da nossa necessidade de catalogar cada simbolismo em uma obra que se abre o suficiente para ser o que você tirar dela e nada mais, enquanto ainda simula esse ambiente familiar que exige do telespectador um entendimento emocional e intelectual da obra e de si mesmo para perceber que ela vai ser tudo aquilo que ele permitir que ela seja.
Obras não podem advogar por si só. Não existe um detentor de suas verdades, seja criador ou critico, ou qualquer coisa que seja. As únicas que poderiam dar sentido a sua existência são elas mesmas e ainda assim se mostram incapazes por se encontrarem em um limbo onde existe aquilo que é percebido por quem a assiste. No lugar de ser algo concreto e definitivo, um pedaço de arte é a forma mais pura de um teste de Rorschach que está em constante mudança dependendo da pessoa que a percebe. Tendo isso em mente, FLCL me fez perceber como fundamentalmente não existe comunicação pura nesse mundo. Cada pessoa é individual demais para se ter uma existência honesta com outras, as pessoas que eu conheço só existem na minha cabeça. Isso não impede que códigos morais existam para manter a paz entre as pessoas, mas acaba incapacitando a arte de ser algo concreto e a potencializa para inúmeras interpretações que não poderiam existir se não fosse essa individualidade. Todo ser humano está sozinho com suas verdades individuais. FLCL olha pra isso e ri da singularidade inerente a condição humana, usando de sua quase não existe estrutura e criando sua própria singularidade pra se comunicar com todos. Furi Kuri é a obra sobre a falha das obras em ser algo tangível, e ela fala isso se integrando para o subjetivo e condicional, enquanto fala sobre coisas que somente poderiam ser ditas em um meio tão cheio de mentiras que acaba sendo o mais honesto que qualquer arte pode ser. Pensar sobre o futuro é destrutivo, de fato.
