Uma caixa onde estão guardadas as memórias e experiências valiosas dos momentos que tivemos juntos durante nosso amadurecimento. Todos lidamos com acontecimentos e sentimentos tão únicos durante nossa consolidação como adultos, mas são essas situações de intensidade emocional que nos moldam a ser quem somos hoje; e quem desejamos tornamo-nos um dia.
Portanto, é essencial que vivamos a vida da maneira mais leve e descontraída possível, dando espaço não apenas para vitórias e felicidade, mas também para a dor e sofrimento que caminham de mãos dadas com o crescimento pessoal.

Quanto vale uma vida? Numa sociedade insanamente desigual onde a maior porcentagem da população é oprimida por um sistema trabalhista abusivo e usurpada por altos impostos de um Estado em decadência, o que há de ser daqueles que sobrevivem diariamente presos numa existência apática e sem qualquer vislumbre de felicidade ou lazer?
Talvez seja possível encontrar uma mínima sensação de prazer nas pequenas coisas da vida, mas há sempre a possibilidade de tais experiências tão mundanas causarem dor e decepção. Então, como conter a fúria de um indivíduo completamente desiludido por aquilo que tanto desejou no passado?
No momento em que garotos tornam-se homens e esses convertem-se em bestas, a esperança cede espaço para o caos; e então haverá dor. Poderia ser a moralidade o último resquício da humanidade que um dia tivemos? Se sim, o que encontraremos quando abandonarmos a ética em prol de um suposto desenvolvimento? Ainda seremos dignos de seguir em frente?

O consumismo estimulado pelo estilo de vida moderno é uma maldição que corrompe as mentes humanas, fazendo-as crerem que podem obter tudo através do dinheiro e que qualquer coisa pode ser facilmente descartada ou substituída, desde bens materiais à pessoas e emoções.
A constante incapacidade de notar o resplendor em tudo aquilo que nos envolve mundo afora, pode ser considerada como uma psicose degenerativa que acomete toda uma geração, tornado-as pessoas frias em relação a outrem e incapazes de sentir satisfação nos momentos cotidianos. Tal trauma psicossocial é tão grave e malévolo que tende a extinguir forçada e lentamente qualquer sentimento que possamos obter a partir do convívio social, eventualmente criando uma sociedade apática de robôs carnosos.

"Não somos responsáveis por aquilo que nos dão, mas sim por como reagimos ao que recebemos". Segundo a antiga parábola da Tribo Cherokee, supostamente nos tornamos bons ou maus de acordo com a nossa visão de mundo e como lidamos com o meio a nossa volta, mas até que ponto somos capazes de controlar tais fatores?
É concebível que um indivíduo ao ter passado por uma dor emocional extrema (esta por sua vez, causada por terceiros) seja incapaz de lidar com o turbilhão de sentimos que segue-se, inevitavelmente sofrendo de uma intenso mudança psicológica e absorvendo parcial ou completamente as emoções transmitidas através disso, tornando-se assim uma pessoa bondosa, apática ou até mesmo maligna.
Portanto, somos um espelho direto daquilo que nos é apresentado pelo mundo exterior, sem qualquer chance de lutar contra tal fato e incapazes de mudarmos a nós mesmos sem receber outro estimulo externo que seja paralelo ou oposto ao anterior.