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Barretoides Oct 24, 2020 7:02 AM
Hunter x Hunter
Essa review contém spoilers
Imagine um Battle Shounen com personagens fortes e poderosos o suficiente para destruírem cidades em questão de segundos, mas praticamente não usam força bruta em batalhas.
Mas espere um pouco.... Como assim?
Hunter x Hunter é o Shounen mais Shounen que você verá, e ao mesmo tempo, o Shounen menos Shounen que você verá. A obra abraça o conceito de Shounen e extrapola o mesmo ao extremo, ao mesmo tempo que pica ele em pedacinhos com batalhas quase que 100% intelectuais, desconstrução assustadora de personagens (Pitou que o diga), trilha sonora composta somente por músicas clássicas, um arco inteiro sobre corrupção e disputa de poderes aquisitivos, outro arco focado em filosofia, política, hierarquia e evolução biológica, e quebra de expectativa a todo momento.
HxH foi o gatilho que precisava para me apaixonar por estratégia. Foi o que eu precisava para me apaixonar por esse tipo de texto que estou escrevendo nesse momento. Isso por que, depois de ter assistido obras tão simplórias narrativamente falando como Nanatsu no Taizai e Dragon Ball, percebi que tinha algo diferente nesse que em circunstâncias normais, seria só mais um anime de porrada com magia e poderes. Mas não sabia dizer o que tinha de tão especial nessa obra de arte, e por isso, me joguei no mundo da crítica através de vídeos e textos. Eu devo muito a essa obra.
Como vou falar muita coisa aqui, pretendo dividir a review em partes.

A cabeça do autor
Togashi gosta de sistemas, jogos, camadas, complexidade, regras e condições. Por isso, Hunter x Hunter é extremamente complexo do começo ao fim, em todos os seus detalhes narrativos e personagens. Nada acontece porque sim.
Não vou falar muito aqui sobre isso, já que ao longo da resenha vou tocar novamente nesse ponto, mas guarda isso daí.
“Em obras boas, tudo você tem que se perguntar o porquê” – Guto Barbosa
A trama e a plausividade da mesma
A trama se desenvolve de forma muito agradável e fluida de se acompanhar. É escrita de forma intuitiva e fácil de se consumir, não é pesado, e muito menos denso, de forma que o tédio nunca bate na sua porta ao assistir a obra. E isso meus amigos, foi o elemento chave para alavancar FullMetal: Alchemist ao pódio das animações japonesas de maneira muito rápida e drástica. Outro exemplo é Berserk, o mangá mais aclamado de todos os tempos.
Tudo acontece exatamente do jeito que deveria ser.
Saber contar uma história é mais do que importante, é essencial. E Togashi sabia muito bem disso. Junte isso ao fato de que todos os personagens são minimamente carismáticos (já falarei disso), e você tem uma obra que atinge todos os públicos.
Hunter x Hunter se mantém um anime relativamente bom até o arco das Formiga Quimera, onde se torna a obra de arte que é conhecido por ser. Mas sendo mediano ou não, a obra tem uma característica nunca antes vista (ao menos não em tal escala): o autor tenta (e consegue) incansavelmente deixar todos os acontecimentos dentro da linha, fazendo com que em nenhum momento sequer o espectador possa aproveitar uma brecha para apontar o dedo e criticar a plausividade de qualquer acontecimento. Conforme o decorrer da trama, Togashi vai tapando todos os mesmos que minúsculos buracos presentes na mesma, e isso proporciona um valor narrativo e imersivo (já irei explicar) imenso a obra.
Mas afinal, como ele fez isso?
Em todas as situações em que um “Ué, mas...” possa surgir por parte do que consome a obra, Togashi explica de várias perspectivas o que aconteceu, de forma que o possível questionamento seja rapidamente bloqueado.
Interessante não? Para alguns talvez não seja mesmo, mas isso não muda o fato de que quanto mais plausividade melhor, afinal, quanto menos, mais você se distancia da imersão e lembra-se que alguém está escrevendo aquilo. E sobre isso, é importante entender uma coisa: se você se lembra a todo momento que alguém escreveu a obra que está consumindo, pode ter certeza que tem algo errado aí. E podem confiar, eu, como um legítimo cara insuportável com furos e inconsistências narrativas aprovo Hunter x Hunter.
O universo
Gon, uma criança que foi abandonada pelo próprio pai, que tinha como objetivo de vida se tornar um Hunter. Gon foi atrás do mesmo sonho, para descobrir o que tem de tão especial em ser um Hunter. Parece uma ideia simples e clichê não? De fato... é. Mas entenda uma coisa: isso abre uma brecha gigantesca para o desenvolvimento do universo da obra e seus elementos.

O universo de HxH é simplesmente esplêndido. Quando o você pensa que já viu muita coisa, uma cidade onde os principais meios de transporte são dirigíveis e nela se encontra um arranha-céus de 991 metros, com 221 andares é apresentada. Quando você pensa que já viu muito, é apresentado ao espectador um jogo com imersão total, se passando em um mundo feito de Nen, e os únicos que podem joga-lo são Hunters e utilizadores de Nen. Quando você pensa que já viu muito, descobre-se que em uma localidade isolada de toda civilização (NGL) que preza por preservar toda a fauna e flora existente, uma espécie de formiga que evolui por fagogênese (evolução por meio do adquirimento das características dos animais devorados pelo predador) começa a evoluir e prosperar de forma perigosa, ao ponto de depois de um tempo, estarem comendo Hunters e adquirindo Nen. E quando você pensa que já viu muito, o planeta onde se passam os primeiros 148 episódios da obra, na verdade não ocupa nem um centésimo do que é o continente negro, o lugar com as criaturas mais fortes e assustadoras de todo o planeta, e onde abitam as calamidades, criaturas com poderes equivalentes a divindades. Deu para entender? O universo de HxH é extremamente vasto, intrigante, criativo e interessante.

As batalhas
É nas batalhas que se percebe a genialidade de Togashi (o autor da obra).

Tudo é friamente calculado, planejado e explicado. Raramente em HxH o vencedor necessitou usar da força bruta para alcançar a vitória. Quase todas as batalhas são travadas intelectualmente, com estratégias simples, mas ao mesmo tempo complexas e interessantíssimas.

Cada mísero detalhe é essencial para determinar o vencedor da batalha. E o autor da obra faz questão de citar e explicar todos esses míseros detalhes de várias perspectivas, deixando o confronto cada vez mais intrigante e interessante. Quer dizer... nem sempre. Quando você menos espera, a falta de uma pequena e aparentemente inútil informação muda completamente o rumo da batalha arregalando o olho do espectador.

E as poucas batalhas onde a força bruta predomina são extremamente bem produzidas e dirigidas (não que as intelectuais também não sejam, já que também é necessária uma ótima direção para um confronto intelectual ser intrigante. Death Note que o diga).

Acho que não é novidade para ninguém que o trabalho da Madhouse é excepcional, ainda mais quando se trata de cenas de ação. A animação fluida, os efeitos visuais e o traço muito bem detalhado e trabalhado contribuem para que as cenas de ação sejam impecáveis e empolgantes.

Em HxH o oponente encara seu maior inimigo de frente por muito tempo somente para analisa-lo sem nem mesmo toca-lo.

Mas afinal... por que tudo isso? Por que não simplesmente partir para a força física? Isso se deve a mais um ponto de desconstrução de Shounen em HxH: O inimigo SEMPRE é astronomicamente superior em poder e (algumas vezes) em intelecto também. Partir para a força bruta em um confronto é suicídio na maioria dos casos postos na obra. Isso torna a trama muito mais interessante e complexa. Nada é simples ou acontece porque sim.
“Em obras boas, tudo você tem que se perguntar o porquê” – Guto Barbosa
Os protagonistas.
Hxh começa o mais clichê possível. O protagonista inocente e crianção (Gon) que, ao correr atrás de seus sonhos, acaba conhecendo o seu fiel amigo baddas frio e calculista (Killua).

Nós já vimos isso em algum lugar certo? Sim, já vimos muitas e muitas vezes, mas não é tão simples assim.

Killua: Treinado desde criança rigorosamente pela sua família para ser um gênio na arte do assassinato e um gênio em estratégia de batalha. Killua avalia todas as situações de várias perspectivas diferentes e tenta sempre agir da melhor e mais fria maneira possível na batalha, tudo esbanjando seu carisma próprio. Apesar de múltiplos traços de psicopatia, Killua por dentro, na verdade, é só mais uma criança que gosta de andar de skate, estar com os amigos, e comer doce (em uma cena Killua gasta 200 milhões em doces). De um lado, um assassino frio, calculista e arrogante, e do outro, uma criança alegre e divertida como qualquer outra. O mais interessante no personagem é como ele se desenvolve ao longo da obra graças a seu melhor amigo Gon, um contrapeso as suas atitudes violentas e agressivas. Com o tempo, Killua deixa de lado o seu “lado Zoldyck”, se transformando em uma pessoa muito melhor. Empatia era uma palavra que quase nem existia em seu vocabulário, e graças à Gon, isso mudou muito com o tempo. A personalidade de Killua é extremamente bem construída e interessante. Ele, apesar de tudo, é muito simpático e carismático em inúmeras situações. O lado humano de Killua só cresce ao decorrer da trama, fazendo com que lentamente, ele se torne uma pessoa melhor. E a maneira que isso é executado não é só fascinante, mas como também muito cativane.

O que Gon e Killua fizeram com sua admirável amizade é impressionante. Sempre que necessário Killua está lá para ajudar Gon, e vice-versa. Certas atitudes exigem mais bondade, e lá está o pilar Gon para Killua se apoiar. Certas atitudes exigem mais agressividade e egoísmo, e lá está o pilar Killua para Gon se apoiar. A amizade dos dois é invejável e muito agradável de se acompanhar. Killua representando a Lua, e Gon representando o Sol. Killua representando Yin, e Gon representando Yang. Killua representando a escuridão, e Gon representando a luz. Os dois se completam, e precisam um do outro para existirem em equilíbrio.

Se não fosse por Killua, Gon não teria ido tão longe tão rapidamente em sua jornada para se tornar um Hunter, e se não fosse por Gon, Killua não deixaria de ser o assassino frio que foi treinado para ser.

Gon: Gon é uma criança inocente, risonha e brincalhona, que não guarda rancor de ninguém. Ele se diverte em qualquer situação e vê o lado bom de tudo. Mas... existe um sério problema em viver assim. Durante 13 anos, Gon lidou com seus problemas de forma 100% otimista e pacífica, fazendo com que, querendo ou não, seus sentimentos negativos como raiva, desprezo, tristeza e indignação se acumulassem durante o tempo. Em algum momento, tudo isso seria liberado de uma vez certo?

Aos 14 anos, Gon sofreu com a perda de um querido amigo, o qual foi assassinado por uma Formiga Quimera (já vamos chegar lá), Pitou. Pitou mentiu e manipulou Gon dizendo repetidas vezes que seria possível curar Kaito, seu tão querido e falecido amigo.

Ao descobrir a verdade, Gon morreu por dentro. Não sabia se chorava, não sabia se sentia raiva, não sabia o que sentir. Depois de alguns segundos com o olhar morto diante do cadáver de Kaito, decidiu que era ali onde iria liberar toda a mágoa, desprezo e raiva que tinha acumulado durante toda a sua vida.

Em uma explosão de frustração, raiva e tristeza, Gon se transformou em um monstro, ultrapassando limites nunca antes vistos por um usuário de Nen tão jovem. A primeira transformação envolvendo poder em Hunter x Hunter, um Battle Shounen, não foi de encher os olhos, nem muito menos empolgante. Foi triste, assustadora, e digna de dó, pois enquanto Gon massacrava Pitou brutalmente, lágrimas escorriam por seus olhos. Aquela criança inocente e alegre se tornou uma criatura assustadora. Gon massacrou Pitou de maneira brutal.

Mas afinal, o que seria dessa cena sem a Madhouse certo?

A direção e produção áudio-visual dessa cena são indescritivelmente boas. A palheta de cores muda instantaneamente no momento em que Gon se enche de ódio, ficando muito mais escura e opaca.

*As próximas informações foram tiradas deste incrível e muito bem explicativo vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=2SYF2A00PsM&t=854s *

A partir daí, as cores: Marrom, vermelho, preto e cinza predominam. O marrom e o cinza servem para deixar a atmosfera mais densa, desconfortável e assustadora, enquanto a combinação do vermelho e do preto, em nosso inconsciente, transmite a sensação de ódio, angustia, raiva. Interessante não? O nosso cérebro reage ao preto e vermelho de forma negativa, e a Madhouse usou essa informação com maestria ao produzir a cena.

Mas e o branco usado na cena em que Gon perde um braço, ele também tem um propósito psicológico? Até parece que não teria.

O branco representa o vazio, o nada, o nulo. E por isso, todos os presentes no momento estavam em branco. Pitou, por que estava morta por fora, Gon, morto por dentro, e Killua sem saber o que está acontecendo, sem saber o que sentir.

As Formigas Quimera

Também conhecido por muitos como o melhor arco da história das obras Shounen, o arco das Formigas Quimera é realmente um ponto fora da curva em aspectos narrativos, filosóficos, biológicos, intelectuais.

O conceito de uma espécie formigas que evoluiu ao ponto de se alimentar de humanos e adquirir suas características não só é interessantíssimo, mas também abre uma brecha para abordar assuntos como autodescobrimento, evolução biológica e filosofia. Mas o arco não começa dessa forma. Em sua introdução, o foco está mais na ação e no quão assustadoras e perigosas as formigas quimera podem ser.

Conforme o passar do tempo, a espécie evolui muito rapidamente, fazendo com que em pouco tempo, dezenas de humanos fossem devorados diariamente. Como consequência disso, muitos integrantes da espécie começaram a pensar e agir como humanos. E o mais curioso, um dos serventes da rainha começou a pensar sobre certo e errado, ética em outras palavras (pelo menos em minha concepção, o conceito de ética foi criado para definir melhor o conceito de certo e errado).

O servente começou a perceber que talvez não fosse correto colocar a rainha da espécie em primeiro, segundo e terceiro lugar. Desvalorizar a vida dos humanos daquela maneira não era correto no fim das contas. Também percebeu que o sistema hierárquico dentro do formigueiro não funcionava mais como deveria, já que algumas operárias se tornaram fortes e gananciosas demais graças ao uso do Nen. Estas por exemplo, não precisavam nem treinar para utilizar com facilidade o mesmo, só precisavam nascer.

Mas afinal, quem é o “ser supremo” da espécie? Acima da rainha estão quatro formigas: Pitou, Pouf e Toupi (os guardas reais), e Meruem, o Rei da espécie e autoridade máxima dentro da hierarquia. O Rei é fruto de tudo de melhor da espécie. Meruem é o ápice da evolução biológica. Força física e resistência superiores a de qualquer um, domínio de técnicas de Nen em questão de segundos, aura sombria imponente como nenhuma outra e autodidatismo humanamente (mesmo para os humanos da obra) impossível. Meruem, pelo menos ao meu ver, é a personificação do planeta Terra e todos os seus seres vivos. Mas afinal, o que o torna um personagem tão interessante e na minha opinião, o melhor antagonista de todos os tempos? Justamente a questão de o mesmo ser a personificação da Terra. Mereum nasce frio, sem sentimentos, extremamente arrogante e com um senso de superioridade que em circunstâncias normais seria desrespeitoso, mas no final, ele nasceu para aquilo. Enquanto procurava um local fora do formigueiro para se alojar com seus guardas reais, Meruem percebeu os quão nojentos e egoístas são os seres humanos. O fato de só olharem para o próprio nariz o tempo todo, as ditaduras, os massacres, e a hipocrisia quanto a criação de gado só para servirem de alimento posteriormente. Vou tentar reproduzir uma cena aqui:

Meruem invade o palácio de um ditador, mata o mesmo e se alimenta de seu cérebro. Logo em seguida suas assistentes ficam aterrorizadas e começam a implorar por sua vida encolhidas em um canto da sala:

“Por favor, não faça nada com a gente, nós não fizemos nada! ”

“Os humanos são tão hipócritas. Já parou para pensar no que as vacas pensam antes de serem assassinadas para virarem alimento? ”

“...”
Meruem nasceu sendo venerado por tudo e todos. E é extremamente interessante e curioso como ele reage a isso ao longo do tempo. Aos poucos, Meruem começa a entender o mundo a sua volta de forma cada vez mais inteligente e complexa. Mas se tem uma coisa que faz o mesmo evoluir drasticamente emocionalmente, essa coisa se chama Komugi. Depois de se alojar em um palácio com seus guardas reais, Meruem, com a intenção de resolver seu tédio, começa a ler livros e consumir informações desenfreadamente para saciar sua fome de curiosidade (até por que no caso dele, é necessário somente um minuto para terminar de ler um único livro), e acaba encontrando algo que parecia ser um ótimo passatempo: jogos de tabuleiro.

Foram chamados campeões nacionais e internacionais de todos os jogos de tabuleiro que você possa imaginar, mas nenhum deles conseguia vencer Meruem. Ou melhor, quase nenhum. Uma garotinha cega com seu nariz escorrendo adentra a sala e senta em frente dele, propondo jogar Gunji, um jogo similar a xadrez. Curiosamente, aquela aparentemente frágil e simples garotinha coloca Meruem contra a parede e vence a partida com tremenda e assustadora facilidade. Ele ficou no mínimo instigado por aquela pequena e simples criatura. Aquela simples criatura que mal sabe ele, mas faria com que o mesmo mudasse completamente.

Muitas partidas foram disputadas entre os dois, e Meruem não venceu nem sequer uma única sequer. Mas a questão aqui é o quanto ele evoluiu graças a Komugi, já que a única coisa que Meruem valorizava quando a conheceu era força, intelecto ou ambos. E a mesma tinha ambos. Intelecto o suficiente para vencê-lo no Gunji, e força o suficiente para aguentar toda a pressão de poder a qualquer momento ser assassinada. E além disso, ele pela primeira vez não era o melhor em alguma coisa.

O tempo passa, e Meruem acaba se apegando afetivamente a Komugi, um evento inesperado tanto na perspectiva dele, quanto na nossa. Afinal... por que o ápice da evolução biológica e intelectual criaria algum laço afetivo com uma criatura tão frágil, simplória e humana?

Isso que é o mais interessante e Meruem. Observar como ele reage ao mundo a sua volta e seus seres.

“Quem eu sou? De onde vim? ”

Os clássicos dois questionamentos que podem ser facilmente consideradas a base da Filosofia foram pronunciados por ele, me fazendo ficar de boquiaberto com o nível de desenvolvimento e autodescobrimento desse sensacional personagem, que na verdade pode facilmente não ser considerado um antagonista.

Em seu leito de morte, Meruem fez questão de estar com o único ser que amava, Komugi. Chegou até mesmo a implorar ajoelhado diante de Palm para saber onde Komugi estava. E foi nessa cena que aplaudi sozinho em meu quarto e tomei para mim mesmo que esse personagem é o mais interessante que já vi.

Toda a psicologia e filosofia envolvida nesse arco me encantaram e agregaram muita qualidade narrativa e intelectual para a obra, mesmo para quem não se interessa por nenhum dos assuntos abordados (inclusive digo isso por experiência própria, já que era exatamente assim quando assisti). E tudo foi executado de maneira fascinante.

Mas afinal, como se aniquila uma criatura com tamanho poder? Simples, com o pior que a humanidade pode oferecer: sua capacidade autodestrutiva como espécie. Uma Bomba Nuclear.


Meruem achou que em seu curto período de vida já tinha visto o pior da humanidade, mas mal sabia ele da existência de um dispositivo bélico capaz de apagar uma cidade do mapa, assim como todos os seres vivos presentes nela.

Meruem não morreu na explosão, mas a radiação da bomba o matou pouco tempo depois.

Enfim, Meruem, a personificação da Terra, é na minha opinião o mais bem construído e desenvolvido personagem que já vi (seria o mais complexo se o Johan não existisse), então imagino que faça total sentido dar tanto destaque a ele nesta humilde resenha.



O Nen

Todo Shounen tem que ter sua energia espiritual certo? Obviamente HxH não ficaria fora disso, e no terceiro arco do anime, somos apresentados ao Nen, a energia espiritual mais criativa, complexa e completa que eu já vi.

A partir do momento em que o indivíduo libera seu Nen interior pela primeira vez, é possível treinar para utilizar os Princípios do Nen:

https://hunter-x-hunter.fandom.com/pt/wiki/Nen

Um leque imenso de possibilidades narrativas e estratégias de batalhas é aberto quando se trata de uma energia espiritual tão criativa como o Nen. E se tudo o que eu citei sobre o Nen não foi o suficiente para você, junte tudo isso ao fato de que todo usuário tem uma habilidade específica e única que pode ser descoberta através de treino.


A produção e a direção

Como se já não bastasse todo o resto, a produção áudio-visual e a direção da obra são de tirar o folego, do começo ao fim.

Realmente Madhouse, vocês sabem o que fazem.

Nem por um momento a produção deixa a desejar, e casa perfeitamente com a direção. Citemos por exemplo o arco das Formiga Quimera. É notório na transição de Greed Island para esse arco o escurecimento da paleta de cores e a diminuição na quantidade de diálogos, isso para “escurecer” a atmosfera imersiva.

São detalhes tão pequenos e minuciosos que sinceramente não vou conseguir exemplificar nem metade deles aqui, já que apesar de imperceptíveis, fazem uma enorme diferença.

A animação fluida, os efeitos visuais, o traço detalhado e a trilha sonora fazem da produção dessa obra excepcional. A é verdade... a trilha sonora

Meus amigos, que trilha sonora. Composta somente por música clássica, a OST da obra é a melhor que já vi em toda a minha vida. Mas não só pelas faixas serem sensacionais, mas principalmente pelo fato de que encaixam PERFEITAMENTE nas situações em que são tocadas. As faixas são perfeitas para a obra, e quando entram em cena, melhoram astronomicamente qualquer cena.

Eu nunca vi em toda a minha vida uma OST que combina tanto com a trama da obra em que está presente.

Mas apesar de tudo, na minha opinião, a mais bem produzida e dirigida cena do anime durou um episódio inteiro: a invasão dupla do palácio.

Durante muito tempo, a equipe de protagonistas preparou um plano mirabolante para conseguir adentrar o palácio de Meruem e se possível derrota-lo. Mas eles não contavam que dois senhores de idade pensaram nisso também, mas o plano deles, ao contrário do que nós acompanhávamos não se baseia em estratégia, mas sim na mais pura e simples ignorância.

Zeno Zoldyck e Isaac Netero investiram em um ataque aéreo com inúmeros projéteis de Nen, transformando o palácio em uma linda peneira. E lembrando que enquanto isso nossa equipe já tinha adentrado o local. Eles foram pegos de surpresa de forma assustadora, e consequentemente, o plano foi por água abaixo.

Mas o que é tão bom nessa cena no final das contas?

Na verdade é mais simples do que parece: O fato da cena estar em câmera lenta torna tudo INCRÍVEL. Pensar qual vai será reação dos personagens diante disso e o que acontecerá a seguir é assustador, te deixa muito aflito com aquela situação. É muita coisa para processar e entender. Estava tudo um completo caos, e em apenas 11 segundos, muito aconteceu. O jeito que cada um deles lida com isso é interessantíssimo, pois que basta um passo em falso para ser atravessado por um projétil de Zeno. Foi um clímax imposto sem aviso nenhum, completamente imprevisível. E a Madhouse só ajuda, deixando a cena extremamente bem produzida e dirigida.

Hunter x Hunter não é só mais um Shounen. Ele é O Shounen. Hunter x Hunter não só mais um anime de aventura, ele é O anime de aventura.

Muito obrigado por ler até aqui! Eu dei minha vida e mais um pouco para escrever isso aqui, então agradeço que tenha lido até aqui, e agradeço ainda mais um (mesmo que simples) feedback.
It’s time to ditch the text file.
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