Take a look at my Code Geass review.
Dê uma curtida na minha análise de Code Geass.
Link: https://myanimelist.net/profile/Tiago_Vaz_007/reviews
Below is the Portuguese version, the one in the link is in English.
Abaixo está a versão em português, a do link está em inglês.
No que diz respeito ao seu tema central, o anime aborda a filosofia da moral objetiva. É importante salientar que, logo em um dos primeiros episódios da primeira temporada, há um longo diálogo filosófico entre Lelouch e Suzaku. Diálogo o qual evidencia as ideias de Maquiavel, resumidas pela frase de "os fins justificam os meios". Dessa forma, o anime não poderia ser mais explícito sobre sua temática. Compreendendo sobre o que quer discorrer, para demonstrar ao máximo o seu ponto, o método que faz uso é o da eliminação de vidas. Sendo assim, o anime faz os personagens matarem o seu povo, seus aliados, seus amigos, suas famílias, milhões de pessoas e até a se mesmos. Em termos não literais também matam as pátrias, os sentimentos e os amores. Tudo no anime é justificado filosoficamente pelos fins, o que abre discussões e dá mais profundidade. A escolha desse tema também não é aleatória e descontextualizada, uma vez que, para o mundo da política, o livro O Príncipe de Maquiavel é o mais utilizado e relevante. Em virtude disso, um anime que se preste a ser sobre política tem que falar sobre isso, mesmo que seja altamente polêmico e incomum.
Este anime apresenta lutas com armas, armaduras robóticas de alta tecnologia, guerras de grandes dimensões, batalhas elaboradas e fascinantes. No entanto, os combates não se sustentam apenas com a ação. Os conflitos envolvem embates psicológicos com soluções estratégicas. Em virtude da temática, as ações do protagonista sofrem uma certa limitação. Pode-se supor que ele renunciará a algo e que alguém morrerá, devido à sua amoralidade pragmática elevada. No entanto, não são eventos previsíveis: exatamente o que, quando, e por quê. É importante salientar que este protagonista não é um personagem que se sobressai em tudo, que sempre vence e nunca erra. Dado que seus planos nem sempre são bem-sucedidos, isso torna o personagem humanizado, criando verossimilhança. Vários são os momentos em que o personagem é surpreendido, precisa improvisar, perde tudo, entra em desespero, trai e é traído. Além disso, mesmo com a amoralidade não sendo uma temática recorrente em animes, o mérito não está em ser sempre algo completamente imprevisível para o público, mas sim na sagacidade dos personagens, na inteligência e no maquiavelismo contra os rivais.
As principais críticas negativas a esta obra se concentram nas reviravoltas, sobretudo devido às mortes que, posteriormente, não são confirmadas. É claro que isso é um elemento de enredo que enriquece qualquer história, mas não está imune a críticas, principalmente quando utilizado em excesso. Em contrapartida, este anime oferece uma forma de compensar essas falsas baixas, apresentando inúmeras mortes que ocorrem de fato e que são fortemente impactantes. Além disso, ao despertar essas dúvidas, geram-se expectativas sobre algumas situações, deixando incógnitas, fazendo as pessoas pensarem e criarem inúmeras teorias. O que é apontado por alguns como um defeito na história, em alguns momentos dela acaba sendo o seu maior acerto.
Além disso, há críticas negativas em relação às reviravoltas por serem supostamente mirabolantes. É realmente prejudicial ter reviravoltas complexas e extraordinárias? Qual é o impedimento para que algo seja plausível em uma ficção? Apenas a própria história pode ser um impeditivo e, neste caso, não existem contradições internas. Já sobre serem mirabolantes no sentido de serem cada vez mais grandiosas, escalonar por escalonar, todo anime escalona, caso contrário o público perde o interesse. Portanto, a questão nas reviravoltas não é se são grandiosas.
Em questão de imagem, a animação é bastante fluida e bem detalhada, superior à média, mas não alcança o nível da UIfotable ou de Makoto Shinkai. Até mesmo para os dias atuais, impressionam os detalhes dos robôs gigantes, principalmente nas constantes cenas fluidas de ação. Em relação mais especificamente à arte, é da gigantesca CLAMP, feita com uma certa originalidade. A arte denota a sua inovação quando comparada com as de outros animes de robôs e militares, os quais têm traços mais quadrados. Além disso, o anime precisava de traços que expusessem suavidade, para compor uma proposta de realidade alternativa futurista e mística. O que mais impressiona, é que ficção científica tem potencial de deixar tudo datado absurdamente rápido, mas Code Geass por conta de seu espetacular trabalho de arte praticamente não envelhece.
Uma das características mais marcantes desse anime é a sua trilha sonora. Não é necessário se quer assistir esse anime, basta apenas ouvir as suas músicas para ser consumido por emoções. É esplendoroso como consegue mexer com os ouvintes, produzindo sentimentos tanto de tristeza, como de euforia. Dentre as inúmeras músicas sensacionais, as mais destacadas são: Innocent Days, Stories, Continued Story e Madder Sky.
As aberturas e encerramentos de episódios são excelentes, com grande destaque para o fenomenal último encerramento de episódios. Este último encerramento é um dos momentos mais artísticos e simbólicos da obra. Além de possuir uma melodia fascinante, a música deste encerramento tem uma letra que, se analisada com mais atenção, revela o quanto a obra se envolveu com o seu tema.
Com relação aos personagens, diversos são muito carismáticos e conseguem conquistar o apego do público quase de imediato. No entanto, o protagonista Lelouch não é notável por ser naturalmente extremamente carismático, mas sim por, apesar de ter todas as características de um vilão, ainda assim conseguir desenvolver carisma. O mérito é ainda maior por Lelouch ter sido transformado em uma espécie de anti-herói, apenas por rivalizar com iguais, e não com vilões. Por norma ninguém odeia protagonistas, e anti-herói é aquilo que somos ou temos medo de ser. Entretanto, é admirável como este anime consegue fazer o público desenvolver empatia e torcer por alguém que representa não somente um anti-herói, mas o cúmulo da amoralidade. Dessa forma, demonstra-se ser um trabalho de excelência na escrita.
Os méritos da trama em relação ao seu protagonista ficam ainda mais evidentes, quando analisamos que as motivações de Lelouch não são nobres, que os métodos são terríveis e que os objetivos são questionáveis. Há muito mais nele de vilão do que de herói. É alguém que como o seu pai e seu irmão não têm empatia, ou tem um pequeno grau de empatia seletiva, o que é a definição de psicopatia. O anime faz o público ter empatia por quem não tem empatia, o que é fabuloso. Também é bastante realista, uma vez que a política tem, comprovadamente, um ambiente que tende a atrair psicopatas. Ademais, não me identifico com Lelouch, não agiria da forma como ele agiu, discordo fundamentalmente dos princípios dele, mas chorei com seu destino.
Em relação aos adversários, esqueçam a palavra vilão, uma vez que nesta história não há vilões nem heróis, apenas um protagonista e diversos antagonistas. Todos os principais personagens desta obra são anti-heróis. O que mais impressiona neste anime, é que os rivais Lelouch, Charles e Schneizel, não divergem quanto a filosofia, aos meios e nem dos objetivos. Dessa forma, o que nos leva a torcer para um e não para o outro, não são as diferenças, ou questões lógicas, mas tão somente porque a trama é vista pela perspectiva do Lelouch.
Apesar de Lelouch, Charles e Schneizel terem objetivos semelhantes, há nuances entre eles e isso é uma das características mais esplendorosa do trabalho de criação de personagens neste anime. Eles diferem em algo muito profundo, que é a visão pautada no passado, no presente e no futuro. Isso é extraordinário, esplendido, rico, pois o autor transcendeu a proposta filosófica inicial, dando uma profundidade dentro de seus personagens de algo que dificilmente alguém veria nessa filosofia. Portanto, não é pretensioso afirmar que este é um trabalho visionário.
Outro personagem relevante é o Suzaku, uma vez que é o mais próximo que temos de um herói neste anime, mas que tem as suas mãos sujas e é um antagonista na maior parte do enredo. Genial pegar um nítido quase herói e transformar em antagonista, enquanto faz torcemos para um nítido quase vilão. Isso aumenta significativamente a dificuldade de escrita e devem ser reconhecidos os méritos do roteiro. Além disso, o que diferencia Lelouch de Suzaku não são as visões, nem os objetivos, nem os métodos. Os dois compartilham da mesma filosofia. Os personagens se diferenciam apenas pelos seus caminhos, o que é uma brilhante forma de criar um rival.
Em relação a CC, a qual é a coprotagonista, apesar de não ser a principal do anime, ganhou o Anime Grand Prix, o Oscar da animação, por dois anos seguidos na categoria prêmio de melhor personagem feminina de animes. Destaque, ganhou competindo com outras personagens que eram as principais em seus animes. É uma personagem enigmática, que mesmo tendo bastante do seu passado desenvolvido, o suficiente para não sentirmos muito, termina com muitos mistérios não revelados. Outro ponto relevante é quando ela, devido a um determinado evento, fica fragilizada, se tornando cômica e muito mais carismática.
Code Geass é um dos raríssimos animes com um final peculiar para os seus personagens, algo corajoso, e nenhum pouco conveniente. São tão raros os animes que seguem finais de personagens com rumos semelhantes a esse, que se conta nos dedos quantos são assim, e menos ainda os que conseguem agradar. Facilmente é possível encontrar na internet um dos muitos vídeos de pessoas assistindo o último episódio. As reações variam desde gritos histéricos até crises de choro incontroláveis. O episódio final é simplesmente o melhor de todos os finais de animes.
Sem dúvida, com o seu protagonista, o episódio final tem a parte mais emocionante do anime, mas é preciso ressaltar que não é a única parte boa. Outros personagens como Shirley, Jeremiah, Nunnally, Anya e Rolo tem cenas marcantes que produzem fortes emoções. Destaque também para alguns desses personagens por facilmente fazerem as pessoas mudarem muito de opinião em relação a eles.
Apesar de todos os elogios merecidos, de que com certeza é uma obra-prima, e de que em alguns pontos seja mais que espetacular, ainda é um anime feito por seres imperfeitos e que contém algumas pequenas imperfeições. Nessa questão de problemas, um ponto que precisa ser mencionado é o começo da segunda temporada, pois tem um início um tanto confuso que pode não agradar muito. Embora seja uma confusão proposital, a qual é posteriormente explicada, servindo para ter revelações que instiguem, até que o enredo se desenvolva mais e acelere o ritmo.
Por fim, existem vários picos que entusiasmam, que tanto quanto mais próximo do final, mais constantes são esses picos e mais impossível é parar de assistir. Vale mencionar também que entusiasma bastante acompanhar a evolução dos robôs, a rivalidade envolvida na sua produção, bem como o visual e o poder que apresentam.
Parte 2 – Impressões Finais da Temporada Spring 2023.
Majutsushi Orphen Hagure Tabi: Seiiki-hen — Uma visão do céu com uma jornada para o inferno. Resume bem uma obra com extremo potencial, maravilhosas ideias, mas tudo desperdiçado por um ritmo errado e por uma baixa produção.
Essa é a quarta temporada, o anime fechou a trama principal e somando com o episódio especial dão um total de 49 episódios. Eu não li a novel, mas sei que são 200 capítulos. Logo, acredito que devam ter adaptado tudo e que não deverá ter uma quinta temporada. Até porque fui informado por terceiros que o anime adaptou tudo o que foi escrito na novel.
Talvez a trama já fosse gigantesca para essa quantidade de capítulos da novel e o anime só tenha replicado o problema com uma quantidade insuficiente de episódios. Também não sei se foi cortado algo da novel, mas independente disso o principal problema desse anime é que tudo parece absurdamente comprimido. Logo, fica difícil de se envolver com alguns personagens, de entender o enredo, e de aceitar como se fossem naturais as reviravoltas. Sei que isso havia nas outras temporadas, mas nessa última a impressão é de como se tivessem colocado um conteúdo bem maior do que os das três outras anteriores juntas em uma só.
Tudo é extremamente rápido e fica maçante de acompanhar. Em um episódio é apresentado um personagem carismático, para no seguinte ele já morrer. Em um episódio começa um arco, para no outro acabar. Por conta disso o propósito de muita coisa parece sem sentido e as resoluções são mal explicadas. Pelo menos nas outras temporadas, mesmo com os poucos recursos, as cenas com lutas não pareciam aceleradas. Já nessa se alguém piscar os olhos perde tudo. O pior que é a temporada do conflito épico, do ápice da obra, e o anime simplesmente pula a batalha decisiva sem mostrar nada. Entendo que a obra foi desacreditada, que a produção é de baixo orçamento, mas é o final. Mesmo que não fosse mostrado no mangá, posto que o anime não tinha entregado nada de especial antes, precisava exibir algo grandioso e recompensador no epílogo.
Alguém pode acreditar que com todos os problemas que existem nesse anime eu deva o odiar, mas definitivamente não consigo, porque é apresentada uma enorme quantidade de excelentes ideias. O anime até começa a desenvolver bem algumas delas, o problema é que só começa e já pula para outra ideia maravilhosa que novamente terá o mesmo destino. Portanto, tenho uma sensação mista. Por um lado, fico extremamente feliz que tenham adaptado essa obra para anime e adoraria recomendá-la. Por outro lado, literalmente fico com os olhos cheios de água e o coração apertadíssimo por ver que algo com tamanho potencial não tenha recebido uma adaptação à altura. Além disso, por mais que não seja uma ótima adaptação é apenas mediana, e quando penso nos lixos que sai toda temporada, o meu humor melhora.
Isekai de Cheat Skill wo Te ni Shita Ore wa, Genjitsu Sekai wo mo Musou Suru: Level Up wa Jinsei wo Kaeta — Os desenhos de personagens são lindos, o anime tem boa ação, agrada um protagonista forte que era fraco, as garotas são cada uma melhor que a outra, mas tem uma droga de roteiro. Resumindo, a trama é exaltação de protagonismo.
O anime foi vendido como diferente por manter uma trama em outro mundo ao mesmo tempo que mantinha outra trama com o mesmo personagem no mundo real. A primeira impressão é que apenas a parte isekai seria vergonhosa, mas à medida que o protagonista vai ficando mais forte as aberrações vão escalonando no mundo real, de tal modo que esse acaba parecendo mais ordinário do que o mundo isekai. Todo o tempo o anime fica jogando coisas extremamente artificiais com intuito bem claro de exaltação ao protagonista, coisas que nos tiram da imersão. Não parece que o autor teve o mínimo de preocupação em criar nexos narrativos que fizessem a trama parecer verossímil e coerente.
Tem uma ou outra coisinha que talvez possa se salvar na história: uma ou outra lição de moral, um pouco de romance, um pouco de empatia, e o carisma das personagens femininas. Geralmente o que acerta é o básico dos animes, diria mais, é o básico de qualquer história de fantasia. Muito disso também é por não sair das fórmulas consagradas de sucesso. Tipo: um herói que salva uma linda princesa indefesa; os colegas invejosos que fazem bullying; um personagem muito fraco que se fortalece. O pior é que tinha uma parte super pesada da história do protagonista, que tanto no anime como no mangá é passada de uma forma tão rápida, mais tão rápida que rompe a velocidade da luz, portanto a maioria das pessoas não percebe.
A verdade é que só fui dar mesmo uma chance para esse anime porque ele também foi vendido como o anime do protagonista que pegava geral, que as coisas evoluíam muitíssimo no romance e que as garotas eram 10/10. No entanto, a verdade é que o protagonista até o fim dessa temporada não pega ninguém, são apenas garotas muito legais se atirando. Pelo menos os desenhos são bonitos e algumas cenas de ação são legais.
Kaminaki Sekai no Kamisama Katsudou — Inova, tem reviravoltas, mas se equívoca com elementos genéricos e com alterações que são vergonha alheia. Essa proposta também é delicadíssima e às vezes o anime quebra ovos. No mais, na parte visual a produção é baixa.
O que mais salta aos olhos é a animação em computação gráfica, principalmente quando aparecem os monstros 3D, pois é muito destoante e espanta o público. A rotoscopia também é presente em algumas partes e causa estranheza. Com certeza sempre que alguém lembrar desse anime, recordará dessas cenas. Claro que com uma animação minimamente de qualidade não traria essa impressão tão ruim e com uma de ponta teria um efeito positivo. Entretanto, não mudaria muito do anime porque não são tantas as cenas com essas coisas. Portanto, utilizar uma animação tão fraca para algumas cenas só pode ser fruto de baixíssimo orçamento, tendo em vista que a própria proposta da obra não necessita de muitas cenas fluidas.
Naturalmente existe uma boa vontade de todo mundo ser bem mais tolerante com obras japonesas quando estas tocam em questões religiosas, em prol de uma liberdade poética e uma compreensão de que o Japão não é um país dado a religião. No entanto, um anime cujo foco principal da trama é falar da religião e fazer críticas de maneira direta e explícita, difere de usar alguns elementos de crenças religiosas, ou de fazer críticas veladas e pontuais. Nesse sentido posso dizer que é uma proposta que inova e por mais que o anime tente ser cuidadoso para não ser tão ofensivo às vezes desliza. Basicamente a visão do anime é que a religião é um tipo de: sacrifício, de escambo, de governo, de prazer sexual, de música e de família alienada.
O principal acerto nessa obra são as reviravoltas, as quais de fato conseguem surpreender muito, mudando conceitos que já estavam formados ainda na premissa. Tudo nesse sentido é feito de uma forma coerente, que pareça natural e instigante. Isso faz valer muito a pena assistir à obra. Entretanto, também existem coisas não tão interessantes por serem genéricas, como os traços, os arquétipos, os cenários, as idols e o fanservice.
Li alguns capítulos do mangá e comparando com o anime não muda muita coisa, mas não é uma adaptação 100% fiel e as mudanças que verifiquei foram todas para pior. Uma das cenas que mais detestei que mudaram foi uma que envolve a Bertrand. No anime a colocam vestida como se fosse uma sambista de carnaval, isso foi tosco, foi vergonhoso e incoerente. Em outras palavras, o anime não tem um bom diretor.
"Oshi no Ko" — Relutei em assistir e iniciei acreditando que não valeria nada, mas terminei a temporada tendo a certeza que foi uma das melhores obras já criadas pela humanidade. Garanto fortes emoções e aulas de como fazer um bom anime.
Esta é uma das críticas mais difíceis que já escrevi. Posto que, é fácil e bom falar dos erros, o difícil é comunicar dos acertos e fazer isso de um anime quase perfeito é um desafio. Portanto, vou focar naquilo que considero os pontos mais fortes desse anime, que o fazem ser tão amado e reconhecido, que é justamente conseguir passar muita emoção e ter conteúdo.
A maioria dos críticos procura não falar sobre emoções, porque é algo tido como subjetivo e por estigmas da sociedade, mas a verdade é que isso é a alma dessa indústria. O que faz alguém ofertar a coisa mais valiosa que o ser humano possui que é o tempo? Sobre tudo é nisso que se baseia o entretenimento. Não interessa uma alta complexidade, algo mirabolante, algo inovador, algo extremamente realista. Absolutamente ter todas essas coisas nada significa se não conseguirem passar emoção, pois é esse o intuito dos realizadores e aquilo que o público almeja. Assim como valores críticos, artísticos e culturais, são secundários, muitas vezes temporais e apesar de não serem rotulados assim tem graus de subjetividades maiores do que o das coisas que transmitem emoções.
Uma das marcas registradas dessa obra, é que em todos os episódios, ou quase todos, fecham com um ápice, deixando um suspense que cativa o interesse pela continuação. Alguns dirão que essa técnica do gancho é velha e isso é verdade, mas funciona e poucas obras conseguiram executar tão bem em tantos episódios como nessa. Também é algo que por deixar de ser tão usual e acertado nos animes até parece inovador. Obviamente foi um ótimo trabalho do diretor de composição de série que soube dividir bem o material dos episódios. Não só desse diretor de composição, mas da equipe toda, pois eu li o mangá e essas cenas não teriam o mesmo peso sem a escolha certa das músicas, dos enquadramentos, do ritmo, das cores, das sombras e da incrementação de mais quadros.
A arte animada possibilita sensações sensoriais maiores, logo detém de mais possibilidades de provocar emoções. Entretanto, conheci a trama antes de ver a maioria dos episódios e a história é viciante por si mesma. Por mais que a equipe do anime tenha muitos méritos e grandes feitos, preciso reconhecer que o autor do material original e a desenhista do mangá tiveram a maior contribuição.
Os personagens dessa história nos fazem ter empatia por eles, a ponto de termos os seus desejos, suas ansiedades, suas raivas e suas tristezas. Uma das maiores marcas para sabermos se os personagens são bons é quando a obra consegue nos colocar neles e sentirmos com eles. Esses personagens também tem arcos completos, mas são bons essencialmente porque nos comovem.
As cenas mais impactantes em ordem são:
Todas as cenas da parte final do 1.º episódio são espetaculares e é o que vende mais a obra. Só preciso comentar que faltou uma coisinha que tem no mangá durante a morte de uma personagem e que se tivesse sido mostrado no anime evitaria algumas críticas bobas.
A cena do final do 7.º episódio, sem exagero algum, a assisti novamente pelo menos uma centena de vezes de tão boa e tão emocionante que ficou. Interessante que não é tão diferente no mangá, mas o pouco que mudaram a melhoram tremendamente. Fizeram que uma cena simples ficasse grandiosíssima com apenas um movimento de câmeras, sombras e uma acertadíssima trilha sonora. Pode não ser a mais impactante, porém é a minha favorita. Depois dessa cena não tinha como não reconhecer que esse anime era uma obra-prima.
As cenas do final do 10.º episódio, melhoraram absurdamente em comparação ao mangá. Pois, foi estendida, os diálogos ficaram mais profundos, o cenário foi alterado, fizeram novos enquadramentos, colocaram sombreamentos que não existiam, deram cores espetaculares e colocaram uma fantástica trilha sonora. Se a cena do episódio sete me fez reconhecer ser esse anime uma obra-prima, essa do episódio dez me fez colocar no top dez de todos os tempos. Essa cena foi tão profunda e mexeu tanto comigo que chorei do começo ao fim, me deu satisfação e um sorrisão. No mais, se eu pudesse retocar a Mona Lisa colocaria apenas mais camadas com mais detalhamento nessa linda fotografia.
A cena do final do 8.º episódio também foi melhorada no anime por conta do enquadramento e do uso de movimento de câmeras. Naturalmente o enredo tornaria essa cena empática, com um tom meio triste seguido por um de satisfação, mas a obra deixou mais dramática com as ótimas expressões faciais da personagem.
No final do 9.º episódio teve um acréscimo de um clip com uma música inteira, o qual no mangá isso era representado somente por um quadrinho. Com certeza enriquece a obra, mas por mais que eu veja valor nisso, o que realmente me impacta é a parte da pontuação de uma personagem. Logo, talvez tenha ficado melhor no mangá, porque sem esse clip no meio da cena as pontuações contrastavam melhor.
A cena do final do 6.º episódio, tem algo muito pesado, não tinha como não ser impactante, mas eu preferi bem mais no mangá por conta que deixaram a personagem histérica e também a trilha sonora não foi a melhor escolha. Uma curiosidade, é que vi um youtuber que odeia a obra comentar que esse episódio era irreal, artificial. Somente para ele quebrar a cara logo em seguida, quando veio à tona as manifestações de uma mãe criticando a obra por realizar algo muito idêntico ao caso real da sua filha.
As cenas do final do 5.º episódio, acredito que nem preciso dizer que viralizou o vídeo da música do Pieyon, muita gente compartilhando, muita gente fazendo uma versão live-action, até a intérprete japonesa da Ruby participou de uma dessas versões. De forma geral curti essa cena, mas o anime não usou o mesmo enquadramento do mangá e o clip ficou um pouco esquisito. Os pensamentos em forma de fala também atrapalharam a cena no anime.
A da escritora de mangá se emocionando no 4.º episódio, é o tipo de cena com conteúdo, com um valor crítico, mas o mais importante é como isso é transmitido. A personagem passa a emoção de assistindo uma adaptação do seu mangá e nós choramos assistindo-a chorar. Foi genial!
A cena do final do 3.º episódio foi ótima, porque deu presença de palco ao protagonista, o deixou imponente e gerou um suspense para a continuação dela que viria no início do episódio seguinte. Para mim essa foi a parte que virei a chave sobre que não seria só um prólogo e que eu precisava aumentar a nota da obra. Também vi um youtuber reclamando que a cena de encerramento do episódio três deveria ter sido um pouco mais adiante. O problema é que não geraria um suspense para uma continuação e essa cena mais adiante é a do início do episódio quatro que não ficou tão boa quanto poderia. O fato é que quiseram incrementar coisas que tiraram um pouco da grande imponência que a cena do quarto episódio tem no mangá. Nessa cena no mangá o protagonista passa muito mais a ideia que está fazendo uma atuação talentosíssima, sendo de fato uma estrela. Também não é somente uma questão de passar a ideia, é de fazer dizendo que vai fazer algo brilhante. Isso é extraordinário!
A cena do show do 11.º episódio, passou emoção, tem mérito por fazer muita coisa em 2D, e novamente o anime expandiu, colocando uma música, criando coreografias, em síntese deu excelentes complementos. Esse arco todo desde o início com a preparação para o show me deixou emocionado o tempo todo com lagrimas e risos. No entanto, eu tenho que ser chato, porque a parte visual dessa cena do show ficou aquém do que eu esperava, do que poderia ser e do que deveria ter sido, principalmente em alguns instantes que focou no público e em questão de detalhamento de cenários. Deixando claro que com isso não estou dizendo que ficou ruim, essa cena é sensacional e digna de fechamento de uma temporada, apenas merecia mais carinho. Se eu fosse o diretor fechava nessa parte ou na cena do carro, porque dava um sentimento maior de conclusão. A cena do carro é uma parte excelente que se mais explorada seria bem melhor.
Outras cenas que merecem menção estão no 1º episódio e são: a morte de um personagem no início; a dança dos bebês que viralizou nas redes; a do Amaterasu; a da Ruby brigando com o Aqua por não ter sido acordada.
O anime trata de alguns temas da indústria do entretenimento, tais como: talento não é o mais importante; obstáculos burocráticos; dificuldades financeiras; comportamento de celebridades; problemas para manter uma imagem ideal; relação de estrelas com os fãs e dos fãs com as estrelas. Em cima dessas temáticas o anime traz conhecimento desse mundo artístico e faz críticas contundentes. Isso é algo muito satisfatório, pois não deixa o sentimento que outras obras trazem de que estamos desperdiçando o nosso tempo sem receber algo agregador em troca. Além do que, são abordagens com perspectivas novas que não precisam ser complexas e profundas para alcançar um maior público.
O tema da indústria do entretenimento é recorrente porque a trama está ambientada nessa indústria, mas esse não é o tema principal do anime e nem o único dos temas secundários. Inclusive a obra trata de outros temas secundários com muita mais profundidade do que esse. Temas como: amor, família, superação, hipocrisia, amadurecimento e responsabilidade. Estão muito entrelaçados com o tema principal da obra que é sobre vingança e mentiras, de tal forma que se confundem e por vezes são a mesma coisa. Eu entendo que coisas comuns são mais facilmente percebidas, mas somente análises rasas que não compreendem a filosofia dessa obra é que só veem a superfície do iceberg.
Outro ponto que poucas pessoas se atentam é sobre a riqueza do simbolismo que essa obra usa e da fonte primária de inspiração do dualismo filosófico, mitológico, místico e lendário advindo da pré-história do Japão. O deus criador do xintoísmo Izanagi teve uma filha chamada Amaterasu, a deusa do sol que nasceu do seu olho esquerdo e da qual descende a família imperial japonesa. Já do olho direito de Izanagi nasceu o seu filho Tsukiyomi, o deus da Lua. Não é somente nas cores e nas estrelas do anime que fica claro esse simbolismo, mas também nas personalidades dos personagens.
Pensei em falar também da abertura e do encerramento de episódios, mas eu preciso mesmo? Provavelmente serão as melhores do ano, assim como todo o anime.
Mashle — No início acreditei ser um desperdício do meu tempo, uma babaquice. Não vou dizer que o anime mudou completamente, mas com o tempo foi me ganhando, as piadas começaram a funcionar e principalmente a jornada ficou instigante.
Só consigo assistir e gostar um pouquinho dos primeiros filmes de Harry Potter. Já One Punch Man é muito mais agradável de assistir, mas também não é uma obra-prima. Estava bem incrédulo que uma fusão desses dois conceitos pudesse funcionar e o início de Mashle só fortaleceu muito essa minha visão, mas com o tempo acabou sendo uma das obras mais agradáveis de assistir dessa temporada. Não pela magia, nem pela parte cômica, mas sim por ter os elementos mais clássicos de uma aventura shounen. Que são: um protagonista bobão imbatível; um grupinho de super amigos acompanhando o protagonista na jornada; anti-heróis; um romance que quase não anda; e sobre tudo boas lutas. Fiquei interessado em saber qual será o final dessa jornada, o quão fortes serão os inimigos que Mashle vai enfrentar, e até onde irão os poderes dele e dos seus colegas (poderes que naturalmente irão escalonar).
Jigokuraku — Gostaria de oferecer uma nota dez para esse anime, tem mais texto que muitos animes prestigiadíssimos, mas tem uma produção bem aquém do seu enorme potencial. Com isso também não estou dizendo que tenha uma produção e uma direção terríveis.
O tempo todo nesse anime sempre está acontecendo algo importante, tudo com ação frenética e com consequências. Isso é bom, pois cai nas graças do grande público, mas o anime teria sido frenético do mesmo jeito se o ritmo fosse um poco mais lento na quantidade de capítulos adaptados por episódio, porque no mangá é tudo rápido e cheio de lutas. Não me parece uma boa decisão acelerar o que já é agitado, até porque o mangá só tem 128 capítulos e o anime adaptou 43 capítulos e meio. Para ficar com o ritmo de três capítulos por episódio que é o mais usual e tido como o mais próximo do ideal, precisaria de mais uns 3 episódios.
O fato do anime ter muito conteúdo para adaptar em poucos episódios, resultou em cortes do material original na adaptação e em não aumentarem quase nada. Basicamente o que a direção fez foi um copiar e colar do mangá, dando inclusive os mesmos enquadramentos, sem praticamente melhorias. Em outras palavras, foi uma direção bem preguiçosa, pertencente a um estúdio super lotado, que oferece animações visualmente razoáveis e nada mais.
Essa questão da parte visual é uma decepção, pois apesar de o anime ter belas cenas, confesso que pelo trailer imaginei que seriam algo espetacular. Principalmente nas cenas de luta era onde esperava muito mais aprimoramento, mas a produção estava aquém das minhas expectativas e o que entregaram foi apenas um aceitável. O diretor não melhorou nada nas batalhas em relação ao material original em nenhum sentido possível. Nem com uma trilha sonora mais decente que passasse melhor o drama e desse o clima de impacto. Posso dizer que com esse trabalho de direção que talvez até tenham piorado as lutas, tendo em vista que não souberam dar ápices a altura do potencial que essa história oferece.
O anime censurou consideravelmente o ecchi, diminuindo bastante as cenas, mas o que realmente vai marcar essa obra serão os seios sem mamilos, os quais viraram piada. Isso é irônico e bem inesperado, porque desde o início e o tempo todo o anime é muito violento. O sangue é vermelho e jorrou solto com todo tipo de gore. Claramente não é uma obra para crianças, não vai sair em muitos canais mundo afora e não vai receber uma classificação baixa para justificar certas decisões.
Outra censura que o anime fez foi a omissão de uma piada com um cego, a cena fica estranha porque logo em seguida falam da piada que não existiu no anime. Obviamente censurar apenas algumas coisas é contraditório, deixando isso ser uma clara sinalização de "virtudes" para a agenda do politicamente correto.
Definitivamente história não era o que eu esperava de um anime shounen de batalhas, mas a obra superou em muito as minhas expectativas nisso. Justamente o que eu estava mais receoso demonstrou ser o grande trunfo. Não é uma história extremamente complexa, mas tem subtextos e um bom conteúdo com certa profundidade filosófica e religiosa. A temática principal do anime é a busca pela imortalidade, que aos poucos a obra vai dando contornos e perspectivas próprias. O anime também trata da filosofia do equilíbrio (yin e yang), muito presente na cultura oriental e já retratada diversas vezes em animes, mas nessa obra isso é explorado com profundidade, ousando na relação que tem com os sexos.
Lamentei não ter dado um dez a esse anime por conta de ser uma trama imersiva que merecia um estúdio que a tratasse melhor. O que mais torna envolvente este enredo são os personagens, com seus passados desenvolvidos, com profundidade psicológica, com propósitos, com personalidades que evoluem durante a jornada, com identidades bem distintas, com camadas que vão sendo reveladas, com dimensões que os tornam humanos, e tudo isso é uma combinação para passar muitas emoções. Um dos pontos mais explorados dos personagens são as suas motivações, das quais suas fraquezas podem ser força, isso estando ligado diretamente a filosofia dessa obra, mostrando ser um texto coeso que se autoalimenta, portanto, é uma trama maravilhosamente bem escrita. Outros pontos interessantes abordados sobre alguns personagens são suas determinações para assumir fardos, seus interiores vazios, suas empatias pelas vidas ceifadas, suas dúvidas, seus medos. No mais é uma obra cheia de surpresas, fascinação, suspense e dramas.
Kimi wa Houkago Insomnia — O anime não é tão monótono como temia, mas ainda é bem difícil de ser assistido. Mesmo o romance progredindo, fugindo de clichês, sendo muito belo, tendo personagens carismáticos, e histórias comoventes.
Assistindo apenas um ou dois episódios quaisquer dessa obra, não passam de forma alguma a sensação que é monótona, sobre tudo porque os personagens são bons e é gostoso de ver a relação entre eles. A minha primeira impressão foi positiva e de surpresa, pois eu estava esperando que fosse ser um marasmo. No entanto, o problema é assistir mais episódios, porque dá uma indisposição tremenda. É tipo uma sensação de como se a obra não tivesse mais nada a oferecer.
Está faltando algo para fazer as pessoas a quererem ver o próximo episódio e nesse sentido é maçante. Talvez isso seja pela falta de uma grande problemática para cativar, mesmo que nos momentos que eu estava de fato assistindo não tenha me incomodado com isso. Pode ser que seja porque ver um episódio dá a impressão de como se já soubéssemos de tudo, mesmo que a obra esteja fugindo de clichês. Talvez a falta de cliffhangers nos finais de episódios às vezes façam muita diferença. Não sei ao certo qual é o exato motivo do problema dessa obra, que apesar de ser ótima em alguns sentidos é cansativa em outros.
Acredito que teria funcionado bem melhor se eu tivesse visto dublado. Para esse anime especificamente também recomendo assistir vários episódios de uma vez, pois o torna menos exaustivo do que ver semanalmente. Isso é lastimável, pois é um anime tão belo em tantos sentidos.
Melhor Personagem Masculino da Temporada Spring 2023:
Aquamarine
Melhor Personagem Feminina da Temporada Spring 2023:
Kana Arima
Melhor Design de Personagem da Temporada Spring 2023:
Isekai de Cheat Skill wo Te ni Shita Ore wa, Genjitsu Sekai wo mo Musou Suru: Level Up wa Jinsei wo Kaeta
Tu já leu a minha análise? Já faz quase cinco anos que escrevi esse texto, certamente preciso melhorar um pouco na forma como o escrevi, corrigir alguns erros de português e dar uma resumida em algumas coisas.
Observação: Eu tentei deixar o texto com o mínimo possível de revelações da obra, todavia não foi possível deixar totalmente inseto para manter uma boa compreensão e boas justificativas. As revelações colocadas são pequenas e não devem comprometer muito a quem ainda não assistiu, mas foi deixado o aviso que existe revelações.
Som
As músicas da abertura, do encerramento e de combates são boas, mas perdem brilho pelo resto do trabalho ruim. A trilha sonora durante os episódios alterna entre sons com pouca originalidade e mal adequados às situações, com momentos de silêncios, ou cigarras que são jogados exageradamente. As cigarras estão em todos os lugares, o tempo todo, e até as vozes dos personagens ficam inaudíveis com tantos barulhos. Não que faça tanta diferença, pois falam em japonês, todavia por conta dos excessos não deixa de ser chato.
Arte
Certamente a atmosfera mais sombria combina com o anime, mas o recorrente uso de cenas escuras aparenta ser para esconder os problemas de cenários mal feitos, isso quando feitos, já que muitas vezes temos apenas o fundo preto. Claro, isso leva a um desagrado visual, e pior é somado a cenários que recorrentemente são pouquíssimos detalhados. Exemplo: os traços rústicos nos edifícios.
Existem alguns problemas de erros nos cenários. Exemplo: tem uma cena especifica onde os personagens estão descendo uma escada rolante, e a escada vai bem devagar, enquanto a do lado que sobe vai bem rápido. São detalhes, são coisas pequenas, mas quando são adicionadas a outros problemas pesam muito.
São incontáveis as cenas completamente estáticas ou com poucos movimentos, tipo o personagem só meche a boca, ou somente um objeto se meche no cenário, ou só um elemento do cenário se move. Não podem dizer que isto chegue a ser um defeito se não incomodar, mas também não podem valorizar um anime que abusa de cenas assim em detrimento daqueles que fazem um enorme trabalho. Fazendo um paralelo com Akira que é de 1988, nestes termos de fluidez e em detalhes de cenários, não tem comparação, apesar de Akira ser mais antigo cerca de sete anos.
Verdade que ficção cientifica e futurista fica datada mais rapidamente, porém Evangelion é muito datado, e os cenários incomodam bastante conceitualmente. Mesmo com as limitações da época, há aqueles desse mesmo período que conseguiram se superar e irem muito além.
Em muitos momentos o anime usa de uma técnica de acender de luzes para colocar um personagem em cena. Isso tem o seu charme, e dependendo da situação é muito bom, contudo, a técnica sendo amplamente utilizada em tantos episódios perde peso visual. Além disto, são cenas estáticas, posto que colocar alguém adentrando de outra forma ao local é bem mais complicado do que apenas acender uma luz. Logo, isso novamente não condiz com o argumento daqueles que dizem que o anime é fluido. Outra vez a estaticidade das cenas não é algo mal feito e tosco como em outros animes, mas não é nenhum mérito.
Em muitas cenas os efeitos visuais são berrantes e nos últimos episódios ficaram ainda mais. Questões de cores gritantes, luzes e telas pretas, "rave". Por isso a parte final incomoda muito, inclusive nesta porção do anime tem uma mistura com cenas reais, sendo que era para ser um anime e não um live-action. Sem contar os storyboard e cenas recicladas de episódios passados.
São muitos os quadrinhos com textos, o que podem demostrar que o diretor não estava sabendo passar a mensagem e tinha que escrever. A lógica é de que isso era para ser um anime e não light novel. Também é provável que estivessem querendo esconder defeitos do anime com introdução de cortes através destes quadrinhos, mas de qualquer forma independentemente do motivo não dá tempo de ler.
Indo para a construção de mundo, e é preciso porque a imagem retrata visualmente esse mundo. Se a Antártida derretesse como o anime explica a consequência seria a subida do nível do mar entre 65 a 80 metros. Só que, concentram-se nas regiões litorâneas 80% da população do planeta. Mas, isso seria só o impacto da inundação, depois vem todas as mudanças climáticas, e ainda é preciso considerar aos gigantes tsunamis que ocorreriam por um rápido derretimento. Tem como acreditar em um mundo quase complemente destruído por catástrofes dispondo de tudo aquilo em pouco tempo? Até construíram uma megacidade tecnológica.
Criaram este mundo apocalíptico, com uma cidade que é uma base militar da resistência a qual de vez em quando aparecem monstros e à ataca. Vida cotidiana estilo anos 90 nesse mundo está correto? Até a existência de cenários cotidianos é correto? Ninguém está vendo um problema de incoerência de cenário com o enredo?
Parte da cidade se aterra enquanto o restante fica sendo destruída ao modo Godzilla, e depois tudo volta ao normal como se não houvesse nada. Pode ser até bonito de um ponto de vista poético, todavia não faz sentido, sobre tudo aquela estrutura enterrada e de estilo anos 80. Se ao menos eles tivessem deixado claro que a física desse universo não tem nada a ver com a do nosso, mas não, e o conceito arquitetonicamente daquela cidade é inquietamente absurdo.
Já os destroços e escombros da cidade deveriam ficar aparentes depois de cada ataque de anjos. Deveriam mostrar destruição por tudo que é lado, porém essas coisas são simplesmente ignoradas, porque assim é mais conveniente para o próximo anjo atacar no próximo episódio a mesma cidade. Logo, por dar mais trabalho para fazer outro cenário, isso é o uso do chamado estilo power rangers.
Até quando os cenários mudam há equívocos com o roteiro. Novamente são coisas pequenas, mas a própria existência daquela marinha Americana é estranha para a proposta do anime. Parece um esquecimento bem conveniente da destruição que o impacto deveria causar.
Verdade este anime tem conveniências, mas não é só este que tem conveniências de roteiro, todo anime já produzido têm conveniências. O problema da conveniência não é ser algo com baixa probabilidade de acontecer, é se estar contradizendo com alguma coisa do próprio universo, se surgir do nada, ou se é algo muito recorrente e preguiçoso, o que é o caso de Evangelion.
Por fim nessa questão de arte podiam ter explorado mais cenários desse mundo, mas o foco fica quase sempre na cidade. O que não é um erro, mas é uma pena, pois perderam uma boa oportunidade que faria mais sentido para a proposta do anime, já que é uma ameaça global e até daria mais conteúdo a obra. Coisa que certamente não ajuda na construção de mundo, contudo foi mais conveniente, porque dá menos trabalho.
História
O que diabos ali faz sentido? É preciso valorizar em um roteiro uma profundidade moral, uma reflexão, uma boa abordagem filosófica, algum tipo de conhecimento ou aprendizado que possa ser levado. Existem aqueles que conseguem enxergar isso no anime, mas certamente não existem tais coisas nesta obra, que é uma bagunça psicológica.
Começando pelo misticismo cabalística e elementos da teologia cristã. Sim, o anime faz uso disso, o que é bom, é ousado para a época, por isso se tornou um marco, no entanto não é o precursor desses elementos em animes. A cabala até que tem um pouco dos seus princípios incorporados, mas a religião Judaica e Cristã não passa de uma roupagem, não se é aprofundado em nada disso mais do que simbolicamente para dar uma desculpa em ter “robôs” lutando contra monstros gigantes.
O anime lança muitos mistérios, e fazer as pessoas pensarem é bom, mas em determinado momento deve aparecer às respostas, caso contrário à obra estará incompleta. Uma narrativa cheia de pontas soltas é uma narrativa ruim. Evangelion durante a série simplesmente não responde coisas como: Aqueles anjos precisam ser destruídos para o que exatamente? Por que os pergaminhos dizem que tem que ser exatamente aquele número de anjos? O que aconteceu com os personagens no final? O que exatamente ocorreu no primeiro e no segundo impacto? Qual o objetivo daquela organização? Qual o objetivo do pai de Shinji? Quem são aquelas pessoas da organização? De onde veio Adão e Lilith? Por que somente quem nasceu depois do segundo impacto pode pilotar uma EVA? Por que o pai do Shinji não gosta dele? Como foi aquele “acidente” com a mãe do Shinji? Por que a mãe do Shinji se “matou”? Por que desse liquido após o impacto? Entre muitas outras.
Ainda sobre as pontas soltas, alguém pode falar que tem o filme e que nele dizem mais coisas. Sim, tem um filme que veio depois para tentar responder alguma coisa, contudo foi praticamente um acidente, não estava nos planos, logo se esse anime não tivesse feito sucesso tinham terminado sem resposta alguma. E também não que o filme responda muita coisa, todavia seria ainda pior sem. Mesmo porque o filme não é o final, o fim são os episódios 25, e 26, o filme praticamente só narra os eventos anteriores a esses episódios. Ele não é uma continuação, não é tipo calma vai ter outra temporada depois explicando, mas é um tapa-buraco confesso e explicito.
Prestando bastante atenção tem como tentar responder algumas coisas com o anime. Mas primeiro é prestando muita atenção mesmo, o que é uma falha narrativa a qual muitas vezes é incorretamente exaltada, já que o anime não está sabendo se comunicar direito. E segundo é de uma forma bem vaga. Como por exemplo: De onde vêm aqueles Anjos? Reposta do anime, de Adão. Isso lá é resposta! Isso responde como? E responde por quê? São respostas insatisfatórias como esta, que só criam mais perguntas, as únicas que se pode obter na série.
Um exemplo de como o filme não ajuda muito é respondendo a pergunta sobre de onde vêm aqueles anjos. O que é dito sobre os anjos e Adão no filme é que eles são originados de Lilith e que os homens são espécies de anjos, e isso é tudo que é revelado. Pense como o filme responde alguma coisa!
Resposta de fãs as perguntas sem respostas: “há você não precisa saber”. Ótima resposta! Parabais! Parabais! Parabais! É para bater palmas? Outra resposta: “onde tudo indica”, apesar de nem indicar. O que é preciso saber é onde o anime mostra isso, e aqui não cabe à desculpa da técnica "Show don´t tell" (Mostrar, não diga), porque essas coisas não são mostradas em canto algum da série. Então de onde tiram as respostas? De material derivado, declarações, e de teorias que circulam na net. Essa é justamente a prova do erro narrativo.
No episódio 24 tem um “anjo” que deseja morrer, então ele cita uma frase da obra Hamlet "ser ou não ser, eis a questão". Ser ou não ser é existir ou não existir, é viver ou morrer. A oração não estava corretamente vinculada ao contexto narrativo, logo da maneira que foi aborda ficava evidente o apelo a uma frase de efeito unicamente para fazer referência e enganar os incultos. O que deveriam ter feito era se aprofundarem bem mais em toda essa questão filosoficamente, mostrando o dilema do personagem em querer morrer, mas não a tela fica quase três minutos estática tocando uma sinfonia de Beethoven. É de ficar de boca aberta sem acreditar que eles fizeram aquilo. Era para ficar contemplando o que? Era para o pessoal ficar na dúvida ansioso se ele ia morrer? Sério? Estavam tão sem grana assim? É falso intelectualismo em demasia.
Fazer referência dá sim um conteúdo, no entanto se não é trabalhada fica algo raso, ou se trabalhada erradamente é algo falso o que é pior ainda. O enredo realmente faz algumas referências, porém é raso em conteúdo. Sim, eles estavam sem dinheiro, mas isso não justifica e não é por isso que temos que dizer que é bom.
As alegadas citações filosóficas que o anime transmite não são questões que norteiam a obra por quase dois terços que são apenas pancadaria, sem aprofundamento algum. E no fim onde alegadamente elas são mais discutidas não passam de abobrinhas psicológicas, diálogos nonsense e pseudo freudianos.
Em relação aos campos AT tem um furo no roteiro. Eles são campos da alma (luz da alma) e por isso somente uma EVA poderia ferir um anjo e quebrar esses campos. O que não faz sentido é jogarem o satanás de armas, de bombas e tudo o que se pensar naqueles monstros, mas tipo os rifles que eles usam são bem normais e ferem os monstros. Isto claramente é um erro, já que armas convencionais teoricamente não funcionam.
No primeiro episódio Shinji estava no meio de uma cidade perto do monstro que estava destruindo tudo, em seguida vem uma bomba com aspectos nucleares que acaba com a cidade, inclusive o carro que ele estava é destruído. Nessa cena tem três problemas: Um, o monstro não ter matado Shinji; dois, quando já estava em andamento o processo de ataque de proporções nucleares conseguirem sair do raio de explosão instantaneamente, sendo que estavam justamente no centro do raio; e três, ficarem ilesos nisso tudo. Logo depois vem o protagonista, que é uma criança, sem treinamento, em um “robô”, dá uns golpes e mata o monstro. Faz todo sentido?
Tem também a questão dos clichês que em certa medida são até razoáveis, desde que estivessem se aprimorando, mas se for apenas copiar aos outros não é bom. O estilo de conflito é simplesmente igualzinho até nos desenhos dos monstros e na maneira que vem um monstro que destrói a cidade, depois vem o “robô” mata o monstro, logo em seguida vem outro episódio, aí vem outro monstro que destrói a cidade, que deveria já estar destruída, mas “milagrosamente” não está, vem o robô de novo e assim vai. Mas isso não é desde 1995 quando fizeram o anime, contudo é desde os anos 70, e neste caso é supersaturado.
Os diálogos muitas vezes são um emaranhado de perguntas e respostas psicológicas. Se alguém perguntar um círculo é redondo a primeira reação é ignorar, se essa pessoa insistir a repetir à mesma pergunta (não precisa ser literalmente, pode ser com outras palavras), a reação é de espanto e olhar atento, se fizer isto de novo vão começar a se questionar e a teorizar. Somem a isto um monte de luzes e cores fortes em um fundo de tela escura causando uma hipnose. Ai depois vem alguém com uma resposta o sol é uma bola, logo novamente vão teorizar, e mais ainda dessa vez sobre o porquê da pergunta e da resposta. Adicione a isso um monte de flashbacks, cortes de cenas e telas com algumas letras que aparecem e reaparecem rapidamente. Sabe o que é isto? Nada, ainda assim é comum as pessoas ficarem teorizando para não aceitarem que estavam ouvindo algo idiota. E a essa altura até quem estiver lendo isto já deve ter esquecido qual é o questionamento mesmo, contudo a resposta ainda é sim, o círculo é redondo, obvio. Logo, todo o resto foram abobrinhas psicológicas.
Mesmo assim é errado dizer que essas formas de diálogos não são uma maneira inteligente de narrar. Apesar de serem exauridas no anime essa forma, contudo o problema principal não é a forma, mas os questionamentos e as respostas dos diálogos que são terríveis. Às vezes as cenas são até bonitas, mas é um falso freudianismo com força. Já as perguntas às quais as pessoas que estão assistindo se fazem, e que realmente tem conexão com o desenvolvimento da trama são ignoradas. O pior é que tem gente que acha que isto é espetacular e consegue ver algo profundo nisso.
Salvou-se o diálogo do começo do anime entre o pai de Shinji e o Shinji, pela irreverência e supressa que causa, mas que complica o enredo. Ou alguém não pensou que não fazia o mínimo sentido em uma hora como aquela o pai estar tratando mal o garoto? Que sentido tem o pai agir assim sabendo que o mundo depende do filho dele? Mesmo que ele não gostasse do rapaz, tratar tão mal o menino daquele jeito o deixando instável em uma hora daquelas. A cena é boa, mas é um furo no roteiro.
O tema do anime é Individualidade x Coletividade. A individualidade (Solidão) é tratada no anime quase sempre de um ponto de vista psicológico nos quatro principais personagens, mas de uma forma confusa, rasa e negativada. Outro ponto é que o tema fica tão escondido, misturado a outras coisas de tal maneira que simplesmente não norteia a obra pela a maior parte do tempo, muitas pessoas chegam até quase o último episódio sem saberem ou terem certeza do que se trata o anime. O autor pode até ter suas razões, mas o esperado de uma boa obra é que o tema seja indicado desde o começo de forma evidente dando seu enfoque narrativo, trazendo para se os aspectos centrais das ideias e sendo desenvolvido claramente.
No fim vem à coisa mais estranha da obra, a individualidade (solidão), combatida e mal vista em todo o anime, é a salvadora ou não, depende apenas do referencial. Isso poderia ser uma coisa interessante, contudo novamente o anime deixa outra ponta solta, e com tantas é apenas mais confusão.
Personagens
Iniciando pelo o Pai do Shinji (Gendo Ikari), foi um dos personagens mais promissores, infelizmente mesmo sendo bom obteve pouca participação em tela. Logo, no geral foi mal aproveitado posto que demostrou potencial.
Os colegas do Shinji foram trabalhados atoa nos primeiros episódios, pois depois foram subutilizados e viraram praticamente figurantes.
A Asuka ficou muito popular, logo ela virou o padrão para todas as tsunderes. Mesmo havendo aqueles que aleguem que ela não é uma tsundere, mas ela se tornou o padrão e não tem como refutarem esse argumento. Saindo do arquétipo de sua personalidade ela tem algumas camadas, contudo não chegou a ser uma grande construção.
A Rei, essa é outra personagem que virou arquétipo, no caso é para Kuuderes, e tem um pouco mais de camadas do que a Asuka. Porém no anime ela não tem ego próprio, faz o que mandarem, demonstrando pouca autoconsciência, pouca individualidade e isso logo também é uma falta de camada. Somente no filme ela ganha mais contornos.
Os clones, que são mais figurantes do que qualquer coisa, facilmente é deduzível as suas existências, mas a revelação de quem são os plugs e a cena da destruição deles certamente incrementaram boas coisas ao enredo.
A Misato é um major que nesse mundo apocalíptico fica andando com roupas sensuais o tempo todo, com diálogos e comportamento infantis, tais como dar a língua. Ela também fica paquerando ou enchendo a cara em quase todas as cenas, e a sua principal atividade é ser uma espécie de babá. Tem algo errado nisso? Ninguém viu um absurdo, uma incoerência? Nenhuma contradição com o mundo e o posto dela? Não foi para agradar certo público?
Já a cena do fanservice mais apelativo da Misato é surpreendente por terem tido a coragem a fazem detalhado daquele jeito, talvez por isso tenha sido tão bom, ainda que a cena seja censurada e tenha ficado somente no áudio.
Mesmo que todos os personagens de Evangelion fossem bons, não compensariam o Shinji que é um personagem terrível. Não que alguém quisesse ou esperasse que mudassem do nada, mas em 26 episódios que houvesse pelo menos alguma evolução, e querendo dar para fazer uma grande evolução. Mas, o que ocorre no anime está mais para uma involução.
Shinji o protagonista anticlimático, passivo, fraco e tarado, que consegue o feito de se tornar ainda muito mais desagradável na reta final do anime. É simplesmente o pior protagonista de animes! Verdade que o motivo geralmente de assistir Evangelion não é esse personagem, mas se não tiverem um motivo será apenas para torcerem que ele morra.
Realmente é muito difícil e ousado de trabalhar com personagem do tipo Shinji, um personagem desagradável que ajuda a detonar a obra, todavia às vezes esse tipo consegue ser interessante em alguns casos raros. O problema é que em Evangelion a personalidade do Shinji quase não tem função significativa de enredo, o que é fundamental para a utilização minimante interessante de personagens assim. Prova disso é que poderiam colocar uma personalidade mais carismática e não mudaria em nada a história, fazendo assim o Sinji apenas um elemento detestável. Para ser solitário e depressivo, não é preciso ser covarde e tarado.
Também é preciso reconhecer que em nenhum momento e por mais que não gostem do Shinji se pode dizer que não há uma grande construção, ou que não tenha camadas. Só que ser construído não quer dizer necessariamente que é um bom personagem, e não é pela questão apenas do carisma, mas é pela função na obra de certas características.
Alguém pode dizer que Shinji é bom porque virou referência, só que não necessariamente é para coisas boas, como o Yuki de Mirai Nikki e o Haruyuki de Accel World que foram inspirados em Shinji. Na verdade, ele foi referência para todos os animes que tem protagonistas bundões e odiados.
Admirar Evangelion com shinji é muito vergonhoso. Shinji é um covarde que não se importa com ninguém, é antissociável, é um meliante que bate uma para amiga morrendo, é o doido que tem interesse amoroso pelo o clone da mãe, é o safado que deixa os companheiros morrerem, é tão vulnerável que se deixa ser aliciado por um garoto, leva uma surra de uma garota, e entra em crise por qualquer coisa. Bastou? Ele quase mata uma amiga enforcada, mas o sujeito é tão bosta que nem isso consegue. O pior de tudo é que ele começa ruim e termina terrível. Como se importar e se envolver com a crise depressiva de um personagem desses? E não, não é gosto pela personalidade dele, é por trabalharem muitas das carteiristas sem proposito significativo de enredo, apenas para chocar o público (isso é como um tipo de ecchi desnecessário, algo psicológico, e macabro). Nada contra fan services, e dá para ser bom, se trabalhado adequadamente.
Já sobre a sexualidade do Shinji, ele não é gay, caso contrário não teria interesse por meninas. O anime também não quer demonstrar que ele é bissexual, porque o interesse pelo o garoto não parte dele. O que o anime mostra é que é tão fraco, mais tão fraco, e vulnerável, que facilmente consegue ser seduzido.
Muito comum alegarem que Shinji é bom porque é """humano""", mas quando alguém pergunta qual característica dele é admirável, espelhável e inspirável, aí não acham tão bom assim. Pessoas como Shinji não são absolutamente incomuns, mas também não são via de regra para atribuir a elas a relação de humanidade. No mais Jack Estripador era um ser humano, porque então admirar e querer ver pessoas com características ruins como protagonistas de história? Vai ver que ser bosta agora deve ser novo padrão de protagonismo!
Por fim, por que diabos tinha que ser justamente o Shinji o escolhido para pilotar uma EVA? Era preciso ter menos de 14 anos, mas por que não qualquer outro menino que pudesse ou talvez quisesse e até tivesse treinamento? E só existem três crianças pós-segundo impacto nesse universo? Por que não o treinaram antes já que tiveram tantos anos esperando o anjo? O fato de isso acontecer logo com o filho do chefão não é conveniente? Mas no jogo, mas no filme, mas no mangá. Parem isso é um furo, e mesmo com as “justificativas” que posteriormente surgiram da mãe dele, ainda não justifica boa parte dessas perguntas. Depois ainda tem gente que reclama de roteiros convenientes e coloca Neon Genesis Evangelion no topo da lista.
Prazer
As emoções que o anime passam chegam a dá um estimulo em alguns episódios, mas a empolgação dura bem pouco. Durante quase todo o anime é sem grandes clímaces, logo o final já seria tedioso por se só, e como foi se mostrou ainda muito mais difícil de assistir. Não dá para chorar com esse anime, também não dá para rir, a única coisa forte que realmente é desejável ao assistir é que acabe logo.
A motivação para ver um anime desse tamanho podem ser varias, mas quando se gosta, tendo tempo e sendo bom, normalmente se terminar bem rápido. Não é o caso para Evangelion que é quase impossível de assistir todo de uma vez. Isto não é uma coisa esperada de um bom anime, um bom anime precisa conquistar e fazer as pessoas ficarem ansiosas a quererem vez o próximo episódio.
Vários episódios simplesmente dão muito sono, sendo uma verdadeira luta para não dormir, contudo é bom ressalvar que este ponto não é valido para todos os episódios, tem alguns mais interessantes que outros.
No geral
Recomendado por muitos como ótimo, uma obra cult, referência a vários outros animes, mas é uma grande decepção. O fato é que se não for uma pessoa apreciadora do estilo episódico Power Rangers terá agonia com mais de 15 episódios de conteúdo similares e saturados. O restante da trama é repleto de diálogos ocos dizendo nada com nada. Mas, o pior é que tem gente que não entendeu, e ver coisas onde não existem. O final é simplesmente um monte de abobrinhas psicológicas com partes de episódios passados, porque na verdade não tinham pensado em um final, e também não tinham verbas, mas foram obrigados a finalizar. Logo não tiveram respeito com o público, e meio que de má vontade jogaram qualquer coisa só para terminar.
A alegação final dos fãs é que a obra é maravilhosa porque o autor é depressivo e ele queria mostrar a depressão no anime. Realmente ele conseguiu me deixar deprimido com uma coisa tão ruim dessas.
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Dê uma curtida na minha análise de Code Geass.
Link:
https://myanimelist.net/profile/Tiago_Vaz_007/reviews
Below is the Portuguese version, the one in the link is in English.
Abaixo está a versão em português, a do link está em inglês.
Melhor Personagem Masculino da Temporada Spring 2023:
Melhor Personagem Feminina da Temporada Spring 2023:
Melhor Design de Personagem da Temporada Spring 2023:
Melhor Anime da Temporada Spring 2023: